Por Bárbara Ruano Guimarães
in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2021
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Começar uma nova etapa significa, também, que algo não resultou e que queremos mudar.
Quando nos vemos perante a mudança, abrimos a porta ao desconhecido, e isso é ganhar consciência que o que até hoje foi certo, agora vai deixar de ser.
Na hora de recomeçar, é normal que o medo apareça: o medo de não ser capaz, de não ser suficiente e de um futuro diferente. Medo das nossas próprias expectativas e de perder um passado a que nos habituámos. Podemos até ter medo de estar a sonhar alto demais e de não conseguir alcançar a felicidade, sozinhos.
Novos começos implicam novos hábitos, novas formas de pensar, novos desafios e estar abertos a uma nova realidade. Se quer começar de novo acredite que é possível, se não fosse, não teria essa semente dentro de si.
É relativamente simples aprender padrões de vida que funcionam, de pessoas que já começaram de novo, alguém que já fez idêntico ao que idealizamos. Para começar de novo é bom estudar os seus hábitos, onde foram buscar a confiança, como agiram, como pensaram, como se sentiram quando atingiram os seus objetivos e como reagiram quando algo não resultou. Trabalhar a inspiração é uma ótima ferramenta para começar de novo.
Se está a começar um novo processo há dois pontos que quero partilhar consigo:
1 – Mantenha a calma e seja persistente. Vá adquirindo hábitos que a/o ajudam a ser essa melhor pessoa que quer. Lembre-se que o hábito faz o monge. O seu sucesso virá com o processo e com a confiança que vai adquirindo todos os dias ao experimentar, ao errar e ao reformular. Virá de todos os dias em que fizer, em que testar e em que insistir. A decisão de um novo começo é um clique, o sucesso é um processo. Ou seja, ter uma de sucesso a viver o nosso potencial requer tempo e o seu empenho. Não desista, investigue, inspire-se e diga para si: “é isto que quero, é isto que vou fazer.” Lembre-se que a motivação não está sempre connosco, pelo contrário, é algo que se mantêm em cada dia que vivemos um sonho. Quer em dias que resulta, quer em dias que não.
2 – Depende de si e de mais ninguém. Por vezes, na tentativa de ter soluções mais acertadas apoiamo-nos na opinião dos outros. Quando não sabemos como mudar o que não está bem e estamos inseguros em relação às nossas capacidades, vamos buscar força nas palavras de outros, certezas nas suas ideias e dividimos a responsabilidade das nossas decisões entre nós e os outros. Pode parecer, e talvez seja, mais fácil, mas não funciona. A longo prazo, não funciona. A pouco e pouco vamos ficando mais e mais dependentes do que alguém tem a dizer e da sua validação. A pouco e pouco perdemos o nosso foco porque estamos a agir sem ouvir o nosso coração, estamos a negar a nossa essência e a abdicar do nosso valor pessoal. Este depender da aprovação externa pode deixar-nos reféns das suas críticas e julgamentos, porque vamos pedindo e solicitando até que se torna um hábito, até que os outros acham que podem governar a nossa vida como se fosse a deles. Porquê? Porque deixámos que isso acontecesse…
Se se identifica com isto que acabei de escrever e quer começar algo de novo comece por se libertar da dependência nos outros. Dê as suas cabeçadas, faça o que lhe apetece porque este tempo é seu… Confie no seu processo e responsabilize-se pelos resultados que alcançar. No início pode parecer assustador e é, sem dúvida, um caminho mais solitário, mas vale a pena, é a única forma de recuperar a sua autoestima e sentir que está a fazer algo que é realmente para si. Os outros estão cá para melhorar o nosso caminho, não para o definir. Devemos mesmo ser nós a definir esse caminho, pelo menos qual nos parece ser o melhor para nós agora, para que possamos filtrar toda a informação que nos chega.
Um novo começo requer três definições claras.
A primeira é perceber o que está a acontecer que nos levou a querer começar de novo. Se sente que quer começar de novo pergunte-se primeiro: “O que está a acontecer?”.
A segunda clareza que devemos ter é sobre o que queremos de diferente, ou seja, saber responder à pergunta: “O que quero?”. Esta segunda pergunta vai dar foco e coerência às nossas ações durante a mudança. Por exemplo, o nosso novo começo pode passar por ser uma líder mais tranquila ou uma mãe mais calma. O que está a acontecer pode ser estar a exaltar-se frequentemente e isso não lhe traz realização pessoal, como mãe ou como profissional.
Ao perguntar-se: “O que quero que aconteça?” vai conseguir perceber o que há a mudar. Pode dizer que se quer sentir mais calma, que quer ser uma profissional inspiradora ou uma mãe mais presente para os seus filhos.
A terceira clareza a ter é: “Como vou fazer para chegar lá?”.
Como quer que isso aconteça? O que especificamente pode mudar? Talvez possa começar a escutar mais ativamente. Talvez fazer menos tarefas ao mesmo tempo, para se sentir menos exacerbada. Quem sabe respirar mais conscientemente durante o dia para que a tranquilidade esteja presente. Ou começar a dizer mais o que pensa para que os outros também consigam perceber o que se passa consigo. Há uma série de passos que pode implementar. Não existe uma receita mágica para todos, existe a que se adapta melhor a si. Responda: como pode fazer, para que isso que quer, aconteça?
Por fim, se está num período de mudança e quer começar de novo, responda a estas duas questões: O que faria a coragem? O que faria o amor?
COACH DE POTENCIAL E PROPÓSITO – ESPECIALISTA EM ALINHAMENTO DE CARREIRA & EQUILÍBRIO PROFISSIONAL/ EMOCIONAL
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