Renove o Relacionamento consigo mesmo

Renovar o nosso amor próprio é um presente que damos a nós mesmos. Estamos focados a dar amor aos outros, e a ir a procura do amor nos outros e acabamos por esquecer que o melhor relacionamento que podemos ter e conosco próprios. Por Margarida Silva Cardoso

in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2024
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
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​No turbilhão da vida moderna, é fácil esquecer um dos fundamentos mais essenciais para o bem-estar emocional: o amor próprio. No meio do caos diário, dedicar tempo a uma relação saudável consigo mesmo pode parecer um luxo dispensável. No pouco tempo que temos para investir no amor vamos à procura do amor fora de nós, no amor fácil do outro que muitas das vezes não passa de algo passageiro e sem substância. É mais simples acreditar que o amor que necessitamos está fora de nós e vem do outro.

Renovamos o amor ao outro vezes sem conta e esquecemos o mais importante, o renovar do nosso amor próprio. Esquecemos do relacionamento mais importante que alguma vez vamos ter – o relacionamento conosco.

O amor próprio não é apenas um conceito abstrato; é uma prática diária que permeia todos os aspetos da nossa existência. Envolve aceitar-nos incondicionalmente, com todas as imperfeições e virtudes. Ao abraçar as nossas peculiaridades e reconhecer que somos dignos de amor e respeito, construímos uma base sólida para uma autoestima robusta.

É imperativo desmistificar a ideia de que o amor próprio é sinónimo de egoísmo. Pelo contrário, ao nutrir um relacionamento saudável consigo mesmo, tornamo-nos mais capazes de contribuir positivamente para o mundo à nossa volta. O amor próprio é o combustível que alimenta a empatia, a compaixão e a capacidade de estabelecer relações significativas.

Vamos listar algumas práticas diárias para cultivar o Amor Próprio:

• Autocompaixão: Em vez de se autocriticar, pratique a autocompaixão. Reconheça os seus defeitos sem julgamentos severos e trate-se com a mesma gentileza que trataria um amigo em dificuldades.
• Tempo para Si Mesmo: Reserve regularmente tempo para atividades que lhe tragam alegria e relaxamento. Isso pode ser ler um livro, praticar um hobby ou simplesmente apreciar um passeio tranquilo na natureza. Faça algo especial para si, algo que lhe traga felicidade.
• Afirmações Positivas: Cultive um diálogo interno positivo. Substitua pensamentos autodepreciativos por afirmações que reforcem as suas qualidades e conquistas. Deixe de usar frases como “não consigo” ou “não sou capaz”.
• Estabeleça Limites Saudáveis: Aprenda a dizer não quando necessário e estabeleça limites claros nas suas relações. Isso não é egoísmo; é uma forma de proteger sua energia emocional.
• Celebre as Conquistas: Independentemente de quão pequenas possam parecer, celebre as suas conquistas. Reconhecer e valorizar as suas realizações fortalece a autoconfiança.

Estudos demonstram que uma relação saudável consigo mesmo está intrinsecamente ligada à saúde mental. Pessoas que cultivam o amor próprio têm maior resiliência emocional, lidando melhor com o stress e as adversidades. Para além disso, experimentam níveis mais baixos de ansiedade e depressão.
A relação que cultivamos connosco tem um impacto direto e profundo nas nossas interações com os outros. Quando nutrimos o amor próprio, estabelecemos bases sólidas para relacionamentos saudáveis e significativos. O amor próprio pode influenciar positivamente nossas relações interpessoais através de:

• Empatia e Compreensão: Ao aceitar as nossas próprias imperfeições, tornamo-nos mais tolerantes com os outros, promovendo um ambiente de compaixão e respeito mútuo.
• Limites Saudáveis: Ter um amor saudável por si mesmo capacita-o a estabelecer limites claros e assertivos. Saber dizer não quando necessário e comunicar as nossas necessidades de maneira respeitosa contribui para relacionamentos mais equilibrados e satisfatórios.
• Autoconfiança e Relacionamentos Autênticos: Quando confiamos em quem somos, estamos mais inclinados a nos abrir e compartilhar as nossas experiências, criando conexões mais profundas e significativas.
• Menos Dependência Emocional: A dependência emocional muitas vezes é resultado da falta de amor próprio. Ao nos amarmos, desenvolvemos uma base interna de segurança emocional, reduzindo a necessidade de procurar validação constante nos outros.
• Resolução Construtiva de Conflitos: Ao reconhecer os nossos próprios sentimentos e necessidades, podemos comunicar de forma mais eficaz, evitando confrontos desnecessários e promovendo soluções colaborativas.
• Generosidade e Amor Altruísta: Amar-se si mesmo não significa ser-se egoísta; pelo contrário, leva a uma generosidade mais autêntica.
• Inspiração para Relacionamentos Positivos: As pessoas que se amam são frequentemente fontes de inspiração para relacionamentos positivos a sua volta. Seja na família, no trabalho ou em amizades, a energia positiva e a confiança emanadas por pessoas que cultivam o amor próprio têm o poder de inspirar e influenciar positivamente os que estão à sua volta.

Em última análise, o amor próprio não é um luxo, mas uma necessidade vital para o equilíbrio emocional e o florescimento pessoal. À medida que nos comprometemos com a jornada de nos amarmos mais, descobrimos um tesouro interior que não apenas transforma nossa vida, mas também irradia positivamente para o mundo ao nosso redor. Cultivar o amor próprio é um ato de autenticidade e autotransformação, um presente que merecemos dar a nós mesmos.
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MARGARIDA SILVA CARDOSO
MESTRE DE REIKI E AUTORA DE LIVROS INFANTIS
[email protected]

​in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2024
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