in REVISTA PROGREDIR |DEZEMBRO 2021
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De facto, a nível intelectual, a compreensão conceptual da vida requer a existência de opostos: calor e frio, dia e noite, feminino e masculino, grande e pequeno, paz e guerra, lua e sol, luz e escuridão, “eu” e o “resto do Mundo”, vida e morte.
Para além dos opostos criados pelo intelecto humano, existe a Unidade da Vida, a União com Tudo o que É. Esta Verdade, muitas vezes descrita através da máxima Somos Todos Um, precede todos os conceitos criados pelo pensamento, razão pela qual dificilmente pode ser explicada profundamente através de palavras. Apesar das limitações da linguagem, experienciar o Ser nesta União poderá ser descrito e sentido como:
O regresso a casa.
Estar presente inteiramente aqui e agora.
Despertar para a Verdade da realidade.
O fim da ilusão da separação.
Ser inteiro e completo.
Amor para além de todas as palavras.
De vez em vez, é-nos possível atingir este estado de Consciência, seja através da meditação, a oração, exercícios de respiração e outras práticas mas também de forma espontânea num processo de despertar espiritual. Na visão de alguns, incluindo mestres, este é o estado eterno de Consciência que se atinge na Iluminação.
A experiência humana terrena neste Planeta é, por natureza, bastante complexa. Na vida do dia-a-dia, enquanto não atingimos o patamar de Consciência Iluminado, embora possamos experienciar estados elevados de Ser, somos frequentemente confrontados com contrastes. Dependendo da rigidez ou flexibilidade dos nossos conceitos e crenças, tanto a nível individual como a nível coletivo, estes contrastes podem originar conflitos interiores e também exteriores.
Por vezes, para muitos, torna-se humanamente difícil de entender ou aceitar certas circunstâncias, sobretudo quando as mesmas são tão radicalmente diferentes e opostas a tudo em que acreditamos. Perante a resistência, podemos ter a tendência para, em maior ou menor grau, consoante a altura e as circunstâncias, julgar, criticar, polarizar e, no extremo, radicalizar a separação. O Mundo da dualidade pode ser neutro em si mesmo, mas raramente o é quando os opostos se tornam fonte de fracturação ou exclusão entre o “eu” e o “outro”. Neste momento da História da Humanidade, talvez mais do que nunca, estamos a sentir esta divisão de forma globalizada.
Nesta altura de transição e evolução da nossa Civilização, o desafio do nosso Mundo dual convida-nos à superação, à evolução do nosso Ser rumo ao Amor que desejamos ver concretizado no Planeta. Para que tal seja possível, necessitamos de Corações Corajosos, sem medo de se importarem profundamente com os outros e com o Mundo, independentemente de tudo o resto. Necessitamos de Corações Compassivos capazes de se abrirem ao Mundo sem divisões e muros.
Nos momentos mais desafiantes da realidade terrena, cheia de contrastes, injustiças, incertezas e dores, cultivar Compaixão, seja por nós próprios, pelos outros ou por todos os seres que habitam neste Planeta, pode parecer utópico. Porém, possuímos sempre o livre-arbítrio de escolha. Perante a perda, o desafio ou a dificuldade podemos fechar-nos ao Mundo ou deixarmos que o Coração ilumine o nosso Caminho.
O Coração Corajoso e Compassivo é sábio. É autêntico: Não diz Sim só para agradar aos outros. Com a mesma pureza, a partir do cuidado, nunca do ódio, é poderoso: Diz Não a todos os atos de abuso.
Cultivemos, portanto os nossos Corações Compassivos, mesmo com e apesar das “artimanhas” da dualidade do nosso intelecto humano. O Amor é a resposta.
Qualquer acto de amor, por menor que seja, é um trabalho de paz.
Madre Teresa de Calcutá
COACH DA ALMA
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