Por Maria Melo
in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013
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Mas então o que é isto da Nova Era?
Há cerca de trinta anos, formou-se um movimento cultural/filosófico/religioso, que pretende reagir contra o presente estado da humanidade, tentando criar o despertar da consciência através da transformação espiritual. Segundo o autor Nevil Drury, as origens do movimento podem ser encontradas nos séculos 18 e 19, através das obras de Emanuel Swedenborg, Franz Mesmer, Helena Blavatsky e George Gurdjieff, que lançou alguns dos princípios básicos filosóficos que mais tarde vieram a influenciar o movimento. Ganharia um novo impulso na década de 1960, tendo influência da metafísica, autoajuda da psicologia, e dos vários gurus indianos que visitaram o Ocidente durante essa década.
Desta forma, as ideias e objetivos deste movimento parecem recolher elementos orientais, das terapias alternativas, da psicologia transpessoal, a ecologia profunda e outras correntes.
A comercialização e a mistura de todos estes conceitos, na possível tentativa de proclamação de uma nova época para a humanidade, faz nos pensar se não estaremos perante a verdadeira ilusão de que a salvação pessoal passa pelo outro e não pela responsabilização do próprio, pelas suas escolhas, atitudes e ações.
Em quase todas as épocas o homem sentiu a necessidade de evoluir, de se auto descobrir, de tornar mais presente a sua presença neste mundo, de se reconhecer e de encontrar respostas a questões como, quem sou eu? e para onde caminho?
O caminho do desenvolvimento pessoal quase sempre esteve presente nas várias culturas, através de várias ciências como a psicologia, a filosofia ou mesmo a teologia, com maior referencia ou menor protagonismo, não serão novas estas questões nem certamente as respostas de hoje serão tão diferentes das de outras épocas, se tivermos em conta o enquadramento e a evolução social do ser humano.
Assim, na busca desse desenvolvimento poderá ser preciso reconhecer a possibilidade da existência da ilusão na sociedade em geral. A ilusão associada a variadas circunstancias como o dinheiro, o poder, o controle do outro, os relacionamentos, as expectativas. Desviando-nos da capacidade de compreensão que possivelmente o único responsável pela felicidade, evolução e crescimento, somos nós próprios, na medida que cada um escolhe e se disponibiliza à mudança.
Esta mudança para uma maior responsabilização do outro pela sua vida, através de uma abordagem mais positiva poderá sublinhar a autonomia e potencializar o individuo, assumindo a sua responsabilidade pessoal e social, promovendo a evolução a nível comunicacional, emocional e relacional, não descorando a realidade dos obstáculos da vida mas tornando-os talvez comparativamente com as potencialidades desta, menos relevantes.
Mas para isso será preciso estar informado de uma forma construtiva e não de uma forma ilusória, onde a mensagem que é passada em que a vida se tornará simplesmente fácil e cor-de-rosa como nos contos de fadas. Informação que nos permita realmente poder saber o que escolher para as nossas vidas, com otimismo e esperança, criando a possibilidade de vivermos vidas refletidas, informadas e com experiencias emocionais positivas saudáveis (alegria, amor…), conscientes das nossas potencialidades e dedicadas ao bem comum.
“Quando sucumbimos à ilusão ficamos como se fôssemos viajantes do deserto que acreditam ser real uma miragem”
Life coach e co-fundadora da Akademia do Ser
www.akademiadoser.com
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REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2013