in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Numa certa altura das nossas vidas, precisamos do regresso, precisamos de nos propor a regressar a algo e quando sentimos essa vontade é mais fácil, é sentido, é uma necessidade própria, desperta em nós a vontade de regressar de forma automática.
E quando somos obrigados a fazê-lo? Quando não escolhemos sair do daquele momento e depois temos de regressar a algo que fomos obrigados a abandonar? Surgem várias emoções, vamos destacar duas dessas emoções, que poderão ser as mais comuns nos tempos que correm, o medo e a incerteza.
Regressar com medo, regressar a um mundo que está diferente, que não é o nosso, regressar com receios. Somos seres humanos por isso o medo é algo que nos ajuda a prevenir certos acontecimentos, no entanto, quando nos deixamos controlar por ele, podemos sentir uma forte incapacidade de atuar, podemos sentir bloqueios, ao lado desse medo pode estar a incerteza, a incerteza de não sabermos o que nos espera e nem todos lidamos com bem com isso, agir e regressar com incerteza pode até ser considerado um ato de coragem para muitos, regressar sem saber o que vamos encontrar.
Quando os regressos são necessários existe uma fase de adaptação, uma fase em que nos estamos a ambientar a esse regresso, que embora já tenhamos estado nesse momento, podemos encontrar um lugar diferente e nós próprios podemos sentir-nos diferentes.
Como lidar tudo isso? A adaptação é de um modo geral, progressiva, não acontece de um dia para o outro e dela podem fazer parte várias fases, a fase da reflexão, a fase da aceitação e a fase da ação. Somos todos diferentes, por isso, nem todos passamos por essas fases, há pessoas que lidam muito bem com regressos e que para eles é quase normal, para outras pessoas os regressos são complicados e exigem muito mais do que regressar sem pestanejar, sem ponderar, sem refletir.
O nosso mundo está a passar uma fase nunca antes vista, uma fase inesperada, fomos obrigados a parar sem escolher, fomos obrigados a pausar as nossas rotinas, a não poder escolher ir a certos lugares, fomos postos à prova. Podemos ter diferentes perspetivas sobre esta fase, podemos achar que precisávamos desta pausa, que precisávamos todos de sair do nosso piloto automático, que precisamos de ter mais tempo para nós e para os nossos, que precisávamos de algumas mudanças, que precisávamos de olhar para a nossa casa e para o nosso planeta de forma diferente e passa-lo a considera-lo o que ele realmente é, o nosso lar.
Todas estas perspetivas, estes olhares sobre aquilo que tivemos de modificar e pausar estão corretos, porque são muito nossos, muito próprios, tal como os regressos. Os regressos são também muito nossos e sentidos de forma muito diferenciada de todas as pessoas que nos rodeiam, não há uma forma correta de lidar ou sentir, não há uma forma correta de olhar para os regressos e não há uma forma correta de nos adaptarmos a estes, temos de encontrar a nossa própria forma de lidar, temos de nos propor a sentir as nossas emoções, a analisar o ambiente que nos rodeia e a aceitar o nosso tempo de adaptação.
O regresso será sempre muito pessoal, o regresso será sempre muito nosso, o regresso será sempre a volta ao chão que outrora pisamos e cada um de nós pousará nele como sentir e escolher pousar.
HEALTH COACH & COACH
TRANSFORMACIONAL
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