Por Joana Tomás Pereira
in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Existe uma pré-formatação que muitas vezes precisa de ser desmontada antes do início de um novo relacionamento. É fácil? Não! Nada fácil, mas só assim existirá a oportunidade de Amar em total liberdade e a paz, a harmonia e a leveza que se adquire com essa aprendizagem é uma grande conquista.
O exercício de observação dos mecanismos da mente é a chave para relações saudáveis, harmoniosas e sem conflito. O “striptease” das raízes emocionais é das artes humanas mais apaixonantes. É ver um ser humano a ser esculpido por si mesmo, é ver renascer um novo Ser, muito mais maduro, sábio e pacífico.
Querer possuir o outro de forma a alimentar, sonhos, vazios ou carências é cegueira, é egoísmo. Para existir liberdade nas relações, o princípio básico é já existir um autoconhecimento muito bem esmiuçado de quem “sou”. Esta observação dá espaço para realmente Amar, primeiro a mim e depois o outro. O apego, a cobrança, o mendigar presença, o ter que implorar seja o que for, é desgastante, é tortuoso, é dilacerante, é estar preso aquilo que não vibra na mesma sintonia.
Amar em liberdade requer maturidade, respeito, aceitação, enraizamento, companheirismo, partilha, coragem e força. É um estado de Ser e não de querer. Dou porque assim sou e não porque o outro deseja que eu o seja. É um desperdício de energia insistir em ficar preso a ilusões e a falsas promessas.
Conseguir sair de situações não correspondidas é a maior liberdade que se pode atingir, é dar lugar ao Poder que cada um tem de continuar a sonhar com asas que dão vida. É ser livre numa relação “consigo mesmo”, é respeitar quem “É”, é aceitar quem o outro é. E acima de tudo, é não insistir em relacionamentos que não respeitam os Três Mundos a dois.
O Amor não é um devaneio, é preciso maturidade, para saber que só é preciso beijar se o que realmente se quer é acariciar o coração e não somente passar a mão pelo cabelo… Quando se toca um corpo, está a tocar-se uma alma… respeitar esse ato é tão essencial como respirar… tanto se banaliza o bailado entre dois seres, nessa conexão que é a envolvência de duas almas… esse prazer, essa vontade de tocar, de sentir, que leva a um entusiasmo encantador, deverá ser profundamente respeitado… poucos diferenciam o desejo carnal, da magnificência de dois corpos que se juntam, para num ato de intimidade se conhecerem, se amarem, se desejarem, se libertarem de tensões provocadas pelo stress da vida quotidiana.
Racionalizar o amor é cair no labirinto da mente, é deixar que os fantasmas enigmáticos do intelecto bloqueiem o fluxo da liberdade de sentir.
Ser humilde, agir em simplicidade e em respeito pela travessia de cada um é ter controle nos prazeres e desejos mundanos, de que nada alimentam, a não ser um ego faminto que só quer encher vazios através da entrega sincera do outro…
A genuína liberdade é alcançada quando se larga a ideia de que para estar bem é preciso procurar distrações ou muletas que sustentem a carência. Ser livre é recorrer aos recursos internos, que vão sendo adquiridos com o confronto direto das “sombras”, sem lugar a fugas.
COACH DE ESCRITA TERAPÊUTICA
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in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2020
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