in REVISTA PROGREDIR |AGOSTO 2024
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Muitas são as pessoas que consomem uma grande quantidade de informação por quererem realizar mudanças, sobretudo ao nível de hábitos de alimentação, sono e atividade física. No entanto, acabam por não conseguir realizar e/ou sustentar essas mesmas mudanças, muitas vezes por procurarem soluções que não exijam muito esforço e que foram testadas por outros, não estando por isso verdadeiramente conectadas com as próprias características e possibilidades. Para que essa conexão exista, o desenvolvimento do autoconhecimento é fundamental, pois ele é a chave que nos permite reconhecer as nossas forças, limites e possibilidades para estabelecer objetivos realistas, administrar a vida e sustentar as decisões tomadas em relação à saúde de forma consistente. São estas habilidades e competências pessoais, que nos capacitam e nos dão a sabedoria necessária para integrar os conhecimentos adquiridos no próprio funcionamento.
O autoconhecimento possibilita igualmente o saber escutar e identificar os sinais de alerta que o corpo e a mente comunicam e que podem levar ao adoecer. Em algumas pessoas os sinais de stress podem passar por uma agitação excessiva, noutras por um cansaço extremo, ou uma vontade de evasão, pelo que é de suma importância reconhecermos quais são os nossos.
A inteligência emocional ligada à gestão do stress e da ansiedade, possibilita escolher e mobilizar as válvulas que melhor nos servem para a libertação da pressão emocional, atendendo às circunstâncias e características de cada um, válvulas essas que podem passar por caminhadas, meditação, leitura, hobbies, entre outras.
A gestão das emoções dolorosas, isto é, a forma sábia de acolher e dar conta da dor perante situações de adversidade, é o que evita o adoecer. A fuga ao sofrimento psíquico por vias que visam a anestesia do sentir, tais como a dependência de drogas, álcool, medicação, jogo, compulsões alimentares, entre outras, acabam por levar à instalação da doença.
A sabedoria na gestão das emoções implica também a escolha das ferramentas emocionais que temos à disposição e que melhor se adaptam à situação em causa. O recurso a técnicas de relaxamento e de mindfulness, bem como escrever ou partilhar com alguém de confiança o que se sente, poderá devolver uma maior regulação emocional. Importa também estabelecer um diálogo interno gentil e de auto-compaixão, abandonando o perfecionismo e as comparações e aceitando do erro como oportunidade de evolução.
A sabedoria para atribuímos um sentido e um propósito à nossa vida que passa pelo exercício dos nossos dons e talentos ao serviço de nós próprios nós e dos outros, contribui também e inequivocamente para a nossa motivação, saúde e bem-estar.
A saúde está também intimamente ligada à qualidade dos nossos relacionamentos interpessoais e à sabedoria para reforçar os vínculos que contribuem para o nosso bem-estar e para romper com as ligações tóxicas que concorrem para o nosso adoecer psicológico. O processo de separação em relação a quem agride a nossa saúde mental, gerando experiências de exploração, desvalorização e vazio, pode ser doloroso, mas é imperativo e necessário para a recuperação da mesma.
O desenvolvimento de competências sociais, como comunicar de forma assertiva, definir limites, dizer que não e pedir ajuda, contribuem para o estabelecimento de relações interpessoais mais saudáveis e para a tomada de decisões responsáveis que priorizam a saúde e bem-estar do próprio.
Importa ressalvar que nem sempre teremos a capacidade para responder com sabedoria às situações, porque por natureza somos seres imperfeitos e falhos, e que perante situações emocionalmente mais exigentes e adversas, poderá ser mesmo necessário procurar ajuda especializada, a fim de recuperarmos a nossa saúde e equilíbrio psicológico.
PSICÓLOGA CLÍNICA DA EQUIPA CLARAMENTE, ESPECIALISTA EM PSICOLOGIA CLÍNICA E DA EDUCAÇÃO E PSICOTERAPEUTA
Website: www.claramente.pt
Email: [email protected]
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