in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2021
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
O reconhecimento do “eu” e o autoconhecimento diário são os primeiros degraus a pisar na escada para uma personalidade íntegra. Não nos adianta tentarmos ser deuses, anjos, altruístas e exclusivamente dedicados ao próximo, ao Mundo, ao Universo e até a outros Universos que desconhecemos, quando o fazemos às custas da nossa própria integridade, abrindo feridas internas, buracos emocionais profundos e crises de identidade, sem precedentes, que, mais tarde ou mais cedo, vão comprometer a nossa tentativa (vã) de missão solidária para com os demais.
O nosso maior compromisso é para connosco, e, ao sermos íntegros em conformidade com o ritmo do bater do nosso próprio coração, estaremos, igualmente, a ajudar o todo tal como uma sequência de metrónomos ativados aleatoriamente que, a certa altura, acabam por se encontrar no mesmo ritmo e no mesmo compasso.
As emoções conectam os humanos mas também os podem separar. Se as emoções vierem de um coração puro, honesto e íntegro, cedo destacam-se os motivos para esse encontro, objetivos em comum, tarefas complementares e êxito para todos os envolvidos. Se as emoções não são verdadeiramente de cada um, isto é, nascem limitadas a padrões de crenças impostos e autoimpostos, as pessoas afastam-se, cansam-se, esgotam-se, sentem-se sugadas, tristes, inconformadas e frustradas, pois entre aquilo que uma tenta aparentar e aquilo que a outra não mostra, perde-se o verdadeiro trabalho de amor que as poderia sintonizar, em pleno.
Assim, só podemos, um dia, ouvir a voz do Mundo, quando, cada um, começar a emitir sons da sua própria voz, sem seguir as linhas, formatações condicionais ou caminhos designados por outros, ou até mesmo pelo ego ferido e perdido da própria pessoa.
Por conseguinte, convido o caro leitor, ou cara leitora, a escreverem uma carta de amor a si mesmos. O amor não consiste apenas num sentimento, emoção ou num estado de espírito. O amor é também uma jornada de conhecimento e o caminho verdadeiro para a evolução saudável do coletivo. Nessa carta, reconhecer-se-ão enquanto seres únicos, lindos, divinos e dotados de uma individualidade à qual nunca prestaram a devida atenção. Pois, exportem-na! O Mundo precisa dessa individualidade para encaixar mais uma peça no puzzle da vida. Desta vida comum e em comunidade que une a pluralidade do todo à individualidade de cada um.
Ser-se íntegro é ter, assim, a capacidade de integrar a própria sombra na respetiva luz, tal como uma pilha que só funciona em pleno com ambas as cargas positiva e negativa. A partir daí, parte-se à descoberta gradual de todo o nosso potencial evolutivo e assumimos a conduta das nossas vidas com qualidade, responsabilidade, harmonia e honestidade para connosco, para com os outros e para com este lindo Mundo que nos acolhe como filhos em pleno processo de crescimento e maturação.
A perfeição não deve ser o objetivo, a meta, mas sim o caminho, o trabalho, a dedicação e devoção ao propósito de vida de cada um. Se nos sentirmos felizes, completos e em perfeita sintonia com a nossa essência, então estaremos no caminho certo ou perfeito. O objetivo consiste apenas em acordar naquele abraço ou naquele olhar onde vemos o nosso reflexo a progredir em amor e em verdade com tudo aquilo que o faz refletir no espelho da existência para que, no futuro, todos os nossos frutos possam transportar para o respetivo interior as maravilhosas sementes que lhes deram vida.
TERAPEUTA HOLÍSTICO
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