Por Carmen Krystal
in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2017
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
O controlo pode ser aplicado a várias áreas, do foro pessoal ou profissional, principalmente quando queremos que as coisas corram como esperamos e de acordo com as metas traçadas. E é importante que exista para que consigamos estar bem connosco, felizes com o que conquistamos e interagir com os outros em equilíbrio.
No entanto, é uma ação que podem gerar grandes problemas e obsessões, principalmente quando o campo emocional se descontrola e todos os medos e inseguranças crescem desmesuradamente. É impossível falar de controlo e não falar de entrega, assim como de outras emoções ligadas à emoção e postura de controlo como o apego, a culpa, o medo: medo de perder, medo de sofrer, medo de fazer sofrer, medo de falhar.
Quando a vida não está a deixar algo acontecer e nós insistimos significa que não estamos a querer abdicar do nosso controlo sobre a vida, porque não queremos sentir todos os medos e culpas que podem existir dentro de nós, na nossa memória, seja desta ou de outras vidas, de já termos: perdido, falhado, sofrido e também já ter feito sofrer. O pior é que, na verdade, não estamos a querer abdicar da ilusão que temos em querer controlar a vida, porque na verdade não controlamos nada. Há uma frase que diz “quando achas que já sabes as respostas vem a vida e muda-te as perguntas.“, precisamente porque o maior desafio da vida é a entrega e a fluidez.
Nós temos dentro de nós um sistema molecular que está em constante mudança: células a reproduzirem-se diariamente, nutrientes a entrarem nas células e resíduos e toxinas a saírem, músculos e órgãos que trabalham sem que nós conscientemente comandemos, porque são comandados por um Sistema chamado precisamente de Sistema Nervoso Autónomo, e insistimos em acreditar que temos poder e controlo sobre tudo à nossa volta. Não é assim que a vida funciona. Pelo menos não como o poder ilusório do Ego. Nós temos poder e controlo sobre nós mesmo, sobre a forma como escolher agir e/ou reagir às situações, porque a única coisa que podemos de facto controlar é a nossa própria ação sobre o uso do Livre Arbítrio. Mais nada.
E aqui podemos ter controlo, mas um controlo consciente de que, uma determinada ação ou reação vais ter uma determinada consequência e é sobre isso que temos de controlar a nossa ação. Conforme as nossas escolhas, assim a vida se vai apresentar. Não podemos controlar a consequência, apenas a forma como vamos lidar com ela. Então, o controlo tem de estar em nós, mas de uma forma centrada e regrada, de acordo com aquilo que efetivamente depende de nós para a fluidez da vida acontecer. Aquilo que não depende de nós, nós não podemos mesmo controlar.
É preciso estarmos sempre a pôr-nos em causa. É preciso aprender a não tomar como garantido tudo na vida. Aquilo que hoje é certo amanhã pode não ser e se ativamos o medo de perder, a insegurança da mudança e do mergulho no desconhecido, ativamos controlo de certeza. Primeiramente o controlo das nossas emoções, depois por não querermos sentir o medo e o desconforto queremos controlar a situações e por conseguinte as pessoas inerentes às situações. E aqui cometemos grandes erros. Quando começamos a, consciente ou inconscientemente, querer controlar os outros, as ações dos outros, a querer que os outros sejam o que nós queremos ou esperamos deles e exigimos que assim seja, para que estejamos nós confortáveis, entramos no descalabro das relações. E muitas relações, sejam de amizade ou amorosas, sejam profissionais ou pessoas, acabem ou são problemáticas precisamente por este pequenino pormenor chamado controlo.
“Se fosses um grão de areia, para onde te levaria o vento?” Esta pergunta é a primeira frase da mensagem 69 do Livro da Luz de Alexandra Solnado, precisamente com o título Controlo. Já pensou alguma vez nisto? Se fosse um grão de areia, para onde voaria? “Os grãos de areia só se deixam levar pelo vento porque não têm «querer».” E de facto é mesmo o querer que muitas vezes nos atrapalha. O nosso “querer” pode ser o nosso pior inimigo quando vem comandado pelo Ego, aquela vozinha na nossa cabeça que nos diz sempre “não vás por aí que é perigoso! Vai por ali que é mais seguro”… em vez de ser comandado pela Alma e pela Essência, a vozinha no coração que salta e vibra sempre que algo toca na nossa energia e nos chama.
Nem sempre tudo o que é para nós vem embrulhado em facilidade. Muitas vezes os desafios são pesados e dolorosos, mas tudo depende da forma como olhamos para eles e como aceitamos superá-los. Há quem diga que “se fosse fácil não tinha piada”. Noutra mensagem sobre o “Querer”, Alexandra descreve que o Ego é o mecanismo criado para suster o controlo, que por sua vez sustenta o medo, que por sua vez ativa o “eu quero” que nos faz fugir da dor. Se pararmos o querer fugir da dor, se aceitarmos os desafios da vida como eles são e como eles vêm, desativamos o medo, ativamos a coragem e ao avançar na vida a fluidez acontece.
E esse é o milagre da entrega!
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in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2017
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