in REVISTA PROGREDIR |FEVEREIRO 2024
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E, só por termos integrado o medo na nossa jornada, a renovação já teve o seu início. As coisas começam a existir mesmo antes de terem forma. Existem a partir do momento em que se tem o impulso de as concretizar. Acho muito interessante que os propósitos de Ano Novo estejam sempre mais ligados ao deixar de fumar, emagrecer, começar a fazer exercício, adquirir hábitos saudáveis, gerir melhor o dinheiro, redecorar a casa, fazer aquela viagem, adquirir um bem qualquer, etc. e outros deste tipo de contextos. Acho maravilhoso quando alguém decide que, num Ano Novo qualquer, quer ser melhor pessoa. Ou quer fazer terapia para a sua cura interior ou para o seu desenvolvimento pessoal. Ou decide trabalhar em si própria para aprender a lidar com medo A, B ou C. Essas são as verdadeiras pérolas.
Quando alguém tem como propósito dar início à sua escalada evolutiva, nesta ciência oculta de se ser pessoa, a coisa já se começou a dar. Se este pensamento e esta vontade nos aflora, os milagres começam a acontecer. O bichinho carpinteiro da renovação começa a rabiar no nosso Universo interior.
A partir do momento em que a decisão fica tomada, o Universo exterior começa a conspirar a nosso favor. E o potencial de mudança fica disponível. Viajar até à nossa essência, até ao nosso âmago é, de facto, a viagem da nossa vida. A tal que deve ser planeada com toda a disponibilidade e dedicação. Pode traçar-se um programa inicial deixando-se espaço para o improviso e para as surpresas que possam surgir no caminho. Planear sem rigidez, com a flexibilidade necessária para se ir navegando conforme os caminhos se vão descobrindo e abrindo. À medida que se vai fazendo esta viagem interna, vamos conhecendo a casa que acolhe o nosso “Eu”, em todas as suas vertentes e dimensões. Este propósito de autoconhecimento, de autorreflexão, de descoberta de caminhos, veredas e becos internos, de identificação dos inquilinos que moram na nossa casa interior, os medos, as dores, os traumas, as sombras, permitem iniciar-se a busca pela cura. A busca pela própria cura é, do meu ponto vista, o melhor movimento que um ser humano pode fazer. É a primeira obrigação que cada um deve ter consigo próprio. Este propósito de cura já fomenta uma dinâmica de renovação extraordinária.
Desta forma, podemos incluir nos propósitos de Ano Novo e na secção dos hábitos saudáveis (para não ser muito disruptiva), o hábito de olharmos para dentro e de nos procurarmos curar. De renovar sistematicamente a massa da qual somos feitos no sentido de sermos cada vez melhores seres humanos e de nos auto amarmos perdidamente. Só se renova o que já existe. Não se renova a decoração em casas que não existem. No meu conceito, renovar implica que as raízes e as fundações sejam cada vez mais fortes e seguras. Como as árvores. Em simultâneo, e para que se atinja uma vida o mais plena possível, vamos renovando os nossos ramos, as nossas folhas, as nossas flores e as nossas sementes. Crescemos em profundidade, com as nossas raízes, e crescemos em altura e em extensão, com as nossas ramificações. Estou piamente convicta de que é este equilíbrio que nos traz estrutura, evolução e felicidade.
Quem sabe se não é o calendário, época do ano, dia comemorativo ou outro fator externo qualquer que nos ajuda ou impele a começar um verdadeiro processo de renovação? Se assim for, abençoado decreto!
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