
in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2014
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Todos nós somos a manifestação de uma mistura intrincada e única desses 12 princípios, o que nos leva a estar focalizados em áreas de expressão diferentes, a ter motivações, valores, necessidades e modos de operar diversos. O mapa astrológico natal, onde estão indicadas as posições que os planetas ocupavam no céu, no momento do nosso nascimento, representa simbolicamente o nosso ponto de vista face a toda a existência. E quando olhamos o mundo desse nosso ponto de vista único, somos de facto o centro do Universo. É através do filtro da nossa consciência que a realidade se materializa: o que não temos consciência não existe para nós e o que percepcionamos é colorido pelas experiências anteriormente vivenciadas. Nesta perspetiva, somos assim os criadores da nossa realidade, com as escolhas que fazemos, investindo a nossa consciência numa determinada direção.
Poderíamos ficar por aqui e concluir que tudo o que existe à nossa volta é simplesmente um reflexo dessas escolhas, mesmo os outros serão apenas, para cada um de nós, reflexos daquilo que sobre eles projetamos. Mas há uma outra implicação nesta arquitetura da existência: apesar de isolados na nossa consciência individual, com um ponto de vista único, todos partilhamos do mesmo espaço/tempo. Os universos pessoais de cada um coabitam simultaneamente uns com os outros, entrecruzam-se, interpenetram-se, fertilizam-se e criam novas possibilidades que de outro modo nunca perante nós se colocariam. Diria assim que esta condição de partilha é um dos pilares de fundação do Universo e um dos principais mecanismos de evolução da consciência.
Toda a vida é construída sobre esta premissa: partilhamos a existência com os nossos semelhantes, mas também com todas as outras formas de vida que constituem o nosso ecossistema. Nós próprios somos um mini-universo biológico onde coabitam inumeráveis formas de vida; somos seres sociais, que se organizam entre si para sobreviver e prosperar. É através da partilha de interesses, valores e objetivos que se criam culturas e se edificam civilizações.
Numa escala mais pessoal é também a partilha do nosso espaço/tempo que nos permite aprender e crescer. Logo desde o nascimento necessitamos da cooperação dos outros para sobreviver, e à medida que vamos amadurecendo vamo-nos preparando para ser agentes ativos nessa dinâmica de partilha: é contribuindo para o coletivo, construtivamente ou não, que conseguimos progredir nos nossos propósitos pessoais.
Internamente é também, através deste mecanismo de partilha que se opera o verdadeiro crescimento e evolução, seja partilha com outros seres humanos ou com outras formas de consciência.
Quando partilhamos com alguém uma experiência pessoal, uma ideia, uma aspiração, um desejo, algo radicalmente transformador acontece: através do contato com o outro, o que estava guardado dentro de nós é lançado no universo da manifestação. Como uma semente, que necessita de ser exposta a condições externas para despertar e florescer, é também projetando-nos para o território da partilha que criamos a nossa realidade: ideias que se materializam em projetos; valores que se estruturam em movimentos sociais; sentimentos partilhados que fazem nascer uma relação, uma família, uma comunidade.
JORGE LANCINHA ASTRÓLOGO www.astrologia.jorgelancinha.com [email protected] in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2014 (clique no link acima para ler o artigo na Revista) |