in REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2023
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Qual é o motivo pelo qual digo que nós perdemos?
Aquele estilo de vida que tanto nos esforçamos para forjar, deixou de ser “nosso” porque não o criamos de acordo com o que tú és, as tuas características, o que sentes, o que precisas para te sentir em paz contigo e com a vida, para desfrutar de um bem-estar criado para ti. Nós o criamos seguindo as crenças da multidão, porque precisamos encaixar e também com base no medo de se sentir diferente. Perdemo-nos. Criamos esse modo de vida anulando as nossas matrizes.
Sem perceber, vivemos nosso dia-a-dia amarrados a uma contradição interna, dançando com a dualidade entre a necessidade de mostrar as diferenças que o compõem e o silêncio que surge quando tentas adaptar-te ao que não és e a um modo de viver que nada tem a ver contigo. No meio dessa luta interna que projetamos na vida surge a falta de compreensão e questionamento; os porquês sem resposta destacam-se pela sua presença, surgindo os desconfortos decorrentes de “etiquetas” e julgamentos sociais, principalmente quando aparece naquela crítica a famosa frase: “és egoísta”, esse é o momento no qual essa balança de dualidade se inclina para o que os outros não entendem, rompendo com esse círculo vicioso da crítica. Então, quando alguém se comporta de uma forma que não conseguimos entender, onde parece priorizar-se, colocamos esse rótulo com uma única intenção: fazer com que essa pessoa se sinta incomodada, julgada e rejeitada; assim automaticamente os medos adquiridos ao longo da tua vida, vão acorrentar-te novamente naquele impasse onde estavas. Interiorizamos que o qualificativo de egoísta é algo negativo, associado a uma “pessoa má”, “sem escrúpulos”, “mesquinha” mas na realidade o egoísmo não é bom nem mau; é uma energia que contêm informação; como toda a informação contém matrizes.
Analisa por alguns instantes: para quem fazes o que fazes na tua vida?, Por quem o fazes?, Se fores honesto contigo, se analisas essa motivação oculta que reprimes; é por ti por quem o fazes, para cobrir necessidades, para te sentires melhor, combater a solidão, crescer, etc; as motivações ocultas são tantas quanto pessoas e modos de viver há no mundo… Então, desse ponto de vista, és uma pessoa egoísta?
Claro que não! Mas aí vêm os matrizes: distorcemos e confundimos conceitos que não são iguais, que nos levam até pontos diferentes, por isso colocamos uma conotação tão negativa e cheia de preconceitos em tudo que se assemelha a egoísmo mesmo que não seja.
O que tu chamas de egoísmo, eu chamo de egocentrismo, aquela pessoa que vive desde o extremo desequilíbrio emocional, sem se importar de passar por cima de ninguém se com isso atinge seus objetivos, sem ter noção das repercussões das suas atitudes. Pessoas que impõem o seu cruel estilo de vida aos outros, para ser os protagonistas e serem o centro de todas as atenções, mas também vivendo em sua própria escravidão emocional, ancorando-se ao sofrimento. Esse é o reflexo de uma pessoa que vive desde o desequilíbrio e desequilibra o seu estilo de vida, que pouco tem a ver com saudável.
Por outro lado, a incompreensão do egoísmo leva-nos a qualificar como egoísta a uma pessoa que se prioriza, que atende às suas necessidades, ocupando o seu lugar na vida, como se isso fosse negativo. Priorizar-se não é algo negativo, muito pelo contrário, é o primeiro passo para sanar, porque priorizar-se permite olhar para dentro, conhecer-se, resolver velhas feridas, conflitos emocionais, crenças impostas, padrões de comportamento aprendidos. Priorizar permite “olhar para nós mesmos” no sentido mais amplo da palavra, atingir o tão desejado autoconhecimento e por sua vez encontrar-se e reconectar-se com esse bem-estar perdido pela inércia no que vivemos. Priorizar-se, dedicar tempo cada dia para cuidar de nós, ouvir-nos e nutrimo-nos é essencial no cuidado emocional, pois ele nos permite equilibrar as emoções com as que criamos o nosso estilo de vida em equilíbrio e sanar as feridas associadas ao egoísmo que nos fazem viver uma vida que não é a nossa.
Ressignificar o egoísmo é fundamental para quebrar as barreiras que nos impedem de viver conscientemente, criar os pilares do nosso amor próprio, fortalecer a autoconfiança, sanar as nossas feridas e viver um estilo de vida em que exista espaço para nós, livre de crenças, tabus e mal-entendidos. Ressignificar o egoísmo permite que recuperes as rédeas da tua vida, criando um estilo de vida mais consciente.
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