in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2016
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Muitas vezes, o conflito existe quando a razão nos diz sensatamente o que fazer, mas há um impulso interior, forte e incontrolável, que sugere o contrário e nos deixa baralhados. Podemo-nos referir a esta força inconsciente que nos ocupa e habita sem controlo – e que muitos dizem ser um fenómeno divino ou paranormal – como intuição. A que devemos dar ouvidos? E se, no final, a decisão é errada? E se a minha intuição estiver certa e eu a ignorar? Mais importante do que tentar perceber como é que ela surge e se processa (se é paranormal, uma invenção nossa, explicada pela psicologia ou cientificamente comprovável), para nosso benefício, importa aprender a ouvi-la e a utilizá-la a nosso favor.
Só me ouço em silêncio
Como é que me consigo ouvir se não paro para mergulhar no meu interior, para me conhecer e saber quem sou e para onde quero ir nesta existência (mesmo que estes objetivos mudem ao longo do tempo)? Os outros espelham-me muito de mim, mas ninguém melhor do que eu conhece as minhas forças e fraquezas, as minhas ambições e desejos de alma. Se me conseguir silenciar, entro em contacto profundo com esse lado autêntico e intuitivo. Pode custar no início, por falta de hábito, mas deve ser o primeiro passo para desenvolver uma relação de confiança com a intuição.
Valorizo o que intuo
Como a intuição é algo inconsciente, que surge sem que a controlemos, todos a temos. Mas nem todos lhe damos importância ou nos permitimos segui-la. Depois de aprendermos a ouvir-nos, haverá um momento em que é preciso avançar e agir ou de nada nos servirá a intuição. Pode acontecer que aquilo que intuímos seja contrário ao que os outros dizem ser correto (e, até, ao que a nossa razão nos aconselha). Nesse caso, para darmos mais um passo, é necessário valorizar a nossa intuição, mesmo que isso signifique fazer diferente do que a maioria das pessoas faria na mesma situação.
Aprender com a experiência
É frequente ficarmos baralhados com a intuição e não percebermos se devemos segui-la porque é pura e verdadeira ou se são os nossos medos e expectativas a tentarem falar mais alto. A única maneira de ganharmos confiança no que intuímos é agir e aprender com a experiência. Ao fim de algum tempo, acabamos por perceber que há várias sensações físicas associadas ao que intuímos. Um frio na barriga, um movimento de abertura no coração, uma vontade maior que nos impulsiona a fazer/dizer algo, por exemplo. Assim, sempre que tivermos uma intuição com estas sensações físicas associadas, vamos conseguir segui-la com confiança e sem hesitação.
Nem sempre vamos seguir a intuição
Também é normal ficarmos muito aborrecidos quando tivemos uma intuição, a contrariámos e o resultado foi diferente do que queríamos para a nossa vida. “Se eu tivesse seguido a minha intuição!”, apressamo-nos a recriminar-nos. Se conseguíssemos seguir sempre a nossa intuição, não havia margem para erros e perdíamos as aprendizagens. Apesar de, dentro de nós, haver algo que sabe o que é melhor, que parece que antecipa o futuro e as situações, haverá sempre momentos (muitos) em que não iremos fazer caso da intuição.
Para começarmos a desenvolver uma boa relação com a intuição, podemos silenciar-nos por uns instantes. Deixamos que o nosso interior nos fale e nos incite a agir. Assim que surgir o que consideramos ser uma intuição, vamos segui-la e ver o que acontece. Podemos começar com coisas simples, como “hoje apetece-me ir por um caminho diferente para casa”. E, sem expectativas, vamos abrir-nos a qualquer magia da vida que resulte de termos seguido essa intuição.
SOFIA FRAZOA TERAPEUTA [email protected] in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2016 (clique no link acima para ler o artigo na Revista) |