Por Filomena Conceição
in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2021
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Quando fazemos esta pergunta espontaneamente a alguém é natural que os pensamentos dessa pessoa disparem em alta rotação, pois, na verdade “tudo e nada” estão em causa. Mas acreditar que a felicidade só existe em momentos de grande euforia ou em altos estados de bem-estar é um grande erro. Ao sentir-se responsável por manter altos níveis de felicidade, pode levar, na verdade, a sentir um desconforto terrível. É como assumir que gostamos de algo, quando, na verdade odiamos.
Existe algo a ter em conta e que é essencial - Não viva tão obcecado com a felicidade, mas sim com a certeza de que deu o seu melhor perante as situações onde se encontrava. Isso alivia com clara evidência o peso de tentar a tempo inteiro e a todo o custo “sempre bem”. Devemos compreender que estar sempre com esta pressão de sentir feliz “a todo o tempo” gera, por outro lado, grande frustração quando passa um dia menos bom. Todos temos dias menos bons, não existe ninguém a quem o dia seja sempre “perfeito”, a menos que o encare desta forma e isso é algo diferente.
Viver livre da pressão de ser sempre bem-sucedido, leva a obter resultados mais satisfatórios com menos esforço. Porquê? Porque a pressão baixa e com ela também a ansiedade. Passa a ser capaz de pensar e raciocinar com maior clareza. Quando os pensamentos são fluídos, as tomadas de decisão tornam-se mais fáceis, no sentido em que tem uma maior capacidade para pensar sobre as várias opções disponíveis. Aceitar que errou e levar essa ideia com leveza, deixa-o muito mais próximo de se sentir confortável e sobretudo, consciente que pode sempre melhorar, o que terá impacto positivo na sua motivação fazendo-o sentir-se bem, fazendo-o sentir felicidade.
Para podermos reconhecer “a felicidade” na vida, é preciso experienciar momentos menos bons, pois assim seremos capazes de afirmar com clarividência o que nos faz sentir bem. Obviamente, ninguém gosta de sofrimento, porém ele faz parte da vida e faz parte do processo de “estar vivo”. Em certas ocasiões, pode ser obrigado a lidar com situações muito complexas, como a perda de um ente querido e com isso ter de passar por um processo de luto; passar por um momento de crise na relação amorosa e ter de saber viver com um divórcio e dois filhos para criar; ou perder o emprego que tantas vezes pensou mal sobre ele, mas que agora ao viver o desemprego até isso “não era assim tão mau”.
Todos nós temos momentos de felicidade, mas nem sempre somos capazes de os reconhecer desta forma. Portanto, importa saber identificar dentro da rotina do dia-a-dia esses momentos e atribuir-lhes um novo significado. Há coisas que pode fazer para ajudar a alimentar a felicidade, mas tem de estar bem ciente: o que resulta com a pessoa A, pode não resultar com a pessoa B. Não há fórmulas mágicas ou resultados imediatos com pouco esforço, nem terapias milagrosas que resolvam todos os problemas. Cada um de nós tem a sua própria combinação de fatores e valores, por isso, o que nos cabe a nós terapeutas é ser um facilitador dessa descoberta e não o detentor dessa fórmula em si mesma.
Então, fica a grande questão: O que posso fazer diariamente para, de certa forma, me sentir uma pessoa mais feliz? Uma vez que o processo é construído ao longo do tempo, é natural se no início se sentir um pouco “desconfiado”, mas não faz mal. A dúvida deixa-o inseguro no início, mas faz parte integrante da caminhada. Aqui ficam algumas dicas:
1. Disciplina (ter disciplina ou ser disciplinado);
2.Valores (saber com clareza quais os seus valores);
3.Objetivos (bem definidos e que motivem para lutar por eles);
4.Partilhar (ter com quem partilhar essa forma de ser/ estar com família ou com amigos);
5. Obstáculos (encarar para superá-los…não fugir deles);
6. Impossibilidade (“nada é impossível até que um dia aconteça” nunca se esqueça disso);
7. Momentos difíceis (nem sempre a vida é fácil, não só para si, mas para todas as pessoas);
8. Falhar (falhar é um modo de aprender a melhorar, não é o fim da tentativa);
9. Silêncio é válido (o silencio é merecido e deve ser usado sempre que necessário, o silêncio é por vezes libertador);
10. “Coisas” valem muito pouco ou nada (certas coisas às quais dá muita importância, na verdade não são assim tão importantes, até mesmo o dinheiro);
11. O dinheiro deve ser usado (ainda com alguma lógica, o dinheiro deve ser usado para criar oportunidade de qualidade, seja de férias, lazer ou profissional).
Se, ainda assim, a felicidade lhe parece muito longe da realidade, para Progredir pode sempre optar por procurar esse caminho através de desenvolvimento pessoal.
PSICÓLOGA DESENVOLVIMENTO PESSOAL & BEM-ESTAR
www.filomenaconceicao.com
in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2021
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