Por Carlos Lourenço Fernandes
in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2012
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A liderança na vida profissional, ou o destaque possível e desejável na vida profissional, é assente no mérito, no relacionamento competente, na capacidade acrescida da incorporar toda a equipa na realização de objetivos construídos e partilhados em comunhão de interesses. Liderar ou destacar-se na vida profissional observa territórios comuns com as estratégias empresariais.
A inovação e desenvolvimento – decisivas no universo empresarial – são porventura compagináveis com a necessidade de progredir em saber e competência quando se observam e sublinham objetivos de liderança na vida profissional. Saber e competência temperados pela experiência vivenciada mas sem renúncia ao estudo ao longo de toda a vida. Permanecer aberto ao acolhimento de saberes diversos, permanecer atento ao enriquecimento das virtudes nas práticas pessoais e profissionais constituem os elementos estruturantes da alavancagem à liderança, à relevância no universo profissional.
Observar os desenvolvimentos, afirmar vantagens competitivas futuras evitando a vulgaridade – o ser vulgar ou semelhante – é matéria que incorpora a busca da liderança. Liderar não é ser primeiro no género instantâneo. No momento é-se líder, no momento seguinte, perdeu-se a liderança. Liderar, de forma consistente, é constituir-se em ser atrativo de forma duradora. É ser reconhecido como aquele a quem importa seguir, é ser aquele onde se reconhece o mérito de prosseguir a direção ou exemplo notável de bem-fazer, de bom saber.
Uma estratégia pessoal que vise a construção progressiva do reconhecimento da liderança exige um compromisso pessoal de adotar um conjunto específico de atuações, de ações, visando o crescimento pessoal, a atração e satisfação dos outros, a capacidade de conduzir desempenhos positivos, apreciados, e, portanto, tudo tem a ver com o modo e o como crescer, construindo fidelidades interiores (rigor em si) e elevando o grau de reconhecimento externo. As iniciativas que adicionam competências às que foram obtidas em períodos anteriores, as reações ativas à necessidade de adaptação a circunstâncias em mudança, são pilares constitucionais na formação dirigida à liderança ou destaque na vida profissional.
Uma estratégia dirigida à assunção da liderança – ou do destaque – deve, tem de, incorporar uma dimensão ética incontornável. E, entenda-se, uma dimensão ética não significa somente a procura de atuar de acordo com a lei. Significa, sobretudo, sujeitar as ações a um universo de escrutínio moral, de exigência de virtude, de contornar comportamentos inadequados (os que agridem ou magoam os outros). As atuações do líder não podem constituir-se em universo de agressão aos outros, comprometerem a credibilidade relevando-se como duvidosas. A credibilidade aliada ao conceito de liderança obriga à renúncia da ausência da clareza ou da eminência da dúvida. A liderança aceita e integra o erro. Mas não se afirma no pântano da dúvida, da incerteza, da incomodidade assente na ausência de transparência nos atos e na razão de ser dos atos.
A liderança na vida profissional assenta em esforço permanente de virtude, saber, competência e relacionamento adequados. Assenta, afinal, no saber discreto que se afirma pelo mérito de ser.
Professor universitário, urbanista
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REVISTA PROGREDIR | MAIO 2012