in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2016
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Espiritual: Ir para lá do egocentrismo natural, ser capaz de ouvir o outro e de o sentir, deixar de colocar o outro ao nosso serviço e sentir o impulso profundo de, pelo contrário, servi-lo e amá-lo para lá do bem que nos faz e pela satisfação de estabelecer com ele uma relação de afeto, de benevolência, é um caminho de transcendência. De transcendência dos aspetos menores do eu que o enredam numa teia de sofrimento interminável que conduz ao isolamento, à vingança, à desconfiança, à dor. De transcendência para dimensões de nós próprios onde se descobre a alegria do amor pelo amor, do valor do amor pelo amor, onde se descobre que se pode amar sempre, mesmo quando se castiga, se contraria, ou quando se diz Não! com firmeza. Mas tal exige uma revolução copernicana na psique e, se todos dela necessitam para uma vida mais plena e feliz, poucos se dispõe a fazê-la de modo consciente e duradouro.
Essência: Remeter o amor para a dimensão da essência é entrar na linguagem daqueles que, num momento fugaz ou repetidamente ao longo da vida, experimentaram uma Luz que é Amor, uma Luz de Amor que chamam sagrada e o Divino, e que é simultaneamente o valor mais alto da vida, aquilo que é mais valioso e o que mais importa estar perto de, e a natureza última do seu ser, como se divinos e amor também fossem. Falamos, claro, de místicos como João da Cruz, António de Lisboa/Pádua, Ma Ananda Moi, Krisnamurti, entre muitos outros. Falamos igualmente daqueles que tiveram uma Experiência de Quase Morte (EQM) por via de uma paragem cardio-respiratória, acidente, etc., e que, por momentos, se descrevem fora do corpo físico e na presença de uma Luz que os acolhe, alimenta e acalma. E, por último, daqueles que viveram uma experiência cósmica, de pico - na linguagem da Psicologia Transpessoal - num momento de sofrimento intenso, prazer desmesurado, esforço ao limite, dança inebriada, entre outros. Todos eles vivenciaram o Amor como o alimento supremo, aquilo para o qual nos devemos dirigir e estar perto, mas também aquilo que constitui o divino e a nossa própria natureza mais profunda, isto, essencial.
Por tudo isto, e o muito mais que aqui se entrevê, podemos dizer com propriedade que O caminho do amor é espiritual na sua essência.
LICENCIADO EM FILOSOFIA MESTRE EM PSICOLOGIA CLÍNICA E PSICOPATOLOGIA FORMADOR E PSICOTERAPEUTA TRANSPESSOAL ACREDITADO
www.almasoma.pt
[email protected]
in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2016
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