in REVISTA PROGREDIR |DEZEMBRO 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
E ainda bem que assim é, pois, a vida, tal como nós, é feita de amor!
Contudo, o “viveram felizes para sempre” das histórias é, na vida real, composto por vários “agora”. É um somatório de momentos presentes que devem sim, ser repletos de amor, um dos fatores basilares de qualquer relacionamento, mas ter também a consciência de que estes momentos e etapas da vida estão assentes em escolhas diárias e são o resultado de um conjunto de outros ingredientes igualmente, chave e impulsionadores para que possamos alcançar e alimentar uma relação saudável, feliz e duradoura.
Em primeira instância, é importante ter em perspetiva que na equação chamada, relacionamento amoroso existem três elementos fundamentais. São eles o “Eu”, o “Tu” e o “Nós”. Antes da existência do elemento “Nós”, ou seja, antes do “Eu” e do “Tu” escolherem livremente viver uma relação de amor, estes dois elementos já existiam de forma independente um do outro. Cada um com a sua identidade e personalidade, com os seus sonhos, objetivos, medos e desejos. Por mais pontos em comum que já existam e possam vir a ser construídos em conjunto, no “Nós”, a individualidade e a autonomia de cada um, não se esgota com a união.
No amor, e consequentemente num relacionamento amoroso, é onde podemos ter a liberdade de continuarmos a ser aquilo que já somos! Quer isto dizer, que cada elemento da equação deve ser sempre observado, cuidado e nutrido de forma individual e autónoma, isto é, independentemente! É determinante garantir que cada um continue a viver a sua jornada, a autoconhecer-se, a desenvolver-se e a crescer livremente enquanto ser.
É então da nossa inteira responsabilidade enquanto seres únicos, especiais e maravilhosos mantermos a nossa individualidade e liberdade, vivendo em profundo alinhamento com a nossa essência e em amor-próprio. É igualmente determinante e revelador do amor incondicional e respeito garantir que exatamente o mesmo seja possível por quem está ao nosso lado! Por consequência, tratar também o casal enquanto um elemento individual, igualmente possuidor em si mesmo dos seus sonhos, objetivos e planos a realizar, ou seja, com a sua própria identidade.
Assim, indissociavelmente ao amor, o sucesso de um relacionamento saudável e duradouro pode resultar da capacidade de mantermos a independência, a liberdade e o alinhamento com a nossa essência, enquanto seres individuais e autónomos e isso pode ser alavancado e potenciado através de, entre outros, ingredientes como:
- Aceitação e Respeito. Aceitarmo-nos a nós mesmos com as nossas virtudes e defeitos, respeitando as nossas vontades e medos. Isso permitirá também a aceitação e o respeito pelas características e necessidades do outro;
- Comunicação. A base de todas as relações. Expor de forma clara e aberta o que queremos e precisamos, oferecendo também disponibilidade e a reciprocidade em receber o que o outro tem para nos dizer ou pedir;
- Sinceridade e Verdade. Só assim conseguiremos alcançar a confiança necessária para vivermos um relacionamento de forma plena e feliz, reduzindo a margem para ciúmes ou cobranças indesejadas;
- Espaço e Tempo. É realmente importante preservar o tempo e o espaço (inclusivamente o espaço físico, por vezes) tanto de um, como do outro e ainda do casal.
Nos Romances que tão bem conhecemos é comum ouvirmos inúmeras declarações de amor, que têm tanto de românticas quanto de perigosas: “Não sei viver sem ti”, “Sem ti não sei quem sou!”, “És a minha razão de viver”, “Diz-me o que queres, eu por ti mudo o que for preciso para não te perder!”. Na esfera poética e figurada pode causar borboletas na barriga e fazer o coração bater mais depressa, mas literalmente e em desequilíbrio, pode rapidamente tornar-se bloqueador e castrador, sendo fatal para um relacionamento amoroso entre duas pessoas e pior, devastador para a que se encontrar nessa posição de dependência na relação.
Ninguém deve prender-se à ideia de que precisa de alguém para viver ou ser feliz, da mesma forma que ninguém deverá incutir a crença limitadora de que o outro depende dele. Assim, estar num relacionamento deve representar uma escolha e uma vontade em partilhar e construir algo em conjunto, simultaneamente à escolha pela verdade, liberdade e vontade de viver a sua própria jornada individual!
“É claro que sabes viver sem mim! Mas és “Tu” que escolhes viver comigo, tal como sou “Eu” que escolho viver contigo, e então “Nós” os dois decidimos viver uma vida em conjunto! Porque temos vontade, porque há amor, porque.... Sim!
Só nunca escolhas viver sem ti!”
COACH PROFISSIONAL - CERTIFICADA PELO ICC
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