
Por Margarida Madeira e Sónia Ramalho
in REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2013
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
· “Não quero saber!”
· “Como era feliz se não existisse dinheiro!”
Ao ouvir estas reações parece que voltamos ao século XIX e estamos a falar de algo que desconhecemos, que não percebemos e por isso temos receio.
Será que a má relação que temos com o dinheiro advém essencialmente do desconhecimento que temos sobre o seu funcionamento?
A educação financeira é algo que deveria fazer parte da formação base, mas nunca é tarde para começar.
Análise da sua vida financeira em 5 passos:
O primeiro passo é fazer a seguinte pergunta:
O que é o dinheiro? Por definição o dinheiro existe e foi criado com um único objetivo... Facilitar as trocas comerciais, ou seja, o dinheiro existe para facilitar a vida e não para complicar. Podemos então afirmar que para controlar a sua vida financeira, tem de assumir que esta mudança começa em si e depende 100% de si. Como tudo na vida, verdade?
O segundo passo é a análise da origem da sua ansiedade, ou receio perante esta temática do dinheiro; Para isso pegue num papel num papel e num lápis e escreva: o que mudaria na sua vida caso não houvesse dinheiro, sabendo que mesmo sem dinheiro teria de trocar algo para conseguir comida, casa, roupa etc.
O terceiro passo é a análise do seu dia-a-dia; O dinheiro chega e desaparece sem saber como.
Então antes de avançar nesta nossa viagem financeira é essencial saber para onde vai o seu dinheiro e acredite ou não, não são os grandes valores (Ex: renda da casa, edp, smas) que nos preocupam mais, mas sim os pequenos valores. Por exemplo: Se beber 2 cafés por dia na rua nos dia úteis do mês:
2 x 0,60€ x 22 dias úteis = 26,40€; Se almoçar fora nos dias úteis e gastar em média 5€: 5€ x 22 dias úteis = 110€; Se compra uma garrafa de água pequena por dia no café em frente ao seu emprego:1€ x 22 dias úteis = 22€; Nestes 3 exemplos já tem 22 + 110 + 26,40 = 158,40 de despesas mensais. Se o seu ordenado líquido são 900€, já estamos a falar de 17,60% do seu ordenado foram usados nestes três exemplos. O objetivo deste passo não é apontar o dedo a ninguém. Em finanças pessoais há uma premissa de ouro...“ O dono do dinheiro faz com ele o que bem entender e ninguém tem nada a ver com isso”. Boa? Mas se quer controlar a sua vida financeira é essencial fazer este passo com muita precisão e responsabilidade porque temos tendência para desprezar os pequenos valores.
O quarto passo é identificar o que precisa para viver.
Cada pessoa é única e as suas necessidades também o podem ser - Quais são as suas necessidades? E dentro das suas necessidades quais as suas prioridades?
O quinto passo é saber fazer um orçamento familiar ou doméstico.
Como já vimos o dinheiro existe para facilitar a vida, permitindo ser trocado por bens e serviços de que temos necessidade no dia-a-dia. Então se o dinheiro existe para ser trocado, apresentamos-lhe 4 funções que pode utilizar quando está a utilizar o seu dinheiro.
O método das 4 funções
O dinheiro pode ser usado em 4 funções:
GASTAR; DAR; POUPAR; GUARDAR
O dinheiro associado ao GASTAR pode ser utilizado por bens e serviços que satisfaçam as suas necessidades, ou seja o que precisa para viver.
O dinheiro associado ao DAR pode ser utilizado por bens e serviços que oferecemos a outros.
O dinheiro associado ao POUPAR pode ser utilizado por bens e serviços que irão realizar os seus sonhos ou pagar pelos seus desejos. Entendemos como desejos aquilo que não podemos afirmar como necessidades mas que fazem a sua vida melhor.
No GUARDAR vamos ter o dinheiro para objetivos de médio e longo prazo, vamos ter o fundo de emergência, o dinheiro para a reforma.
O segredo de bem orçamentar é basear-se nas análises que fez nos passos anteriores e assim que receber o seu rendimento, dividir os valores pelas diversas funções, em função do que quer fazer com o dinheiro.
Se no GASTAR só tiver o dinheiro que definiu como o que precisa para o seu dia-a-dia, será mais fácil controlar impulsos, fazer as contas no supermercado quando sabe exatamente quanto tem para GASTAR até ao final do mês.
Por outro lado ajuda-o a realizar os seus sonhos.
Se quiser ir de férias em Setembro e o orçamento é de 1000€; De Janeiro a Agosto tem 8 meses, se divir 1000€ / 8 = 125€; Então todos os meses quando receber o ordenado tem de colocar no POUPAR 125€ para quando chegar a Agosto ter o dinheiro todo para ir de férias descansado. Na prática o POUPAR pode ser um depósito a prazo ou um produto bancário de baixo risco e que esteja disponível quando precisar para ir de férias. Porquê no POUPAR porque é nesta função que coloca o dinheiro para realizar os seus desejos/sonhos.
Já dizia Fernando Pessoa: “Tenho em mim todos os sonhos do mundo”;
Aprenda a usar o seu dinheiro e realize-os!

PROJETO “É TEMPO...” – EDUCAÇÃO FINANCEIRA
PARA PEQUENOS E GRAÚDOS
www.projetoetempo.com[email protected]
REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2013