Por Mário Moreira
in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2014
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
No símbolo que representa esta dualidade - o diagrama do tei-gi -, a porção negra do círculo corresponde a Yin e a branca ao Yang.
Yang tem o significado de positivo, sol, masculino, energia, movimento, dia, força, positivo, sul, parte ensolarada de uma montanha.
Yin significa o oposto: negativo, lua, feminino, quietude, noite, norte, parte escura de uma montanha. Ainda de acordo com o próprio símbolo, todos nós temos uma parte “do outro lado” dentro de nós – apenas temos um dos lados mais predominante, mas precisamos permanentemente do outro para nos equilibramos.
É interessante referir que esta filosofia tem correspondência direta com a filosofia indiana do Yoga. Yoga significa “União” e embora este termo reporte a união entre corpo, mente e espírito ou união entre o nosso ser e o divino, também pressupõe o entendimento de que somos compostos de um lado solar – “Surya” – e um lado lunar – “Chandra”.
Contudo, esta simbologia não deve ser entendida de acordo com a visão do ocidente, em que a claridade é boa e a escuridão má. O mundo resulta de um permanente equilíbrio entre estes dois tipos de energia que o compõem, de contrário entraria em colapso. Da mesma forma que o dia só pode existir se alternar com a noite, também nós na nossa vida individual e social, somos compostos de energia positiva e negativa.
Não podemos estar sempre em movimento, caso contrário entraríamos em exaustão; não podemos amar sempre com uma energia excessiva, pois assim cedo a paixão iria esmorecer; não podemos aceitar sempre passivamente tudo o que nos dizem, pois acabamos por explodir e causar danos à nossa volta.
Yin e Yang constantemente se alternam na predominância que têm nas nossas vidas e no equilíbrio do Universo, como podemos ver em várias dimensões da natureza: o dia e a noite, as estações do ano, os nossos estados de alma, os ciclos biológicos de reprodução dos seres vivos.
E qual o papel de Yang neste equilíbrio que procuramos permanentemente?
No entendimento da filosofia taoista, no género humano é predominantemente ao homem que cabe este papel pró-ativo e enérgico, que nos leva a agir. Não apenas, pois todos – homens e mulheres – temos no nosso interior esta função. Que é necessária e fundamental para avançarmos nas nossas vidas.
Se há um momento para pensar e ponderar, também tem de haver momentos para avançar e “fazer ”, mesmo que sem tomar em conta todas as condicionantes prévias a agir.
Se o momento em que ponderamos e analisamos as condicionantes e as consequências dos atos – Yin - não der frutos através de uma ação decidida e firme – Yang -, ficaremos eternamente presos às consequências da não-ação. E esta não é opção para as nossa vida agitada e inserida numa sociedade constantemente a exigir de nós. Mas se essa atividade se tornar excessiva (preponderância de Yang), felizmente o equilíbrio em que todo o universo está inserido logo trata de nos levar à reflexão e análise do que estamos a levar a cabo (preponderância de Yin).
PROF. DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DE YOGA
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in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2014
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