in REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2015
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Curioso, aproxima-se de cada um deles e faz-lhes individualmente a mesma pergunta:
- Porque está a partir esta pedra?
O primeiro homem olhou o viajante e respondeu:
- Vivo miseravelmente. Faça chuva ou sol, tenho de partir esta pedra para ganhar alguns tostões.
Mais adiante, à mesma pergunta o segundo homem retribuiu:
- Faço este trabalho duro mas pelo menos tenho um trabalho. Consigo alimentar a minha família. Ando ao ar livre e vejo as pessoas que passam. Há quem esteja bem pior do que eu.
Finalmente, o terceiro homem, disse de forma humilde e sincera:
- Parto esta pedra, porque estou a construir uma Catedral.
E o leitor, já se questionou sobre as razões que o levam a levantar-se todos os dias para ir trabalhar?
Talvez o seu trabalho seja o único meio que lhe permite ganhar dinheiro. Ou, quem sabe, seja a melhor forma que encontrou para se manter ocupado e sentir que tem uma vida ativa. Pode ser que trabalhe porque gosta ou se dá bem com os seus colegas ou, até mesmo, porque o trabalho dá sentido à sua vida.
Por vezes sentimos que trabalhamos com um único objetivo, sendo este receber um salário ao final do mês. Quando assim é, é possível que não nos sintamos motivados para ir exercer diariamente a nossa função.
Perante esta condição, quase sempre o trabalho nos parece um fardo e ansiamos fervorosamente pela próxima folga, fim de semana ou período de férias. Deixamos que o trabalho seja apenas uma rotina que consiste em cumprir horários e tarefas. Não nos sentimos motivados ou energizados com o que fazemos e o trabalho é encarado como uma obrigação pesada e desgastante.
Desta forma, muitas pessoas anseiam por um trabalho que possa significar mais do que o somatório das tarefas que realizam, muitas vezes, de forma automática e desligada. Talvez sonhem com um trabalho no qual se possam expressar e ser valorizadas, realizando atividades verdadeiramente significativas e importantes. Quiçá pensem que existem profissões realmente significativas e que preenchem quem as exerce, como médico, investigador ou professor.
Contudo não é a profissão em si que pode conferir mais ou menos sentido ao que fazemos. Na verdade, somos nós, cada pessoa que trabalha, que pode realizar o seu trabalho de uma forma mais significativa, quando se disponibiliza para atribuir um significado positivo e um valor social àquilo que faz.
Michael Steger, é um dos autores que se tem dedicado ao estudo do sentido da vida ou da vivência de uma vida com propósito. Na sua investigação sobre os fatores que tornam um trabalho verdadeiramente significativo para cada pessoa, ele encontrou três aspetos determinantes:
Em primeiro lugar, o trabalho que fazemos deve fazer sentido. Isto implica que consigamos compreender a natureza das tarefas que nos são entregues, percebendo como são feitas. Este aspeto permite-nos identificar e ativar os recursos pessoais necessários para as realizar com qualidade.
Em segundo lugar, o trabalho que fazemos deve ter um objetivo definido. É importante que consigamos perceber em que medida, as tarefas que realizamos são determinantes para um objetivo maior ser atingido, no contexto da nossa equipa ou da empresa para a qual trabalhamos.
Finalmente, o trabalho que fazemos deve beneficiar um bem maior. Se formos capazes de ver como nosso trabalho ajuda os outros, sejam eles os nossos colegas, clientes, a sociedade em geral ou até o meio ambiente, sentimos que o nosso contributo tem mais valor e que a nossa função é realmente importante.
Steger refere que as pessoas que encaram o seu trabalho, como um trabalho significativo, são tendencialmente mais felizes, mais comprometidas com o que fazem e até mais produtivas.
Assim, quer indivíduos, quer organizações devem apostar na promoção da realização do trabalho com sentido e propósito. Algumas pessoas têm já a capacidade de levar o seu sentido de missão para o trabalho e é-lhes mais fácil reconhecer que trabalham por uma causa, sentido-se normalmente mais motivadas para realizar as suas tarefas com empenho e brio. Quer para estas quer para as restantes, as organizações devem pensar e implementar estratégias que façam cada pessoa sentir que é um construtor da Catedral, percebendo que faz parte de um objetivo maior ao serviço de outros.
CONSULTORA DE RECURSOS HUMANOS, FORMADORA NA ÁREA COMPORTAMENTAL E TRAINER EM PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA COFUNDADORA DO PROJETO MIV
Facebook: Daniela Toscano - Formação e
Consultoria RH
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