Por Mónica Viana
in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2017
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Um ritmo que para uns satisfaz e para outros nem tanto. Em ambos os cenários há satisfação e insatisfação profissional. O denominador comum a ambos é a maneira como percecionam o seu trabalho, e o seu papel no mesmo. Mas o que é certo, é que, para todos, é uma oportunidade de crescimento, profissional, claro, mas também pessoal. Pois uma não esta separada da outra.
Para exemplificar este ponto, confira a tabela A, que ilustra como cada ser humano trilha uma jornada evolutiva composta por três estágios de desenvolvimento:
1) Estágio Pré-pessoal (ou egocêntrico) referente a formação do self com o objetivo de proteger o próprio mundo interior e operar no mundo exterior;
2) Estágio Pessoal (ou etnocêntrico) referente a capacidade de equilibrar os papeis sociais e ponderar sobre si mesmo;
3) Estágio Transpessoal (ou kosmocêntrico) que se refere a transcendência dos paradoxos existênciais individuais.
Cada um dos estágios de desenvolvimento, em si, contém desafios nos contextos pessoais, interior, relacionais (cultural) e sociais. Os desafios pessoais referem-se as conquistas e realizações do cotidiano. Os desafios interior referem-se ao autoconhecimento e maturidade. Os desafios relacionais (cultural) dizem respeito à capacidade de pertencer e relacionar-se. E, os desafios sociais referem-se à capacidade de integrar-se a sociedade e influenciá-la.
O ambiente profissional, por vezes, hierárquico, percecionado como satisfatório, insatisfatório, ou neutro, é solo fértil para as emoções que desafiam o desenvolvimento pessoal, através da interação com os pares e colegas, fazendo surgir a comparação, o julgamento, o ciúme.
O ciúme é caraterizado pelo desejo de possuir algo ou alguém com exclusividade, e a incapacidade de suportar ou lidar com a boa fortuna de terceiros. O ciúme profissional revela-se por sentimentos de ressentimento e rivalidade, em casos pontuais, até agressivos. Por exempo, o ciúme pode surgir quando, se, no trabalho, há atribuição de bonus mensais, e, um ou uns colegas recebem bonificações superiores a si. Se um colega recebe uma promoção, ou reconhecimento, por um trabalho, ao qual também concorria. Ou somente pelo facto de o outro receber algo, ter algum atributo, ou possuir algum bem, por exemplo, pode gerar o ciúme.
O ciúme é uma emoção natural, e está relacionado com o estágio de desenvolvimento Pré-Pessoal, egocêntrico, a formação do ego, ou self, é primário e instintivo, e, como dito antes, tem o objetivo de proteger o mundo interior.
O ciúme, ao contrário da inveja, é acompanhado por um sentimento de perda. Por apego, á sua identidade (self), perceciona o seu cargo, o seu trabalho, ou objeto de desejo, como uma extensão de si, e faz surgir o sentimento de perda - de si próprio. O ciúme, assim, revela baixa auto estima e falta de autoconfiança, sendo um indicador, um sinal, de não estar integrado em si próprio, ou Self, e por isso busca preencher esse vazio com algo externo. Ou seja, a incapacidade de regozijo pelo sucesso alheio, na verdade, reflete a incapacidade de sentir regozijo e reconhecer a abundância dentro de si.
É importante frisar que, apesar de ser uma emoção instintiva, reativa, defensiva do self, deve ser transposta, através do reconhecimento, da aceitação, para o seu desenvolvimento pessoal, e para aproximar-lho da sua maestria inerente. Seja qual for o seu trabalho, independentemente se o satisfaz ou não, é aí onde está, neste momento, que surgem os desafios emocionais, o ciúme sendo um deles, que deve enfrentar para progredir. Ninguém é melhor ou pior que ninguém, estamos nesta jornada de vida para ser feliz e partilhar o melhor de nós com alegria e gratidão no coração.
PSICÓLOGA. MESTRE EM STRESS, CULTURA, MUDANÇA E ADAPTAÇÃO.
FACILITADORA DO JOGO DO HERÓI
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in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2017
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