Por Andreia Pinto
in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2016
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Reconciliarmo-nos connosco é o próximo passo! Buddha disse “O que somos é consequência do que pensamos.” Se pensarmos friamente no assunto é verdade. Quantas vezes temos algo para fazer que só de pensar perdemos a vontade? E toda aquela tensão, stress que nos deixa os músculos contraídos? “Só de pensar fico doente!” é uma frase tão caraterística. Intrinsecamente sabemos que se nós pensarmos ou fizermos algo que não gostamos, ficamos doentes. Na Medicina Chinesa, as doenças autoimunes, nas quais o sistema imunitário ataca uma parte do corpo, têm duas origens: défice energético, geralmente do órgão Rim, ou então são provocadas pela mente, quando repetimos vezes sem conta “odeio-me”, “odeio este corpo”, “odeio a minha vida”. Até onde vamos com este bullying a nós próprios? Até onde vai o nosso ódio? Heis o truque para rompermos este paradigma: amarmo-nos!
A grande maioria da nossa revolta é contra o corpo, contra a nossa cápsula exterior, aquilo que protege quem realmente somos. Como podemos estabelecer uma relação pacífica com o nosso corpo?
René Descartes escreveu “a Natureza ensina-me as sensações de dor, fome, sede, etc., que não estou meramente no meu corpo como capitão de um navio, mas que estou tão unido com ele que parece que juntos compomos um só.”
Somos o nosso corpo tanto como temos corpo e esta relação tem-se vindo a tornar menos complicada desde que não temos de nos resignar com o corpo que nos foi dado. Desde a cirurgia estética a tratamentos temos uma ampla oferta no mercado à qual podemos aceder, contudo é plantada a semente da culpa: “sou capaz de mudar se realmente quero”. Reforça-se a crença de que o que parecemos é o que somos, é como se o nosso corpo dissesse se nos portamos bem ou mal. Talvez seja altura de mudar o que não gostamos, para isso nada pode ser um sacrifício. Ter uma alimentação correta, ir ao ginásio, comer de 3 em 3 horas, evitar hidratos de carbono, nada disto pode ser um sacrifício, nem tem de o ser. Se o for todo o processo está condenado à partida e coloca-nos numa relação infeliz connosco próprios, então onde está o truque? Na nossa mente. O que pensamos somos, certo? Então há que mudar a nossa forma de pensar, há que abraçar toda a nova etapa que nos espera pela frente. Vai ser difícil, mais para uns do que para outros, mas se fosse fácil não era para nós! Todos havemos de chegar ao final com resultados positivos, mais não seja o enorme balanço positivo que vamos ganhando desde o início: “orgulho-me de estar a tentar”, “adoro a minha nova atitude”, “força! Estás no bom caminho”.
Há ainda outra opção e que esta não seja vista como mais fácil ou caminho mais curto, porque é igualmente difícil. Não se trata de uma resignação, mas sim de uma reconciliação connosco, e é possivelmente a mais profunda de todas: amarmo-nos como somos, abraçarmos quem somos de corpo e alma, aceitar que o que somos faz parte de quem somos e é a nossa história, a nossa herança genética, a nossa individualidade.
Reconciliarmo-nos com o nosso corpo, a nossa vida, torna-nos mais e melhores, faz-nos viver mais com melhor saúde e ajuda-nos a redescobrir onde pertencemos. No final de qualquer uma destas etapas de reconciliação somos como uma fénix renascida das cinzas: bela, forte e sã!
TERAPEUTA
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in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2016
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