Por Paulo Marques
in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2015
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Tudo recomeçou com o nascimento, onde o importante seria a nossa nutrição, o descanso e o carinho dos pais, um bom colo aconchegante.
Fomos crescendo, aprendendo, foram incutindo em nós diversos padrões sociais, uns aceitáveis, outros sem grande nexo, mas para nós, nada importava, apenas nos queríamos divertir, ser felizes.
Já maiores, a escola, os amigos e aí, a vida social começava a ganhar um outro ênfase, já era importante o que pensavam de nós, como éramos vistos, pois não queríamos ser julgados ou rejeitados. Nessa altura, tal como na vida adulta e para a grande maioria das pessoas, a opinião alheia contava tanto que se tornava mais importante do que nós, do que a nossa própria auto imagem, do que agir pelo coração e sermos felizes.
Os pais, a família, como se já não bastasse a sociedade, também descarregavam em nós, de forma subconsciente, os seus próprios sonhos, ideais, frustrações (ainda bem que não acontece com toda a gente) e isso, aos poucos ia condicionando a nossa forma de estar na vida, o nosso futuro. A certo ponto, já não sabíamos quem éramos, quais os nossos sonhos ou desejos, tudo se baseava nos outros e no que lhes queríamos proporcionar, pois tal como não queríamos ser postos de lado, também não queríamos magoar ou “desiludir”. E essa desilusão vem de um “erro” terrível que cometemos, o criar expectativas dos outros e uma imagem que basicamente é a mais confortável para nós, esquecendo quem são realmente, com as suas virtudes e lacunas. “Nunca me vou esquecer de um grande ensinamento que não ficou pela teoria, pois está no meu coração, o que os meus maravilhosos pais sempre me transmitiram: faças o que fizeres, és tu quem decide, mas sê feliz”. Não há maior dádiva de amor que se possa proporcionar a um filho e a todos os que nos rodeiam, por isso vos deixo esta dica e que não fique só pela teoria. O amor manifesta-se, acima de tudo, na liberdade de viver e aceitar a vida, com tudo o que ela comporta.
Mas, falando de muitos outros casos, assim se escolhe a área profissional, o curso, assim se estuda, sem motivação, onde tantas vezes o álcool e os abusos são a forma escolhida para ilusoriamente fugir à realidade imposta. Muitas e muitas vezes em competição feroz, pois “temos que ser os melhores”, “filho(a) tens que ser o(a) melhor, só assim terás um bom futuro”, são exemplos de frases muito ouvidas pelos jovens e futuros adultos. Pior que isso, já a trabalhar essa forma de estar na vida mantém-se como sendo a única possível e válida, onde se for necessário, espezinhamos quem se “meter no nosso caminho”. Então, como estamos num pais de títulos, onde “Dr. ou Sr. Engenheiro” tem um grande peso social, assim se criam os robots, seres que terminam cursos com médias altíssimas, muitas vezes com capacidades intelectuais notáveis, mas com um deficit emocional notório. Pessoas a quem lhes foi negado um abraço, um beijo, um simples gesto de carinho e afeto e assim, se tornaram frias, superficiais, incapazes de dar o que nunca lhes foi permitido vivenciar. Haverá felicidade nessa vida!? A felicidade existe de forma plena, mesmo havendo episódios de dor e lágrimas profundas, mas apenas quando o amor verdadeiramente nos preenche e envolve.
Então, será que esse tipo de vida, algo onde não há emoção, sentimentos, onde sobrevivemos em função de algo, sim, porque viver é quando o fazemos por nós e com amor, será que há leveza nessas vidas? Ou pelo contrário, nos sentimos presos, acorrentados a um “Eu” que não nós, que não gostamos e não conhecemos, que nos trás infelicidade e um grande vazio interior?
Ser leve para voar, viver o que sentimos, o que amamos, o que nos proporciona felicidade, sim porque a felicidade nunca tem uma origem exterior a nós, ou não será algo verdadeiramente puro, é esse o propósito da nossa vida. Podem afirmar que o contexto social em que nos encontramos não permite, mas e no vosso coração, já estão resolvidos a ponto de se permitirem ser felizes, de largar esse trabalho castrativo, deixar as amarras e voar? A vida é tão mais de uma qualquer limitação de estar ou ser, mas o medo, adquirindo ele tantas máscaras que nos iludem, impede-nos, bloqueia as nossas atitudes, o nosso sentir, impede até que nos vejamos como realmente somos.
Sem ilusões, mas voem, sonhem e agarrem-se a eles, sintam-se leves para que a brisa matinal vos leve para um novo dia, repleto de novas oportunidades, onde sois vós quem decide como vive-las! Aceitem o que a vida vos oferece, sejam gratos, mas se o vosso coração pedir mais (coração, não um rasgo emocional de um ego conturbado), ajam, arrisquem, pois o mundo, o amor, é de quem arrisca abrir as asas perante uma tempestade, mesmo sabendo que pode cair, jamais deixará a felicidade de voar
PAULO MARQUES MILITAR DO EXÉRCITO LICENCIADO EM RADIOLOGIA; FORMADOR E FACILITADOR DO DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA HUMANA; AUTOR DO LIVRO “O SENTIMENTO DE VIVER A EMOÇÃO DE SENTIR”, EDITORA CHIADO www.facebook.com/despertardaalma www.healingsoul333.wix.com/cura in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2015 (clique no link acima para ler o artigo na Revista) |