in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Refletem monotonia e previsibilidade, ambas características de uma vida segura e vincadamente rotineira, onde se quer, muitas das vezes, um mínimo de mudança possível. Ao referir mudança, refiro-me à alteração, à modificação ou à transformação ocorrida em alguém, ou nalguma coisa por meio da mesma.
A segurança e certeza que se procuram nestas simples decisões (in)conscientes é muitas vezes justificada pelo facto do conhecido gerar segurança e, por oposição, o desconhecido gerar insegurança. Uma mudança implica sempre um certo grau de insegurança e o medo de mudar, de dar um passo no desconhecido, leva a que se se mantenha com aquilo que dá confiança, segurança e tranquilidade, não arriscando na mudança, ainda que a perspetiva de mudar, e as suas consequências, sejam eventualmente positivas.
A mudança poderá ocorrer de duas formas: involuntária ou voluntária. De forma involuntária, por exemplo, serão aquelas mudanças inerentes ao próprio desenvolvimento do Ser Humano, verificável nas várias fases da vida (latência, infância, adolescência, idade adulta e na velhice), provocando alterações a nível psicológico e físico.
De forma voluntária, poderá ser uma mudança de país, de residência, de emprego, de escola, de parceiro, de aspeto visual, de rotinas, etc.
Quanto à questão temporal, a mudança pode dar-se de forma repentina ou planeada.
Sabe-se que o Ser Humano é naturalmente avesso à mudança. Tal poderá ser explicado pelos sentimentos e emoções que não só estão implicados para que se dê a mudança, como as consequências que a própria mudança acarreta: medo, insegurança, ansiedade, desconfiança, incerteza, entre outros.
Ora, estes sentimentos e emoções tendem a ser sentidos de forma desagradável, fazendo com que as pessoas, evitando senti-los, não concretizem uma mudança. Desta forma, naquilo que a mudança poder-se-ia tornar numa mais-valia na vida da pessoa, deixa de acontecer por que a pessoa prefere evitar sentimentos e emoções que lhes são emocionalmente difíceis de gerir.
Mas as mudanças são inevitáveis e, por vezes, para mudar é necessária coragem. Coragem para largar o passado e o conhecido, e coragem para abraçar um futuro novo e desconhecido.
A mudança pode ser transformadora, encorajadora, e motivadora de ainda mais mudanças!
Proponho-lhe um desafio: da próxima vez que for tomar um café ao sítio do costume, experimente sentar-se num lugar que nunca antes tenha ocupado. Fique desperto para o que o rodeia. Seguramente terá uma perspetiva diferente da habitual e verá um ou outro pormenor que ainda não tinha reparado, ainda que o local seja o mesmo, só pelo simples facto de mudar de lugar.
coragem para fazer uma grande mudança de uma só vez, vá fazendo pequenas mudanças, dentro dos seus limites de segurança e confiança. De mudança em mudança, vão-se mudando, e expandido, os limites de segurança e de confiança no que se poderá traduzir em mais felicidade e bem-estar!
Desafie-se a mudar!
PSICÓLOGA CLÍNICA
CÉDULA PROFISSIONAL NR. 22877, DA ORDEM DOS PSICÓLOGOS PORTUGUESES
www.akademiadoser.com
[email protected]
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