Por António da Rocha Ribeiro
in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2015
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A primeira qualidade que qualquer empresa procura num colaborador é o conhecimento sobre determinada área. É com base nisso que as candidaturas são avaliadas e o perfil que mais se destaca pelo seu conhecimento, experiência e competências é escolhido. Todas estas caraterísticas fazem parte de um conjunto muito mais vasto, que, quando postas em prática, resultam naquilo a que se chama sabedoria. No entanto, numa entrevista, este conjunto é talvez o que menos pesa na balança. O feeling transmitido sobre tudo isto é o que leva qualquer empresa a escolher o candidato ideal.
Qualquer pessoa, independentemente do contexto profissional onde se insere deve ter essa consciência, e por consciência, entenda-se sabedoria. Ter consciência é em grande parte, compreender a experiência do quotidiano, do qual também faz parte, o seu emprego. Ter consciência no trabalho, mais do que compreender, é empreender, compreender a todo um outro nível, a relação entre si e o que o rodeia. É saber bem o que se deve fazer perante qualquer situação. Tomemos como exemplo, no trabalho, quando é confrontado perante uma decisão que tem de tomar, o/a leitor/a imediatamente pensa nas consequências da sua ação.
Essa perceção parece-lhe óbvia e clara, porque a sua consciência baseia-se na sua experiência, única perante uma situação semelhante; razão pela qual agimos de maneira diferente perante a mesma situação. É neste ponto que se começa a instalar alguma apreensão, alguma prudência que pode condicionar a sua decisão, partindo, claro está, do principio que o/a leitor/a é consciente no e do seu trabalho. Esta apreensão deve-se única e exclusivamente à interpretação das suas experiências anteriores (ou num caso novo, por não ter nenhuma referência prévia), pessoal e profissional. A ironia é que esta apreensão, (entenda-se que não é uma análise) é um processo involuntário, altamente intuitivo, mas que tolda uma decisão dita consciente.
Muitas teorias existem acerca deste processo, mas nenhuma é conclusiva. Compreender tudo isto, é grande parte da sabedoria perante qualquer situação. Naturalmente, existe também o tão necessário conhecimento teórico-prático de uma matéria, a informação e os factos, a aptidão e as ferramentas adquiridas ao longo do caminho. Mas não se deixe enganar, porque, lado a lado com isto, estão a responsabilidade e o ego.
Qualquer colaborador, independentemente da área de trabalho onde exerce, deve ter sempre presente que o ego pode ser o seu melhor amigo, quando o seu combustível é a exigência, a autoanálise e o brio com que se desempenha um trabalho; mas também pode rapidamente tornar-se no seu pior inimigo. O ego requer atenção, apreciação e reconhecimento. Nada disto é errado, se for encarado com a humildade que lhe é devida. Não deve o leitor rejeitar os créditos por um trabalho bem executado, mas todo o reconhecimento vale o que vale. Não deverá ser a chama do seu trabalho. Para bem lidar com os méritos, mas também com os erros, é necessária inteligência, para um melhor controlo emocional perante situações errantes e de maior stress.
A inteligência está na base da sabedoria. E podemos referir sabedoria sem inteligência? Numa era em que as empresas usam e abusam de estratégias inovadoras e alternativas, também os colaboradores devem ser quase biónicos, usando das várias inteligências que dispõem.
Certamente não lhe são estranhos os conceitos de inteligência emocional, criativa, pessoal e social, corporal e expressiva. Estas inteligências são a solução para a inteligência denominada como tradicional, o QI, a inteligência prática, numérica, espacial e verbal. E todos estes conceitos, toda esta inteligência é aquilo a que se chama de sabedoria. Quando alguém é apelidado de sábio, é quase sempre num tom endeusado, porque por norma é alguém com a habilidade para agir sempre da maneira mais acertada perante qualquer circunstância. Resumindo numa frase: “a sabedoria é o conhecimento temperado pela ética.” Isto sim é sabedoria.
ANTÓNIO DA ROCHA RIBEIRO www.linkedin.com/today/author/303590792 in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2015 (clique no link acima para ler o artigo na Revista) |