Por Maria Melo
Somos naturalmente inconstantes e num só dia podemos passar por momentos de alegria, tristeza, euforia e ansiedade. Não controlamos os acontecimentos exteriores. Por sermos sensíveis, muitas vezes valorizamos mais o que experimentamos, do que, o que observamos. Na maioria das vezes reagimos em vez de agirmos, mas as ações demonstram planeamento e as reações demonstram valores. Diz o provérbio “Quem anda com integridade, anda com segurança” e segundo a definição da palavra integridade, ser íntegro significa ser inteiro, completo, perfeito, exato, imparcial, brioso, inatacável. Desta forma, os pensamentos, palavras e ações de uma pessoa estarão alinhados entre si, permitindo a constância entre a forma de pensar e de agir, criando uma estrutura consistente na sua forma de lidar com a vida e com os outros.
A integridade vai além da mera sinceridade. A sinceridade é um comportamento da alma expresso através do reconhecimento da verdade. A sinceridade, por si, não nos leva a uma vida com integridade mas sim ao reconhecimento da verdade. E reconhecer a verdade permite-nos a tomada de consciência. Escolher agir em conformidade com essa verdade leva-nos à mudança. Há uma verdade subjetiva a qual também devemos valorizar. Trata-se da verdade volitiva, ou seja, os motivos que nos levam a agir e reagir. Os motivos que nos levam a fazer algo ou deixar de fazer. Tais verdades motivacionais precisam de ser observadas de perto pois elas representam o atual estado do nosso coração. Assim integridade não é apenas uma convicção. Integridade implica ação. Implica uma atitude, implica um movimento interno que se reflete no exterior, através da forma como lidamos connosco, com os outros e com a vida. Precisamos de assumir a responsabilidade perante as nossas atitudes. Precisamos de assumir a responsabilidade por aquilo que de facto somos responsáveis. Precisamos compreender que integridade não é uma atitude medida pela ausência de erros, mas pela decisão em não repeti-los. A integridade é um hábito que se ganha na rotina diária quando procuramos agir de forma pura e justa. Escolhemos assim viver de acordo com os nossos valores e sistema de crenças.
A integridade pessoal permite-nos “tornarmo-nos um” connosco mesmos e com os outros. Se o oposto for um estado de “não” integridade, nesta condição teríamos a falta de unidade, de consistência que leva à quebra da confiança. A integridade é testada na adversidade e uma das atitudes mais comuns perante a adversidade relacional é o
confronto.
No caso dos relacionamentos, sem integridade estes são fracionados, doentios e incompletos, a integridade é essencial para que os relacionamentos sejam fortes, inteiros, completos e saudáveis. Podemos resumir integridade numa frase: Quando alguém diz que vai fazer alguma coisa, tudo o que queremos é que essa pessoa realmente faça aquilo que disse que iria fazer. Quais os principais benefícios de nos relacionarmos com integridade: A criação de relacionamentos simples e verdadeiros.
A possibilidade de sermos quem somos verdadeiramente, transparentes e reais.
Diminuímos a probabilidade de magoarmos os outros e de sermos magoados.
Sermos efetivamente bem-amados.