in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2023
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Eu sinto que grande parte de qualquer processo terapêutico de autoconhecimento, de descoberta pessoal, de tomada de consciência, é feito através da nossa capacidade de nos irmos auto-observando em ação na vida, nas relações, nas circunstâncias – observação sem crítica, sem julgamentos, sem comparações.
Observar, observar, observar o que é, pelo que é.
E este processo só é possível, se decidirmos alocar parte do nosso tempo, da nossa vida ao recolhimento, ao estar conosco e em nós.
Observar, observar, observar o que é, pelo que é.
Este processo só é possível, se decidirmos alocar parte do nosso tempo, da nossa vida ao recolhimento, ao estar conosco e em nós.
É um processo, um caminho que se vai trabalhando numa observação de “quem está ao comando”, que com o tempo, com a prática, vai-se tornando mais fácil.
Com o tempo, vamos conseguindo observar as várias camadas, as várias dimensões que se ativam dentro de nós e ganhar uma consciência do auto-observador, que se observa a si mesmo.
Há uma imagem que me surge, a das bonecas russas - Matrioskas, em que cada uma representa um nível de consciência e conforme vamos “despertando” vamos acedendo a outro nível ainda mais profundo, mais antigo, mais inconsciente - e quando pensamos que já “acordámos”, abrimos espaço para outro mundo inconsciente ainda não explorado.
Este é um trabalho de maturidade, que sinto que vamos começando a despertar para ele por volta dos 28/30 anos, aquilo em que astrologia chamamos do primeiro retorno de Saturno, o primeiro nível, o primeiro anel, de um processo de adultez, de crescimento, de maturidade.
Este é um trabalho de maturidade, que sinto que vamos começando a despertar para ele por volta dos 28/30 anos, aquilo em que astrologia chamamos do primeiro retorno de Saturno, o primeiro nível, o primeiro anel, de um processo de adultez, de crescimento, de maturidade.
Sem este trabalho de recolhimento interno, e de auto-observação, dificilmente viveremos relações saudáveis, iremos atrair relações que espelham apenas partes de nós ainda não redimidas, não conscientes e não acedidas.
Carl Jung, fundador da psicologia analítica, tem um frase que explica este processo de uma forma muito clara:
“Até tornares o inconsciente, consciente; o inconsciente vai direcionar a tua vida e tu vais-lhe chamar destino”.
“Até tornares o inconsciente, consciente; o inconsciente vai direcionar a tua vida e tu vais-lhe chamar destino”, Carl Gustav Jung
Antes de vivermos um relacionamento a dois, precisamos de viver plenamente uma relação conosco mesmos e inteira.
Em astrologia chamamos a isto a experiência de casa 1 e casa 7, o eixo Carneiro e Balança, o eixo do Eu versus Relação.
E apenas dois Carneiros inteiros podem viver um relacionamento (Balança) saudável.
Uma perspetiva astrológica sobre relacionamentos
Carneiro é a primeira experiência do Zodíaco, o que inicia a vida e simboliza a busca da identidade individual.
Em Carneiro eu assumo a expressão do EU SOU, é o arquétipo da vida, da energia solar, do orgulho em si mesmo, da sua capacidade criativa, do impulso natural em realizar os seus desejos e a sua vontade no mundo exterior.
Onde encontramos Carneiro no nosso mapa de nascimento, encontramos excitação, entusiasmo, impulso, autoconfiança, um forte senso de descoberta e de impaciência para descobrir o mundo. De alguma maneira, é o lugar onde ainda não houve tempo para a sociedade ou o mundo reprimir ou moldar a energia criativa da vida, do Ser.
Em Carneiro e/ou na Casa 1, eu tenho a força para Ser quem Sou no mundo, nos meus próprios termos (consciente) alinhados com quem nasci para vir a ser.
É na experiência de Carneiro que eu aprendo a aceder e ser quem Sou.
E é com o trabalho de recolhimento e auto-observação que eu tenho a capacidade de aceder a este arquétipo que tem a força da Vida.
No lado sombra, Carneiro pode ser demasiado “cheio de si mesmo”, demasiado brutal, impaciente e implacável.
O lado sombra abre sempre espaço para a experiência do seu signo oposto complementar: Balança.
Na experiência de Balança, ou de casa 7, eu encontro o outro e tenho uma tendência natural para tomar decisões sempre com base no que é melhor para mim e para o outro.
Equilibro, harmonia ou a procura de uma alma gémea são palavras para Balança.
Ao contrário de Carneiro, a energia de Balança vai pender sempre mais para o Nós e menos para o Eu (Carneiro).
Há, por isso, uma tendência à indecisão e aos relacionamento dependentes. Este é o lado sombra de Balança que precisa de aprender com a energia do seu oposto, da assertividade de Carneiro para Ser e tomar as melhores decisões para si mesmo.
E Carneiro precisa do equilíbrio e da harmonia de Balança para não ser demasiado brutal e ter em conta o outro e os sentimentos do outro.
Há uma dança invisível e inconsciente dentro de cada um de nós. É essencial tornar a “narrativa” dessa dança o mais consciente possível, através do processo de individuação que só ocorre se eu tiver disponível para o recolhimento e a auto-observação.
Há uma dança invisível e inconsciente dentro de cada um de nós. É essencial tornar a “narrativa” dessa dança o mais consciente possível, através do processo de individuação que só ocorre se eu tiver disponível para o recolhimento e a auto-observação.
O que estiver dentro de mim a vibrar é o magnetismo que vai atrair o tipo de relação que eu preciso viver.
Idealmente, quereremos magnetizar relações inteiras e saudáveis, relações co-inter-independentes.
Relações onde não perco o meu Carneiro, quem Sou, mas tenho a delicadeza e harmonia (Balança) em mim de encontrar espaço para acolher e receber o outro tal qual como ele é (Carneiro).
MÃE, TERAPEUTA TRANSPESSOAL, PROFESSORA DE YOGA TERAPÊUTICO. TRABALHA COM ASTROLOGIA E REGISTOS AKÁSHICOS. CRIADORA E GERADORA DO PROJECTO DHARMA FLOW
www.susanabaptistadias.com
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