in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2024
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
A Ilusão da Riqueza é provavelmente a maior das ilusões, em grande parte provocada pela facilidade de acesso ao dinheiro dos outros (que é como quem diz, acesso ao crédito). Durante muitos anos vivemos com taxas de juro muito baixas, o que permitiu alimentar estilos de vida que não se adequam à nossa realidade financeira. Infelizmente, quando falamos de finanças somos demasiadamente influenciados pela comparação social, que nos leva a querer manter as aparências, quando precisamos de cortar custos. Ignoramos a realidade, esquecemos prioridades e comprometemos o nosso futuro financeiro.
Ilusão da invencibilidade
É curioso que muitas vezes nos achamos invencíveis. Consideramos que os problemas, os imprevistos ou os infortúnios só acontecem aos outros. Esta postura, revelando muito pouca prudência, deixa-nos expostos a toda a série de consequências associadas a eventos imprevistos, como doenças, desemprego, divórcio ou simplesmente sinistros automóveis. E os imprevistos acontecem sempre, só não sabemos é quando!
Ilusão da liberdade
As famílias têm delegado cada vez mais responsabilidades que lhes competem nos outros, em especial no Estado. Talvez por isso, acabamos responsabilizando os outros dos nossos problemas. Na prática, a culpa dos nossos problemas é do Estado (que nos cobra muitos impostos), dos Bancos (que nos emprestam dinheiro quando lhes pedimos), das seguradoras (que não pagam os sinistros) ou do empresário (que explora os trabalhadores). Com esta postura, perdemos a capacidade de autoavaliação, o que nos impede de evoluir e de aprender. Infelizmente, para sermos verdadeiramente livres temos de dispor de meios financeiros para tal.
Ilusão do Youtube
A iliteracia financeira que abunda em Portugal (mas não só) leva-nos a seguir modas e supostos peritos que prometem simplificar as nossas decisões. Esta tendência tem sido reforçada pelo advento das Redes Sociais, que permitem a difusão de informação que não é validada e que pode não ser credível. Aliás, uma pesquisa rápida na internet permite-nos encontrar esquemas e burlas financeiras, cada vez mais criativas.
Como combater estas ilusões?
Viver a verdade financeira implica que nos conheçamos a nós próprios, o que começa por conhecer a nossa realidade financeira (talvez fazer um orçamento familiar), sabermos o papel que o dinheiro tem nas nossas vidas e quais são as nossas prioridades, especialmente porque estas são refletidas na forma como gastamos o nosso dinheiro.
Combater a ilusão da riqueza passa, muitas vezes, por evitar a todo o custo o recurso ao endividamento, especialmente as dívidas de curto prazo. A dívida não resolve os problemas. Antes, pode agravá-los a ponto de não retorno.
Vencer a ilusão da invisibilidade implica que tenhamos poupanças para emergências (sim, na maioria dos casos é possível poupar, tendo a família de fazer alguns ajustes nos seus hábitos de consumo). Por outro lado, saber que os seguros podem ser nossos aliados em proteger-nos de imprevistos.
Superar a ilusão da liberdade passa por tornar a liberdade financeira uma realidade. Para tal, devemos conhecer quais são os nossos objetivos, passo essencial para nos motivarmos na sua conquista e começar a investir para multiplicar o nosso dinheiro, assumindo que temos as rédeas do nosso futuro financeiro nas mãos.
A ilusão do Youtube é mais difícil de vencer, porque implica estudo e trabalho. Temos de investir na nossa educação financeira e procurar fontes de informação credível e alinhadas com os nossos interesses. Neste contexto, podemos recorrer a intermediários de crédito, mediadores de seguros e a sites e blogues de literacia financeira de entidades credíveis. Por fim, usar do bom senso, que acaba por ser o nosso maior aliado.
SÓCIO-FUNDADOR DA REORGANIZA, EMPRESA ESPECIALIZADA EM MENTORIA FINANCEIRA. FORMADO EM GESTÃO, AUTOR DE LIVROS DE FINANÇAS PESSOAIS. CASADO E PAI DE 7 FILHOS
www.reorganiza.pt
[email protected]
in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2024
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)