in REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2023
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
“Somos” egoístas sempre que dizemos que a não a algo ou a alguém. Coloco entre aspas “somos” porque Ser está relacionado com a identidade e na verdade apenas podemos Ter comportamentos egoístas. A dimensão do Ser é bem diferente da dimensão do Ter.
“Somos” egoístas sempre que dizemos em voz alta aquilo que queremos e quando o defendemos apaixonadamente. “Somos” egoístas quando ousamos fazer diferente da norma. “Somos” egoístas quando escolhemos um caminho diferente daquele que alguém delineou. “Somos” egoístas quando cumprimos os nossos sonhos e não repetimos os padrões habituais da sociedade. “Somos” egoístas quando desejamos, ansiamos e vivemos em liberdade. Seja em comportamento, em pensamento ou em ambos. “Somos” egoístas quando assumimos quem somos e deixamos de Ser o que esperam que fossemos. “Somos” egoístas porque ousamos usar a nossa voz, ousamos questionar. “Somos” egoístas quando temos sede de mudança e essa mudança representa uma ameaça às crenças instituídas.
Fomos criados e educados para satisfazer os outros, para colocar os outros em primeiro lugar. Não cumprir essas expectativas pode colocar-nos no patamar do egoísmo.
Eu vejo o Egoísmo como uma medida de autopreservação e de afirmação. Quanto mais nos conhecemos, quanto mais estamos conectados às nossas necessidades, quanto mais defendemos a nossa integridade maior é a possibilidade de sermos vistos como egoístas. Principalmente se esse centramento interno em nós, não satisfaz as necessidades dos outros. De repente confunde-se egoísmo com falta de amor, com falta de educação, com falta de respeito.
O egoísmo pode ser um grande ato de amor próprio, de proteção, de respeito e responsabilidade pessoal.
Todos temos o direito a escolher o próprio caminho. Todos temos o direito a dizer sim e a dizer não. Todos temos o direito de viver a vida para a qual nascemos à nossa maneira. Todos temos o direito de defender aquilo em que acreditamos. Na vida não há só uma direção, só uma opção, só um destino. Existem infinitas possibilidades e poder escolher qualquer uma delas é um direito e uma dádiva.
Escolher aquilo que mais nos cabe não é egoísmo é estar em verdade. É ser livre. É fluir com a vida. É saúde física. É saúde emocional. É honrar a vida que recebemos. É escolher a alegria. É escolher a felicidade. É assumir responsabilidade pelas nossas escolhas e pelo que resulta dessas escolhas. É sermos ativistas por um mundo melhor onde cuidando de cada um de nós, cuidamos de todos!
Como em tudo na vida, há sempre dois lados da mesma moeda. No lado A do egoísmo estão atitudes e comportamentos que sustentam a crença de que há pessoas superiores a outras e que nessa superioridade, o que sentem, pensam e precisam é mais importante do que tudo o resto. É necessário estarmos vigilantes para não cairmos na arrogância de nos vermos como superiores. Há uma linha intermédia entre a arrogância do egoísmo e a subserviência do altruísmo. No meio conseguimos respeitar-nos e aos que nos rodeiam.
Talvez possamos olhar para o egoísmo como uma forma de amor por nós e pelos que nos rodeiam, sabendo que, a todo o momento fazemos sempre o melhor que conseguimos. Vamo-nos construindo a cada passo que damos como pessoas absolutamente perfeitas na sua imperfeição!
CONSTELADORA FAMILIAR E FACILITADORA PROFISSIONAL DE PARENTALIDADE CONSCIENTE @maria.joao.barros_
www.mariajoaobarros.com
[email protected]
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