in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2024
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Como conceito, a ilusão reflete a procura pela integração perfeita com o princípio da Unidade. Todos nascemos com o sentimento de que existe uma Perfeição Absoluta que, materializada, nos permitiria viver a Felicidade Total. O equívoco surge quando não queremos pagar o preço de nos confrontarmos com a escassez, com a imperfeição, com a carência, com a ausência, com o desamor. Uma parte de nós cria a ideia de que, se nos agarrarmos a uma imagem que projetamos sistematicamente na nossa mente, um dia essa imagem, essa fantasia, se transforma em realidade.
A ilusão tem uma natureza escapista e reflete a fuga ao confronto com circunstâncias desagradáveis e verdades inconvenientes que evitamos reconhecer.
Algumas situações comuns acerca da ilusão:
Quando a ilusão nos conduz à vitimização... Quando nos sentimos vítimas dos outros e das circunstâncias... será que estamos perante uma tentativa de nos escaparmos de usar o que temos e o que somos? Será que evitamos colocar-nos em causa por medo de não sermos capazes de alcançar os objetivos que idealizámos? E, pior, de não sabermos lidar com as consequências?
Quando a ilusão nos conduz à mentira... Porque, “Afinal, deveria ser assim.”..., mas a realidade insiste em nos devolver uma versão diferente... E, para mantermos a fantasia, somos capazes de distorcer, omitir, negar, rejeitar o que para todos é óbvio. Para manter a ilusão, perpetuamos um trabalho que desagrada, uma relação de mentiras e infidelidades, uma vida social obtusa e vazia.
Quando a ilusão nos conduz ao esquecimento de quem somos... já que, na tentativa de manter intacta a bolha de proteção que nos separa da crueza da verdade, vamos alienando aquilo que é a nossa essência e, com isso, perdemos confiança, energia, brilho, criatividade e objetividade. A nossa saúde mental ressente-se, transformamo-nos em pessoas depressivas, sem amor próprio. Perdemos a esperança e a nossa vida transforma-se num caos.
Quando a ilusão é projetada nos outros... Quando os outros se transformam na figura idealizada deixamos de os ver e não temos como os amar. Simplesmente, passamos a relacionar-nos com a imagem que neles projetamos, com a fantasia que criámos para nós. O outro alimenta em nós uma esperança vazia de conteúdo. Quantos casos destes conhecemos?
Gastamos o nosso tempo a tentar agradar aos outros, a tentar corresponder às suas expectativas. Seja numa relação, seja no trabalho, seja entre pares, criamos uma persona que pode nada ter a ver com quem realmente somos. Lançamos uma nuvem. Uma poeira. Colocamos uns óculos cor-de-rosa. E rezamos para que não descubram o que se passa cá dentro.
Então... o que procuramos esconder? Que medos são esses? Que carrascos tememos? O que pode ser assim tão terrível que, se descoberto, deitará tudo a perder? A que custo tentamos manter a ilusão? E até quando pensamos que o vamos conseguir?
A ilusão é a busca da Perfeição na imperfeição da matéria. Pura e simplesmente... não tem como funcionar para sempre. Chegará um momento em que as máscaras caem, a desilusão afirma-se e seremos convidadas a dar um passo em frente no caminho da aceitação de quem somos e de quem os outros são.
A desilusão pode passar a ser vista não como uma experiência negativa, mas como um catalisador para a reflexão, para o crescimento pessoal e para a manifestação do potencial único que cada uma de nós tem para dar à Vida.
Então, a verdadeira transformação pode ocorrer e isso acontece quando reconhecemos e aceitamos as nossas imperfeições, quando nos permitimos ser vulneráveis e autênticas. É através desse processo de integração e aceitação que podemos encontrar um verdadeiro sentido de paz e realização na nossa vida.
ASTROLOGIA E COACHING
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