in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Na realidade existem vários tipos de Luto, pois o mesmo termo está associado também “à perda” de um objeto de valor, à rotura de uma relação, à perda de saúde, de trabalho…
O luto representa várias “mortes” ao longo da vida, que são experiências onde aprendermos uma determinada lição e fechamos um ciclo pelo qual tínhamos que passar. Ao fechar cada ciclo, começamos também o ciclo seguinte, renascendo assim novamente.
A vida são ciclos contínuos, porque a própria Natureza também o é. Não podemos falar de um início (Vida) e de um fim (Morte), porque não existe algo na Natureza que seja tão linear, tão rígido. Os ciclos, de facto, são um movimento circular que se repete e nunca termina. A nossa existência é isso mesmo.
O que é que realmente está por detrás do medo à morte? O Desconhecido.
Se seguirmos nesta direção, também não sabemos o que há antes do nascimento de qualquer ser, antes da criação do Universo, mas isso não nos dá medo.
Então se o facto de não sabermos o que há antes do nascimento, criação do Universo, não nos dá medo, o que está associado à perda que deriva do luto está relacionado com uma visão materialista do assunto.
Temos medo de perder, de nos desapegarmos, de soltar algo.
Temos medo de abandonar o corpo, a matéria. Nada no Universo desaparece totalmente. Nós somos energia, tudo é energia, e a energia não morre nunca, transforma-se. É só a nossa perceção que nos leva a ver o luto, a perda, como algo que desaparece para sempre.
Qual é então o papel do Luto na nossa vida?
A palavra “Luto” vem do latim “Luctus” e significa “chorar”. O choro é a limpeza da alma. Quando choramos eliminamos do corpo as emoções negativas e dolorosas, e, portanto as toxinas que se derivam da negatividade, e damos espaço à nova energia, a energia positiva que é a que nos faz renascer.
A dualidade está sempre presente na Natureza, e o Luto não fica isento. Sem Luto não há Vida e vice-versa. São um só.
O Luto serve para renascermos, com uma nova consciência de nós e da existência, aceitando a condição de mortalidade do corpo físico. Toda esta nova consciência faz com que apreciemos o que temos, valorizando o momento presente, aproveitando as oportunidades que a vida nos oferece para experienciar com os nossos sentidos.
O que podemos fazer para conviver e superar o Luto?
- ACEITAR: A aceitação é fundamental neste processo de transformação. Em todo processo de cura, a aceitação é o primeiro passo. Quanto mais opomos resistência a algo que nos incomoda ou cria dor, mais sofrimento nos traz e durante um período de tempo mais prolongado.
- LIBERTAR-SE DE AUTO-CRÍTICAS: O sentimento de culpa e outros pensamentos negativos que aparecem na mente são apenas estados temporários. Observa-os e deixa-os passar como nuvens. Os teus pensamentos não te definem. O sentimento de culpa é algo que nós criamos. Fazemos o melhor que podemos fazer a cada momento e temos que assumir a nossa responsabilidade.
- DESAPEGAR-SE: Aprender a soltar. Deixar ir não significa que não tem importância, mas simplesmente que tomámos consciência que nada físico, material, é para sempre, nem pertence a ninguém. Como dizia Osho “Amar não é Possessão. Amar é Apreciação”.
- TOMAR TEMPO: Como dizem “O tempo cura tudo”. Numa sociedade marcada por ritmos acelerados e intolerância à paciência, impõe-se como necessário encontrar momentos para parar e estar com a própria dor, senti-la. Só quando aprendemos a estar com a dor e as emoções que se originam a partir dela, conseguimos digeri-la e superá-la.
- CONECTAR COM A NATUREZA: Passeios numa floresta, praia, montanha, campo faz-nos conhecer melhor as próprias leis da Natureza e ajudam a compreender mais profundamente a nossa natureza e a viver em paz e em harmonia com ela.
- SENTIR O VAZIO: A sensação de perda está associada a um vazio dentro de nós, sentimos desorientação, tentamos procurar a lógica detrás do que aconteceu e possíveis respostas. Nada melhor como silenciar a mente e estar presente no vazio interior. É um vazio “cósmico, existencial”, um espaço sem tempo.
- FAZER O QUE AMAS: Numa fase de transformação como a do Luto, pela qual passamos pelo sofrimento, é imprescindível dedicarmos às atividades que nos nutrem a alma. Na situação de desorientação, que o sentimento de perda nos traz, fazer o que nos preenche o coração, ajuda-nos a curar, a apreciar os momentos e as pequenas coisas da vida que realmente importam e a reencontrar a alegria de viver.
É assim como finalmente renascemos como pessoas renovadas, mais fortes, mais sábias e preparadas para aceitar novos desafios!
HEALTH COACH HOLÍSTICA E MEMBRO DA COMISSÃO ORGANIZADORA DO CONGRESSO INTERNACIONAL DE MEDICINA NATURAL
www.anitadambrosio.com
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