in REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2015
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O brilho no olhar, a magia no pensamento...Uma menina que sonha encontrar o príncipe encantado e viver feliz para sempre num palácio. Mas não num palácio qualquer, num palácio cor-de-rosa.
Nos contos de fadas os finais são felizes e as relações são para sempre.
E na vida real? É tudo assim tão mágico?
Era tudo mais fácil... Se o mundo fosse "cor de rosa"!
Era tudo mais fácil se os sapos se transformassem em príncipes!!!
Sim, era mais fácil! Mas... A vida não é cor de rosa, é de varias cores! Os sapos não se transformam em Príncipes! E... A perfeição não existe!
É a busca da perfeição que potencia a desilusão!
É a tentativa de transformar o sapo em príncipe que destrói e frustra.
Nos contos de fadas os príncipes e as princesas estão sempre “arranjadinhos”, não acordam despenteados, nem têm remelas nem mau hálito matinal... A casa está sempre arrumada e a refeição está pronta! Não existem dificuldades financeiras nem conflitos. Nos contos de fadas não há vida para além da vida de casal!
Nos contos de fadas, para cada rapariga existe um só rapaz no mundo, feito para ela e vice-versa e normalmente isso está escrito nas estrelas!
O romantismo associado ao Amor está presente em todo o lado...
E é este romantismo que nos desilude pois é baseado em fantasias de Contos de Fadas!
Existe algo para além da Paixão?
Procuramos a felicidade no Amor...
Procuramos amar e ser amado!
Procuramos sentir e ser sentido!
Procuramos o que sonhamos e acordamos ao encontrar...
Procuramos o que não temos e quando temos deixamos de querer e procuramos outra vez...
Esta busca incessante de querer o que não temos, cansa e destrói... Mas... Também dá vida!!! Adrenalina e borboletas e é isso que queremos!!!
Queremos uma vida interessante e apaixonante!
E porque não deveríamos querer?
Quando o enamoramento passa, como fazemos? O que fica? Acabou?
“Sinto diferente”… “Quero sentir borboletas…”
Num relacionamento, após a fase da paixão, devemos ver a magia da vida em cada dia… A magia da partilha e a magia do cuidado com alguém…
Não nos devemos deixar levar pelas expetativas de um conto de fadas, onde a história é unicamente sobre a procura do amor e o resto da vida se resolve por si só.
O Renascer da relação!
Viver em relação é uma condição humana para a sobrevivência. Precisamos delas como do oxigénio... As relações conjugais...Aquelas que ansiamos desde cedo e sempre!
Todos sabemos que construir uma relação demora tempo e é preenchida por momentos que nem sempre são mágicos! Uma relação, exige negociação e, acima de tudo, cedência e harmonia. Ser capaz de ceder, com o intuito de oferecer, de dar, de crescer a dois, é sem dúvida, a principal chave da harmonia.
Todas as relações dão trabalho… Todas trazem como companhia sensações que nos inquietam, tais como preocupações, incertezas, mágoas, medos, desistências, entre outras consequências. Amar implica trabalho no sentido do investimento ativo e assertivo a que obriga. Pressupõe capacidade e vontade de sair de si próprio e olhar para o outro com capacidade de ver, a verdadeira essência do termo.
Implica frontalidade, capacidade negocial, honestidade, lealdade e sobretudo… Diálogo! É no diálogo que a relação se constrói, cresce e fortalece.
Na relação, estão em jogo várias personalidades: o eu próprio, o eu na relação e o nós! Uma relação não pode ser sinónimo de fusão de personalidades. Cada um é único na sua individualidade e os dois traçam um caminho paralelo, mas jamais fundidos.
O casal necessita reconhecer os seus padrões de interação disfuncionais e favorecer uma partilha mais genuína e aceitante do que são as necessidades, desejos e angústias de cada um, no sentido de promover mudanças que beneficiem a relação.
“Estar apaixonado é amar as coincidências. E amar, é apaixonar-se pelas diferenças!”
DÉBORA ÁGUA-DOCE (A PSICÓLOGA QUE TAMBÉM É BLOGGER) PSICÓLOGA CLÍNICA N’O CANTO DA PSICOLOGIA www.canto-psicologia.com in REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2015 (clique no link acima para ler o artigo na Revista) |