in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2024
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
É então possível compreender como o nascimento é o primeiro contacto com a dualidade na qual vamos tentando encaixar enquanto crescemos. É nessa busca de acomodação e aprovação, quase sempre inconsciente, que vamos excluindo partes nossas, mais complexas, com inúmeras nuances, para as quais acreditamos não haver tempo nem espaço. Conforme vamos crescendo e amadurecendo é frequente, principalmente na idade adulta, sermos confrontados com pensamentos, emoções e/ou sensações físicas desconfortáveis que se repetem face a situações desafiantes como o início ou término de relações, a mudança de casa, de cidade ou de trabalho, uma situação de doença, a perda de um ente significativo ou o nascimento de um filho. Quando nos permitimos sentir o desconforto nas suas múltiplas dimensões – física, psicológica e espiritual – ele vai guiar-nos para que possamos entrar em contacto com o que em nós fomos excluindo, com a nossa autenticidade.
Desta forma, a qualquer momento é possível decidir expandir a consciência através do auto-conhecimento e desenvolvimento pessoal. É nesta tomada de consciência que surge a possibilidade de renascimento. Renascer é recomeçar e é abraçar o entendimento de que os pensamentos e atitudes passadas não nos definem. A cada momento podemos decidir pensar e agir de forma diferente.
Os limites, também eles multidimensionais, que nos foram impostos enquanto crescíamos e que foram úteis para que pudéssemos compreender e integrar o funcionamento em sociedade, podem agora ser questionados, pois o adulto já possui as ferramentas para agir com responsabilidade e lidar com as consequências das suas decisões.
Assim sendo, o convite é para que cada um entre em contacto com as suas emoções, com as sensações do seu corpo, com seus pensamentos, num caminho de reconhecimento e validação das suas necessidades, com curiosidade e sem julgamento, pois apesar de funcionarmos em sociedade, cada ser tem as suas necessidades únicas que devem ser entendidas e respeitadas, em primeiro lugar pelo próprio. É na caminhada individual que vai assentando a jornada coletiva.
Para lá desta viagem interna, se olharmos à nossa volta, vamos ser constantemente relembrados por todos os elementos da natureza, da qual o humano não é separado, de que esta capacidade de renascer é um super poder, que além de nos permitir integrar, aceitar e viver em unidade e alinhamento completo, sublinha também a responsabilidade das nossas escolhas. A partir do momento em que nos abrimos ao renascimento em ressonância com a nossa autenticidade, vamos também tomar decisões que nutrem a nossa saúde nas suas múltiplas vertentes. Renascer é um estado de abertura e expansão que impulsiona para a Vida. Os hábitos não saudáveis afastam-nos da Vida e são maioritariamente desenvolvidos de forma totalmente inconsciente, por isso, consoante vai havendo uma expansão de consciência esta vai, naturalmente e de forma sustentada, aplicar-se a todas as áreas da vida – o sono, a nutrição, o exercício, o trabalho, as relações. A saúde é muito mais do que a ausência de doença, tal como refere a Organização Mundial de Saúde, atendendo a este caráter plural o entendimento e integração das múltiplas dimensões humanas torna-se crucial na manutenção da saúde.
Abraçar o renascimento é tomar consciência daquilo que é um impedimento a viver plenamente e, progressivamente, começar a usar as ferramentas disponíveis para decidir de forma mais alinhada com o estado natural de ser humano, a saúde.
MÉDICA ESPECIALISTA EM MEDICINA INTERNA E TERAPEUTA DE REBIRTHING
E-mail: [email protected]
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