in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2019
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Estas são algumas das perguntas que várias vezes aparecem na nossa mente. Parece que por vezes precisamos de observar e ponderar sobre a nossa vida, perceber se estamos alinhados com o que somos realmente, se estamos realizados e ainda reflectir sobre o que de mais íntimo existe dentro de nós. Isto acontece quando não estamos atentos e quando não estamos alinhados entre o que verdadeiramente somos e o que fazemos. De facto, o ser humano é bastante habilidoso em negar aquilo que é para corresponder às expectativas dos familiares, dos amigos, da sociedade.
A perícia e a capacidade audaz de enganar-se a si próprio para seguir um caminho “seguro”, “correto” e comum a todos são padrões que são incutidos e que crescem com cada um de nós desde muito cedo.
Rapidamente se torna fácil perdermos confiança, esquecermos o nosso propósito individual e entregarmo-nos completamente à vida. O “caminho normal” e comum a todos parece ser o que deve ser trilhado. E o pior é que são muitos os que acabam por acreditar nisto transformando-se nos próximos a incutir o mesmo aos seus filhos. Acreditam que assim estarão a contribuir para o bem-estar e funcionalidade da sociedade bem como zelar pelo desenvolvimento e enquadramento das pessoas que de mais bem querem. São poucos os que são loucos e que se atrevem a caminhar por sua conta, de se entregarem à vida, de confiarem no universo e ir ao encontro do seu propósito individual.
Enquanto estivermos dependentes da aprovação dos outros confiando mais no que outros pensam e acreditam não estamos a potenciar o reconhecimento e o desenvolvimento do nosso propósito que é diferente para cada indivíduo.
Trocarmos o incerto pelo seguro nem sempre é uma escolha fácil. O medo de seguirmos o nosso propósito, a falta de coragem em assumirmos quem somos realmente, fazermos o que nos faz sentir verdadeiramente feliz é outro grande entrave. Estamos sempre a resistir ao que flui naturalmente dentro de nós. No entanto, se nos conetarmos e observarmos a natureza podemos reparar que ela respeita os seus movimentos e que flui alinhada com as leis cósmicas nunca resistindo ao que é.
Para irmos ao encontro do nosso propósito temos de ter auto-confiança, não resistir e alinhar o que somos ao que fazemos. Isto é que é natural!
Mas o que é o propósito? O propósito é o caminho em direção a nós mesmos. É o Dharma, a observação e compreensão do que somos. No fundo, o propósito é o caminho para se descobrir a si mesmo. E é só quando nos atrevemos a trilhar esse caminho incerto que o propósito se vai revelando e transformando passo a passo. O propósito não tem um fim. O propósito do propósito é seguirmos caminhando, assumindo e sendo esse caminho com presença, confiança e humildade.
Ninguém precisa de ser um mestre, professor de Yoga ou um profeta para se viver o seu propósito. Os caminhos e o aprendizado são diferentes. Aliás, se nos alienamos e pensamos que o caminho é universal a todos esquecemo-nos da nossa individualidade e do potencial de servirmos o mundo de diferentes formas. Esquecemo-nos de aceitar e integrar o outro. Esquecemo-nos da união, da unidade que é o todo. Muitos são os caminhos que podem ser trilhados para se chegar à mesma morada.
O propósito serve essencialmente para servir o mundo, os outros para que nos sintamos um com o todo. O propósito só é realmente digno quando partilhamos e fazemos de nós a nossa melhor versão que está diferente a cada dia.
Quando nos entregamos ao propósito e caminhamos na sua direção o Universo conspira sempre a nosso favor.
Confia, caminha em direção a ti mesmo e entrega. Nada é teu, tudo é nosso. Nada é nosso, tudo é teu.
PROFESSORA DE YOGA
www.raquelshakti.com
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in REVISTA PROGREDIR |MARÇO 2019
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