in REVISTA PROGREDIR | SETEMBRO 2018
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Sabe tão bem como eu, que vivemos tempos de incerteza financeira: o desemprego, as crises, as contas para pagar, as despesas inesperadas, o stress no trabalho fazem com que hoje vivamos tanto pessoal como coletivamente envolvidos numa sociedade numérica e financeira que nos faz sentir: 1 – temos que perseguir todas as formas possíveis de ganhar dinheiro e 2 – o dinheiro nunca é suficiente para ficar tranquilo.
Mas porque vivemos assim? Será o dinheiro o mais importante da nossa vida? Será que temos uma relação sincera, real e ajustada com o dinheiro? Vamos então ver 2 dimensões da relação com o dinheiro, a relação pessoal e íntima (sim íntima) e o contexto exterior à nossa volta.
A nossa relação com o dinheiro começa na barriga da nossa mãe. Enquanto bebés que se desenvolvem, todos nós já temos uma consciência e capacidade de sentir e ouvir o mundo que nos rodeia, não só o intra-uterino como o exterior. As vibrações energéticas que acontecem no dia-a-dia não são isoladas pelo líquido amniótico ou pela placenta. Então isto significa que se os seus pais ou familiares mais directos falavam ou sentiam stress financeiro, fosse pelas despesas extra de uma criança que vai nascer, porque eram mal remunerados, porque se queixavam do estado do país ou do governo, eles emitiram durante o seu período de gestação energias, pensamentos e emoções negativas relativamente ao dinheiro. Bom, este é o início, mas não tem que o definir na sua relação com o dinheiro, mas pergunte-se o que é que ouvia em casa relativamente ao dinheiro? Como é que foram as experiências dos seus pais na relação com o dinheiro? Tinham uma relação tranquila, harmoniosa, fluída com o dinheiro? Ou às vezes queixavam-se, talvez tenham discutido por questões financeiras? Que crenças lhe transmitiram? Viviam stressados com o dinheiro? Bom então aqui tem mais alguns anos de um sentir específico que foi absorvido pela sua personalidade e pelo seu eu. E à medida que foi crescendo, tornando-se jovem e adulto, qual a realidade que observou das pessoas que o rodeavam? Amigos, familiares? Dão-se bem com o dinheiro? Ora, tudo isto contribuiu decisivamente para a sua relação com o dinheiro e a abundância, pode não o ter definido totalmente, pois tem liberdade interior, mas condicionou as suas crenças e a relação que desenvolveu com o dinheiro.
Chegamos então ao dia de hoje! Como é a sua relação com o dinheiro? Quando pensa em dinheiro qual é o sentimento que lhe desperta?
Alguma vez se sentiu preocupado? Alguma vez se sentiu a gastar mais do que devia? Gosta de comprar e acumular coisas? E de acumular sempre mais e mais dinheiro (mesmo que não seja muito) porque um dia pode ser preciso? É possessivo relativamente ao dinheiro, controlando tudo e todos? Já mentiu sobre onde gastou dinheiro ou sobre quanto ganha?
Se respondeu que sim a alguma destas questões, provavelmente tem uma relação de desequilíbrio com o dinheiro, que lhe gera ansiedade ou stress. O que afeta a sua qualidade de vida e auto-estima. Provavelmente é o dinheiro que o controla e não é você que controla a sua relação com o dinheiro. Esta é de facto uma das relações mais íntimas que terá na sua vida, quer seja demasiado desprendido ou agarrado ao dinheiro (ainda que inconscientemente) precisa de fazer AGORA um exercício de honestidade consigo próprio, respondendo a esta pergunta: Como é que é hoje a minha relação com o dinheiro e a abundância?
Além das nossas próprias crenças, emoções, pensamentos e atitudes desenvolvidas ao longo de várias décadas que construíram a nossa personalidade financeira e que na maioria das vezes não corresponde à nossa verdadeira essência, há um ambiente externo que interage connosco e que pode desencadear ansiedade financeira. São exemplos disso eventos com impacto negativo como uma crise económica, flutuações na bolsa ou nas taxas de juro, a perda de emprego, um divórcio ou gastos extra com a saúde. No entanto, esta ansiedade financeira pode ser desencadeada por eventos com impacto positivo na nossa vida, como o nascimento de um filho, um casamento ou um mestrado na universidade. Mesmo quando as nossas vidas estão estáveis, muitos de nós sofremos de uma ansiedade subjacente a mantermo-nos dentro do orçamento ou poupar para a reforma.
Tal como a própria economia, a nossa ansiedade também vai oscilando, ao longo do tempo, mas não temos que estar à mercê dela.
O que pode fazer para criar uma relação de maior equilíbrio com o dinheiro e a abundância e dizer adeus ao stress financeiro:
- Conecte-se consigo próprio. Abra mão de uns minutos, horas ou dias para fazer o encontro com a sua essência, despida dos medos da sua personalidade, das crenças limitativas que acumulou, das emoções reprimidas ou dominadoras que inflamam a sua relação financeira, para ver claramente e de forma segura qual é a sua essência e como é que se relaciona com a abundância. Isto dar-lhe-á a consciência necessária para sentir, ver e compreender a sua realidade financeira. Ter a consciência por si só, pode não resolver todos os problemas, mas é um passo fundamental. Seja numa meditação sozinha, em grupo, numa sessão de coaching, numa terapia energética, num retiro, num passeio pela natureza, na leitura de um livro, procure o seu momento e ganhe tempo, saúde e dinheiro.
- Defina o seu caminho. Com as aprendizagens da sua conexão e da tomada de consciência, defina quais são os seus objetivos e meios de trabalho interior para alcançar a liberdade financeira (interior). Não obstante o que definir em seguida ficam algumas pistas ou orientações que podem ajudar de uma forma geral.
- Conheça os seus números. Quanto ganha, quando gasta. Faça um orçamento e viva dentro dele. Nem imagina a quantidade de pessoas que nunca fez um orçamento ou não usa. Isto dar-lhe-á maior segurança e conforto. Acalma a mente e coloca-a em controlo. Não abuse, desse controlo, senão tornar-se-á fanática do controlo e é novamente o dinheiro que lhe leva a melhor.
- Pague-se 1º todos os meses de forma automática! Pagar-se é dizer que se importa consigo hoje e amanhã. Auto-valorização, respeito próprio, merecimento, planeamento. Defina um valor de poupança mensal (podem ser 5€ ou 1% do que ganha ou 20% depende do que for possível, pode depois no futuro aumentar). Faça-o de forma automática para não se ter que preocupar com isso e também para poupar antes de gastar. Se tiver um orçamento, uma das rubricas será a Poupança.
- Seja Grato. A gratidão é algo que pode ou não ter aprendido quando era mais novo, mas é muito importante para evitar o stress e a ansiedade relativa ao dinheiro. Quando somos gratos pelo que temos, é menos provável que desejemos mais. Ao remover o desejo por mais recursos, é menos provável que gastemos com compras por impulso, o que por sua vez, pode-nos ajudar a evitar o desperdício do dinheiro nas nossas contas bancárias e gastos excessivos com cartões de crédito. Ser grato pelo que você já tem leva à alegria. A gratidão tem uma força imensa, pois além de evitar esses gastos desnecessários, traz-nos uma sensação de abundância que se acaba por manifestar na nossa vida. As pessoas que não praticam a gratidão vêem o dinheiro como o objetivo, o que se torna num ciclo interminável de querer mais e nunca se sentir o "mais" como suficiente. O dinheiro não é o objectivo, é apenas um dos meios.
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