Por Maria Raquel Luís
in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Manter um peso saudável ao longo da vida é um dos fatores mais importantes para a prevenção do cancro. Ter gordura a mais aumenta o risco de aparecimento de 12 tipos de cancro (mama, colorretal, endométrio. Esófago, vesícula biliar, rins, fígado, boca, faringe e laringe, ovários, pâncreas, próstata e estômago). Porquê que isso acontece?
O excesso de gordura corporal produz proteínas chamadas citocinas que desencadeiam inflamação crónica. Um estado inflamatório crónico cria mais oportunidades para ocorrerem alterações celulares, sendo maior a probabilidade de se desenvolver cancro. Ter uma grande quantidade gordura pode fazer com que o nosso corpo produza muito estrogénio, o que pode contribuir para o desenvolvimento de vários tipos de cancro, como o da mama e endométrio. As células de gordura produzem uma variedade de proteínas que são responsáveis pelo aumento da produção de insulina, que por sua vez pode estimular o crescimento de células cancerígenas. Nunca é tarde para fazer algumas mudanças no estilo de vida para ter um peso saudável. Pode haver alguns desafios envolvidos e pode levar algum tempo, mas se estiver com vontade de melhorar, é sempre possível!
Ser fisicamente ativo
Ser fisicamente ativo pode diminuir não só risco de cancro (mama, colorretal e endométrio), como nos ajuda a ter um peso saudável e a diminuir o risco de inúmeras doenças crónicas. Apenas 30 minutos de atividade física, 5 vezes por semana, podem ajudar muito a melhorar a nossa saúde. Às vezes, o primeiro passo e o mais difícil, mas nunca é tarde para começar a ser mais ativo! Qualquer tipo de atividade física é melhor que nenhuma por isso pode mesmo começar de forma simples.
Ter uma alimentação à base de plantas
Incluir na sua alimentação cereais integrais, hortaliças e legumes, frutas e leguminosas é importante para a prevenção de vários tipos de cancro (colorretal, esófago, boca, faringe e laringe, estômago) e contribui para uma vida mais saudável. Isso porque os alimentos à base de plantas são ricos em fibras, nutrientes e fitoquímicos que são responsáveis por proteger as células dos danos que podem originar cancro.
Limitar a ingestão de carne vermelha e evitar carne processada
Há uma forte evidência científica de que o consumo de carne vermelha e carnes processadas aumenta o risco de aparecimento do cancro do colorretal.
Se come carne vermelha, limite essa quantidade a 350-500g por semana e evite comer carnes processadas tais como fiambre, salame, presunto e salsichas.
Tanto a carne vermelha como a carne processada contêm ferro heme que é a substância que confere a cor vermelha. Este composto é responsável por danificar o revestimento do colon. Cozinhar a carne a altas temperaturas produz outras substâncias cancerígenas como aminas heterocíclicas e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, ambas relacionadas com o desenvolvimento do cancro colorretal. No processo de transformação da carne em carne processada são adicionados fixadores de cor (nitratos e/ou nitritos). Durante esse processo ocorre a formação de compostos carcinogénicos conhecidos como nitrosaminas, que são originados a partir da reação de nitritos com aminas secundárias presentes na carne. Essas nitrosaminas, quando ingeridas, podem reagir com o DNA das células intestinais fazendo com que, possivelmente, ocorram mutações genéticas e haja maior probabilidade de ocorrer cancro.
NUTRICIONISTA PÓS GRADUADA EM NUTRIÇÃO EM ONCOLOGIA
CÉDULA 1849N
www.akademiadoser.com/mariaraquelluis
in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2022
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