
in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2025
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
O Fogo é um elemento de base subjetiva, ligado à noção de identidade individual, pelo que, se traduz em aspetos como o reconhecimento e expressão da nossa identidade e criatividade pessoais, a afirmação da nossa vontade e do nosso valor-próprio, o impulso para tomarmos iniciativas e agirmos, a busca por experiências que contribuam para o nosso desenvolvimento pessoal.
Nesse âmbito, podemos dizer, resumidamente, que o Sol representa o centro da nossa identidade individual, a nossa criatividade e vontade pessoais e a nossa forma de autoexpressão, enquanto Marte representa o nosso impulso para agir e afirmar o valor pessoal perante o exterior. No que respeita aos signos, Carneiro está associado à afirmação da singularidade, Leão ao reconhecimento e expressão da identidade individual e Sagitário à busca de expansão pessoal; ou, de uma forma simbólica, representam a nossa capacidade de pensar pela própria cabeça (Carneiro), seguir o próprio coração (Leão) e caminhar pelas próprias pernas (Sagitário).
O Fogo é também o elemento associado à coragem. Haverá algo que requeira maior coragem do que sermos, a cada momento, quem verdadeiramente somos? Essa talvez seja mesmo a melhor definição de independência.
Nem todos temos a mesma acentuação de Fogo nos nossos mapas astrológicos de nascimento. Mas, mesmo que não seja um elemento forte na nossa matriz energética, está sempre lá de algum modo e podemos ativá-lo. Um excelente meio de ativarmos o nosso Fogo é exatamente praticarmos a independência; e, no sentido inverso, quanto mais avivarmos o nosso Fogo, mais desenvolvemos a capacidade de atuar de modo independente.
Não é necessário termos um grande espírito de aventura e partirmos sozinhos, de mochila às costas, numa viagem de descoberta pessoal. Existem muitas outras formas de fazer esse trabalho, sendo que, o mais importante é que possa aumentar o nosso autoconhecimento, a nossa noção de valor-próprio e, por conseguinte, a capacidade de expressarmos a nossa individualidade.
Algo essencial é conseguirmos estar bem na companhia de nós mesmos. Para algumas pessoas isso é algo fácil e muito agradável, para outras nem tanto. Excluindo os casos em que exista um medo de estar só decorrente de situações traumáticas (as quais requerem um acompanhamento especializado), a capacidade de apreciarmos a nossa própria companhia pode ser um gosto adquirido – há é que ter cuidado para que não se torne um vício, que nos faça dispensar todas as outras companhias.
É, por tal, muito importante conseguirmos ter o nosso espaço e momentos a sós connosco, seja para dar um passeio, ler um livro, praticar uma atividade criativa, meditar, ou simplesmente estar com os próprios pensamentos. Cada um de nós é um ser único e, no meio das exigências do quotidiano, é fácil esquecermo-nos disso. Estarmos a sós connosco permite-nos o reencontro dessa singularidade e o treino da nossa independência.
Quando já apreciamos a nossa própria companhia, o desafio pode ser não deixarmos de fazer algo de que gostamos ou que queremos (e.g., assistir a um espetáculo, fazer uma viagem) por não haver alguém disponível para nos acompanhar. E, no sentido inverso, não nos sentirmos obrigados a conviver, quando nos apetece ficar sozinhos.
A independência é, muitas vezes, entendida como total autossuficiência, afastamento das relações ou egoísmo. Independência é o inverso de dependência, mas não implica a negação do nosso espírito gregário. Todos precisamos de relações e de ligações afetivas, assim como, todos precisamos, em alguns momentos, de ajuda e cooperação.
A expressão da nossa individualidade precisa de ser equilibrada com o estabelecimento de relações. Assim, o elemento oposto e complementar do Fogo é o Ar, que, sendo também um elemento de exteriorização, está mais direcionado para a conexão com os outros, pelo que, as suas características expansivas manifestam-se sobretudo na comunicação e na interação.
A integração dos elementos Fogo e Ar, diz-nos que podemos ser simultaneamente independentes e criar relações afetivas íntimas. Claro que, para serem relações equilibradas, têm de respeitar a expressão da individualidade e a liberdade de cada um. E, como o equilíbrio é uma condição dinâmica, isso implica, por vezes, termos de afirmar a nossa vontade; outras vezes, precisarmos de conciliar as vontades das partes; e outras ainda, termos de aceitar a vontade do outro.
Sermos independentes consiste sobretudo em sermos fiéis a nós próprios, fazermos as nossas próprias escolhas e lidarmos com as consequências das mesmas. E essas escolhas incluem decidirmos quando seguir sozinhos ou acompanhados, quais as companhias com quem queremos partilhar o caminho e como continuar se estas não estiverem presentes.

ASTRÓLOGA
website: aquarionohorizonte.wordpress.com
email: [email protected]
in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2025
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)