
in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2014
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
A Internet é responsável por isto, mas mais ainda as redes de alto débito de dados e ainda mais a democratização dos telefones móveis ditos “smart”. A Primavera Árabe aconteceu porque foi possíveis cidadãos comuns, tornarem conhecidos aspetos cruciais dos seus contextos a uma escala inimaginável no momento certo, através das redes sociais (nomeadamente Twitter), recorrendo simplesmente a telefones móveis e às suas capacidades de sms, e com isso mobilizar “massas” e induzir mudanças profundas.
Este poder torna-nos aos olhos de todos os demais como agentes de mudança, como seres singulares que podem verdadeiramente “fazer a diferença”.
Este poder encerra também uma imensa responsabilidade: a de olharmos para o nosso mundo com um novo olhar, mais unificado, mais inclusivo, mais sistémico, mais sentido, mais extensivo, mais profundo. O que significa isto?
A vida contemporânea é uma imensidão de estímulos. Há muitíssima informação e disponibilidade de experiências o que se torna tanto uma bênção quanto uma maldição.
A forma de nos apercebermos do mundo é sistemática e inconscientemente baseada em modelos que temos padronizados. Um desses padrões, há-os mais, é uma distinção fundamental no nosso mundo: interior/exterior e individual/colectivo. Interiores incluem pensamentos, sentimentos, significados e experiências meditativas; Exteriores incluem átomos, cérebros, corpos e comportamentos; Indivíduos são singularidades humanas com as suas distintas formas e experiências e Coletivos são várias singularidades humanas que interagem juntas em grupos culturais e sistemas.
Mais detalhadamente temos um padrão de observação que nos leva a ter um modo de ver o mundo que assenta gravitacionalmente numa destas quatro perspectivas. A imagem apresentada tem uma semaforização associada porque a nossa sociedade está carente de NOVAS visões, modelos e ação nuns quadrantes e está muito capacitada noutros.
A grande surpresa destas distinções é que ainda que usemos preferencialmente uma delas para observar e dar significado ao mundo e aos eventos, elas quatro estão presentes em simultâneo em qualquer situação das nossas vidas.
Observe-se a ler esta nova edição da revista Progredir®:
- Quadrante superior esquerdo - O interior individual - o espaço “Eu” - você sente-se excitado e curioso ao ler inúmeros artigos que despertam para novas possibilidades;
- Quadrante inferior esquerdo - o interior coletivo - o espaço “Nós” - A revista está publicada num contexto de valores partilhados, significados e expetativas. Enquanto leitor da Progredir® não espera ver anúncios a marcas de cigarros. Não espera ver palavrões escritos. E espera que haja pluralidade de espaço e inclusão de perspetivas.
- Quadrante superior direito - o exterior individual - o espaço “Aquilo” - os seus comportamentos físicos são óbvios - você estará sentado à secretária, terá ligado o computador, terá uma temperatura corporal de 36ºC, batimentos cardíacos de 60 bpm, etc.
- Quadrante inferior direito - o exterior coletivo - o espaço “Aquilos” - a energia que alimenta o seu computador (sistema energético), o acesso que você tem à internet e que todos os meses paga (sistema web de routeamento/indexação e sistema económico), o regime de pluralidade vigente (sistema democrático), a utilização do idioma Português (sistema linguístico), etc.
Enquanto lê a Progredir®, ou faz qualquer outra coisa, estão presentes sempre as 4 perspetivas. A nossa limitação está em usar preferencialmente apenas uma ou duas delas (seja as interiores, ou as exteriores, ou as individuais ou as coletivas). E quando o fazemos de uma forma absolutista (reconhecendo apenas o nosso modo de perspetivar como existente ou válido) caímos num conjunto de “_ismos” que todos temos presentes nas nossas Vidas, em nós, num colega, familiar ou amigo.
O absolutismo do quadrante interior individual é o Idealismo; o absolutismo do quadrante exterior individual é o Atomismo; do quadrante interior colectivo é o Relativismo e do quadrante exterior colectivo é o Holismo;
E o convite que aqui fica é o de expandirmos a nossa interpretação dos eventos para estas quatro perspetivas, usando os quatro quadrantes, porque assim enriquecemos a nossa visão do Mundo, ficando mais capaz e organizadamente informados, e tornamo-nos mais responsáveis pelas nossas decisões e pelas nossas ações.
Esta reflexão está fundamentada no Modelo Integral e numa das suas lentes de Perspetivação. O Modelo Integral é uma poderosa ferramenta para integração mental. Identifica inúmeras simples distinções que nos permitem reconhecer, classificar e eventualmente transcender (e incluir) perspetivas.
Precisamos de constatar e integrar esta perspetiva de perspetivas em quem nós Somos e naquilo que Fazemos. Um novo Olhar!
Que alimente novas crenças, novos pensamentos, sentimentos e novas ações.
José Soutelinho Despertutor www.despertutor.pt [email protected] in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2014 (clique no link acima para ler o artigo na Revista) |