
Por Sónia Moura Sequeira
in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2015
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Nessas situações, nós sentimos que o mundo está desligado e uma onda de imensa dor está a impedir-nos de respirar sobre nós e nos trazer a leveza e a paz que necessitamos e tanto ansiamos.
Esta é a sufocação emocional e o seu ingrediente chave, a dependência emocional.
Mas, às vezes, é hora de libertar o que nos obrigamos a sentir e começar uma nova vida, porque a renovação emocional. Amar porque nos sentimos bem em dar amor, porque cultivamos amor dentro do nosso coração sem estar à espera de nada em troca.
Saber amar é um desafio da humanidade no seculo XXI, amar sem medo de se magoar. Depois do amor nem sempre vem a deceção. A mágoa acontece exatamente quando esperamos demais de quem amamos. É como comer uma refeição deliciosa, ao fim de algumas horas transforma-se em dejetos. Também não é necessário deixar de comer, para deixar de ter prisão de ventre, é só saber comer. O mesmo se passa com as emoções, saber lidar com elas é próprio da inteligência emocional.
No aspeto das relações interpessoais colocamos como primordial saber lidar com o amor. Por vezes o amor fere, o amor dói, quando existe a deceção amorosa, a mágoa, o odio.
A mágoa só existe em alguém que amou ou ama de forma presa às suas próprias expetativas e carências emocionais.
Na maior parte das vezes entendemos o amor de forma errada porque a chave não é o "eu preciso desta pessoa na minha vida", mas "eu prefiro esta pessoa na minha vida." Para ignorar os sentimentos e necessidades de posse que são pesados, necessitamos de substituir por um sentimento de amor mais puro com paz e liberdade com nós mesmos. Para isso basta cultivar o amor-próprio.
A sua verdadeira liberdade vem quando você começa a entender quem é e o que é capaz de fazer. A independência e a liberdade na relação é um troféu que só alguns conseguem e pode alcança-lo desatando as cordas que o prendem à relação e olhar para a frente, sem precisar de alguém para levá-lo/a pela mão.
A Nossa dependência é o que nos torna escravos , especialmente se a nossa auto estima depende de algo ou alguém. A necessidade de elogios, carinho ou atenção faz de nós um barco prezo com âncoras pesadas, faz de nós alguém com um dono do nosso próprio destino.
Quando o nosso barco se livra das âncoras pesadas e prefere ter leveza, percorre de forma harmoniosa o seu caminho, tendo a certeza que a sua felicidade depende exclusivamente de si.
Ninguém o pode magoar sem o seu consentimento, não permita que alguém lhe retire essa leveza, essa paz de espírito tão necessária para tomar decisões com bom senso.
Assim, a autoconfiança e a auto estima mantidas são as melhores ferramentas para dizer adeus aos vícios, à poluição emocional, dando uma leveza primordial à vida.
O conceito de estufa emocional que Jaume Soler deu para definir o ambiente onde nos localizamos nos nossos relacionamentos consiste, em uma estufa pesada leva o casal à exaustão, o stress, a impaciência, o pensamento rígido, a ânsia pela razão que deve ser substituída por um ambiente mais leve e puro.
Quando se investe nos sentimentos pesados podem ficar resíduos emocionais, estes contaminam o meio ambiente através das agressões verbais ou comportamentos destrutivos: queixas, ressentimentos, rancor, mau humor, desânimo, boatos, juízos negativos, fúria, raiva, menosprezo, cinismo...Têm um impacto negativo em nós mesmos e nas relações interpessoais. Optar pela leveza de sentimentos na relação, é a melhor opção para garantir um relacionamento harmonioso e uma estufa saudável.
SÓNIA MOURA SEQUEIRA PSICÓLOGA CLINICA www.soniapsicologia.wix.com/ psicologaemocional soniapsicologia@sapo in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2015 (clique no link acima para ler o artigo na Revista) |