
in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2014
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Sim, parece que nos importamos com ele, parece que gostamos dele. Mas o que se constata é que apenas gostamos da sua aparência e isso de uma forma geral, é o que importa. Submetemos o nosso corpo a inúmeras agressões em nome da aparência, sem pesar o peso que tais atitudes terão no futuro. Isso não é gostar de nós pois não?
Quantos de vós já pensou na alimentação como o ato mais íntimo que tem para consigo mesmo, diariamente? A alimentação é só a gasolina que faz o nosso carro andar! É só comida, o que tem isso de íntimo?
Tudo o que comemos fará parte de nós, irá transformar-se no nosso corpo. Além de ser o combustível, é também a argamassa e os tijolos que nos constituem. Assim é legítimo pensar no ato de comer como um momento íntimo e dessa forma começar a dar mais atenção ao que se ingere e à forma como se ingere.
A macrobiótica, mais do que um estilo alimentar é uma filosofia de vida que valoriza o corpo e a ação deste com o meio para que a vida seja vivida plenamente, não nos ficando apenas pelo aspeto. Cuidar e nutrir o corpo por dentro, para que isso se veja por fora! A alimentação é apenas uma face desta filosofia de Vida, a que se vê de uma forma mais objetiva, a que tem um impato mais rápido e notório no nosso corpo. Podemos começar por aí e ver que tudo o resto muda.
Então, a Macrobiótica preconiza que nos devemos alimentar de acordo com as estações do ano, comer o que é próprio de cada uma delas e em cada local, para que possamos estar sempre em harmonia e sintonia com o meio que nos rodeia. Assim sendo, por exemplo, aquela opção de comer ananás em pleno Dezembro, no norte de Portugal cai por terra! Primeiro porque não cultivamos ananases por cá. Não se dão nesta terra! E depois porque é um alimento que serve para nos refrescar, para arrefecer o corpo. Isso mesmo, arrefecer o corpo. É por isso que ele cresce em ambientes quentes, em locais onde precisamos de diminuir a temperatura interior. E não é isso que o nosso corpo precisa quando está frio!
O facto de vivermos numa aldeia global, onde temos todos os alimentos disponíveis todo o ano, não ajuda. Muitas pessoas já não sabem quais os alimentos que são sazonais. E são esses que nos servem, nos equilibram e ajudam o nosso corpo a adaptar-se de forma harmoniosa com o ambiente. Optar por alimentos locais e sazonais, além de cuidar do nosso corpo, cuida do planeta, porque reduzimos a nossa pegada ecológica e poupamos os seus recursos.
A qualidade dos alimentos também é muito importante, além de escolhermos alimentos da época (sazonais), devemos também optar por alimentos biológicos. Grande parte dos alimentos, por ser produzida de forma intensiva, já não possui as caraterísticas nutricionais que deveriam ter. São alimentos mais pobres em nutrientes, mas mais ricos em produtos químicos. E se optamos por alimentos não biológicos, sabemos de antemão que o que estamos a ingerir é isso mesmo. Alimentos mais pobres nutricionalmente, mais pobres em sabor, mas mais ricos em químicos. E queremos ingerir químicos? O nosso corpo não está preparado para os processar, muitos deles são tóxicos (até usamos fatos especiais e mascaras quando os aplicamos nas plantas). Se gostamos mesmo de nós, não vamos ingerir esses alimentos com químicos, pois não? A opção por produtos biológicos está cada vez mais disponível, é uma questão de procurarem. Em Portugal existem cada vez mais produtores que se importam com o que ingerem e com o que deixam no planeta. Ao cuidar de si está também a cuidar da sua casa, do seu mundo.
Fazendo uma revisão, cuidar do nosso corpo começando por ingerir alimentos locais, sazonais, biológicos e com o mínimo de processamento possível. Pois é, com tantas e tão saborosas opções que a indústria alimentar lança todos os dias, como é que podemos resistir. É simples, pensem no vosso corpo, no vosso templo e como querem cuidar dele. Muitos dos “alimentos” propagandeados já nem se podem chamar de alimentos. A sua composição está cheia de ingredientes que desconhecemos e que os nomes nem sabemos soletrar, cheia de corantes, conservantes e melhorantes. Quanto mais processado for o alimento mais ingredientes deste género possui. O ideal é que o alimento seja o mais integro possível, pois desta forma também possui o máximo do seu potencial nutricional. Leiam os rótulos e se os ingredientes tiverem uma lista interminável de coisas e nomes estranhos, ou que não reconheçam como comida excluam. Há sempre uma opção mais saudável e mais íntegra.
Muito ainda há para dizer acerca deste assunto, de cuidar do nosso corpo e de o respeitar. A Filosofia de Vida Macrobiótica é apenas um dos caminhos, existem vários. Ao começar com o simples ato de prestar atenção ao que vai comer, e ao optar por alimentos mais saudáveis está a contribuir para que o seu corpo possua mais saúde e vitalidade, assim como a sua casa (o planeta terra).
Pense nisso e atreva-se a ser diferente! Atreva-se a ser saudável!

Professora e Consultora de Macrobiótica
Organiza Eventos e Workshops na Biofamily
www.zenfamily.org
in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2014
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