Por Carla Duarte
in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Conseguirá o dicionário definir o amplo sentido desse significado?
E o que podemos fazer para mudar?
Levantam-se, um pouco por todo o mundo, vozes, pedindo mudanças de consciência, de hábitos alimentares, da utilização de energia, alertando para as mudanças climáticas ou da economia. O mundo está mesmo a mudar positivamente ou somos nós que, com tanta urgência em renovar, colocamos a palavra à frente de tudo o que nos incomoda, sem estarmos realmente preparados para fazer essa transição?
Para que algo mude, há uma série de passos que devem ser dados. A consciência do que não está bem, é o primeiro, mas em especial quando se trata de nós, não é fácil admitir que algo está errado. Depois de encontrar essa resposta, é importante começar a delinear uma estratégia para que essa mudança possa acontecer. E não pode existir mudança positiva sem percorrermos os passos da inteligência. “Planta hoje o que queres receber amanhã” é a chave. Como pode existir mudança salutar sem coragem, sem ação ou liberdade? Não está no outro o poder de mudar o mundo, pois antes de ser uma responsabilidade coletiva, é individual e deve ser abraçada por cada um, com verdade e em silêncio.
Poderemos exigir dos outros, aquilo que não fazemos? Deve então iniciar dentro de nós e estender-se à nossa própria casa, à educação dos nossos filhos, à forma como nos relacionamos, como nos respeitamos, não só com quem gostamos, mas principalmente com quem não conseguimos entender ou aceitar. Para fazer a mudança é preciso ter consciência do que queremos e dos passos que precisamos dar.
O Primeiro passo deste processo passa por identificar o quer alterar. Admitir a sua responsabilidade que é dúbia, pois se por um lado vai perceber que quem escolhe a sua vida, e onde se encontra, é você, por outro vai compreender que quem tem o poder para mudar é também e unicamente a sua pessoa! Este é um processo duro e longo que por vezes não conseguimos percorrer sozinhos. Pedir ajuda a quem nos pode dar as ferramentas é um ato de coragem e inteligência.
E o que precisamos para percorrer os passos da mudança, de forma inteligente?
Este processo tem várias etapas a primeira das quais, interiorizar o problema com Humildade, Coragem e Afeição. Humildade para reconhecer as nossas capacidades no momento presente, com verdade e honestidade. E ter consciência das nossas limitações. Coragem, que é o ato de acreditar em nós, apesar de o medo continuar presente. De não nos deixarmos ficar parados e de acreditar na possibilidade de algo melhor. Respirar fundo com fé e avançar rumo ao objetivo. Afeição pode parecer estranho, mas a palavra vem de ‘afetar’. Aquilo que nos afeta passa a fazer parte de nós, e como só podemos alterar o que faz parte de nós, ao afeiçoar-nos ao problema admitimos que ele nos pertence e dessa forma podemos torna-lo uma causa nossa. Sem afeição distanciámo-nos, e, não alteramos o que nos é distante.
Na segunda etapa obtemos respostas com Simplicidade, Responsabilidade, Conciliação, Pragmatismo e semeando a Evidência. Simplificar é apenas o contrário de complicar. Então, depois de identificar o que queremos alterar, temos de descomplicar e sintetizar. Matematicamente sabemos que se temos duas respostas possíveis, prevalece a mais simples. Assim deve ser também na vida. A Responsabilidade na mudança é algo que devemos olhar de forma inteira e pratica-la. Então, responsabilidade é no fundo, a capacidade de ‘responder por’. Quando responsáveis por uma criança, respondemos pelos seus atos.
Assim devemos ser connosco próprios. A Conciliação muitas vezes pode ser confundida com junção. Mas conciliar por vezes significa afastar. Conciliar é criar harmonia e para isso é essencial cultivar o que nos une e libertar o que não nos serve, como é evidente. O que nos leva ao próximo passo, o de semear a Evidência, ou tornar claro e evidente o nosso objetivo, só possível com humildade, coragem e afeição. Daí a importância da primeira etapa.
A terceira etapa tem dois pontos. Cultivar a Paz e exercer a Liberdade.
O que é realmente Paz e a Liberdade? Devemos ter algum cuidado para não reverter a ordem. A paz é algo que toda a gente se propõe encontrar, é supostamente o objetivo comum a todos os seres humanos por isso, são feitas as guerras… Mas será que é dessa forma que devemos cultivar a paz? Com conflitos em nome desta? Será a Paz apenas o contrário da guerra ou algo mais profundo? Poderemos dizer que a saúde é apenas a inexistência da doença? Alcançar a paz é chegar a um estado de harmonia, tranquilidade e felicidade. Trata-se de afastar o conflito, sim, mas de forma cuidada, cultivando a simplicidade, responsabilidade, conciliação, pragmatismo e a evidência, com humildade, coragem e afeição. Vale a pena pensar, se tudo isto pode ser alcançado pela guerra. Talvez não.
Finalmente chegamos ao subproduto da Paz — a Liberdade. Ao contrário do que podemos pensar, não é a liberdade que nos dá paz, mas sim a paz que nos permite a Liberdade de escolher, de resolver, de mudar realmente. Se queremos fazer a mudança positiva, devemos exercer a nossa capacidade de percorrer os passos da inteligência de forma concreta. E só com essa liberdade finalmente alcançada podemos realizar a verdadeira mudança.
FORMADORA E TERAPEUTA DE TAROT DE ORIENTAÇÃO
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in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2020
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