in REVISTA PROGREDIR | SETEMBRO 2015
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O dinheiro, é motivo de muitas prisões interiores. Aprendemos a lidar com o dinheiro com os nossos pais, principalmente. Vivemos as suas angústias e felicidades, apreendemos os seus medos, interiorizamos as suas crenças, somos sujeitos à carga emocional que eles transportam quanto ao dinheiro e à abundância quando existe e quando falta. É por vezes um fardo pesado do qual nos precisamos de libertar, porque senão ficamos reféns desses pensamentos, dessas emoções, ficamos prisioneiros dentro de nós mesmos, por vezes sem nos apercebermos.
Mas como é que me posso livrar dessa teia emocional com o dinheiro que assimilei durante anos e anos a fio a observar comportamentos e a ouvir convicções? É simples, perdoa os teus pais, de forma sincera e aberta no teu coração. Aceita que eles fizeram o melhor que sabiam, que aquela era a realidade em que acreditavam, mas que isso não tem que ser a tua verdade, mas por mais que te distancies e estabeleças novas crenças e atitudes, se não os perdoares e te libertares a ti e a eles desse “vínculo financeiro”. Estará sempre uma sombra presente, uma ideia que espreita nos momentos de dúvida e que te fará descarrilar sobre aquilo que não te serve. Perdoa os teus pais, e serás mais livre.
Mas mais livre, não significa livre. Porque se em tudo na vida, vamos criando teias, emoções e crenças que nos aprisionam, no dinheiro e na abundância, é uma das áreas em que elas são mais subtis e poderosas, porque o dinheiro embora domine muitas das conversas das pessoas e da comunicação ainda é um tabu envolto em muitos dogmas e manipulações emocionais e racionais. Deste modo, aquilo que tu acreditas e vives quanto ao dinheiro, às tuas finanças pessoais, ao teu património e à forma como te sentes relativamente a ele (feliz, com medo de perder, com sentimento de escassez, cheio de coisas e a querer sempre mais, dependente, desapegado, frustrado, zangado, ignorando-o, …) molda muito do que é a tua vida e isso não foi construído apenas com base na influência daquilo que os teus pais te ensinaram. Tu próprio foste criando as tuas próprias crenças através da tua experiência, do que assimilaste das experiências que outros foram vivendo e partilhando contigo, daquilo que a sociedade te vai contando, do que leste, viste ou ouviste, por isso é fundamental perdoares-te a ti próprio pelas crenças e emoções que criaste e não te servem!
Este processo de auto-perdão pode ser extremamente libertador, porque implica aceitares que as tuas opções emocionais de crenças do passado não têm que moldar o presente nem o futuro da tua vida. Contudo, se insistires em culpar a tua realidade atual pelas opções que tomaste no passado, ou pelo que alguém aparentemente te fez (tenhas sido despedido, aldrabado, roubado,…) ou pelo que te induziram um banco, seguradora, amigo, …, estarás a abdicar da responsabilidade pela tua vida e também da capacidade de lhe dar a volta. Nesse caso além de refém de ti próprio, esvazias-te do poder de perdoar e co-criar e estarás condenado a um lamaçal de abundância, construído em ciclos que não influencias e dos quais apenas te regozijas ou te lamentas.
Perdoar-te, pode envolver perdoares a tua inocência em determinado momento, em teres atraído para a tua vida determinadas pessoas ou circunstâncias, perdoares a tua fragilidade emocional que te faz tomar más decisões em determinados momentos ou estádios da tua vida. Perdoar pode implicar assumires coisas que não queres, mas não é possível que a tua vida financeira venha a ser substancialmente diferente se não o fizeres. Aceitares que fizeste o melhor que sabias e eras capaz naquela altura e que isso pode ter tido um propósito de crescimento e aprendizagem, mas sobretudo aceitares que hoje, aqui e agora tu podes iniciar uma nova era de abundância através do perdão.
Há ainda algo, que embora exigente, pode ajudar neste processo que é agradeceres por tudo o que aconteceu, pela educação financeira que recebeste dos teus pais, agradeceres pelos aparentes erros que tiveste, ou por teres acreditado em coisas nas quais já não te revês, porque isso permitiu-te chegares à maravilhosa e transformadora experiência do perdão!
A verdadeira abundância apenas cresce num clima de liberdade, e enquanto fores prisioneiro de ti ou das tuas circunstâncias, nada fluirá como desejas, nem te conseguirás sentir bem com o que tens e alcanças. Felizmente, há uma solução: o Perdão!
DAVID RODRIGUES CONSULTOR MONEY LIFE www.moneylife.com.pt [email protected] in REVISTA PROGREDIR | SETEMBRO 2015 (clique no link acima para ler o artigo na Revista) |