in REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2025
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Para a Psicologia, a alma é a metáfora da psique humana, aquilo que diferencia cada um de nós enquanto ser único, dotado de virtudes. Não há um exemplar humano igual ao outro, no que se refere à psique, mesmo em se tratando de gémeos idênticos.
Portanto, é na alma que reside a nossa autenticidade. É ela que nos inspira a buscar uma vida com sentido, com significado, que fomenta o exercício da nossa idiossincrasia, das nossas verdadeiras qualidades!
Entramos em contacto com a alma nos momentos de conexão profunda, connosco e com o outro, momentos estes de escuta, amor, compaixão e generosidade. Ela se revela através da nossa expressão criativa, do viver em harmonia, da experiência de êxtase diante da natureza ou da arte.
Dessa forma, a alma torna-se um reflexo do que é mais significativo para nós. Ela é a história que contamos sobre quem somos, o que verdadeiramente importa e por que existimos.
Psicólogos humanistas como Viktor Frankl e Abraham Maslow consideraram a busca por significado, autenticidade e propósito como a pedra angular do bem-estar psicológico. Frankl, através de seu trabalho com sobreviventes do Holocausto, revelou que, mesmo diante de intenso sofrimento, o espírito humano, o que alguns chamam de alma, é capaz de superar até o terror presente em certas adversidades.
Os desafios pelos quais passamos, por mais difíceis que sejam, no fundo estimulam o contacto com as nossas virtudes, com nossa força interior, com o nosso potencial construtivo e criativo, para com isso aprendermos e evoluirmos ao longo da nossa jornada.
Sendo assim, não é possível enganar a alma, por mais lógico que sejam os argumentos, por mais competentes que sejamos no uso de estratégias e ferramentas para lidar com as intempéries da vida. Pois a alma pede para ser ouvida, para ser respeitada, para ser compreendida, para ser cultivada e bem cuidada. Este é o grande desafio do autoconhecimento: escutar sem censura a alma!
Mas, por vezes, é tão difícil… Parece mais “confortável” fugir de nós próprios e procurar por respostas fora… fora da alma. O alívio, se ocorrer, será de certo temporário.
As dores emocionais são no fundo dores de uma alma negligenciada e silenciada por um eu caracterizado pela dificuldade em se perceber e se sentir percebido, em comunicar as reais necessidades da Pessoa, no sentido mais amplo desta palavra!
Coloco-vos aqui então um desafio: o que diz a vossa alma?
Olhe-se no espelho, olhe nos seus olhos e tente descobrir o que eles comunicam de verdade. Olhe também nos olhos do outro e tente perceber o que a alma dele comunica.
Não é possível florescer como Pessoa e ter relações genuinamente saudáveis sem praticar o diálogo com a Alma.
PSICÓLOGA CLÍNICA, PSICOTERAPEUTA & COACH
[email protected]
www.MarcelaAlmeidaAlves.com
in REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2025
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