Por Rodrigo Belard
in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2015
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
“Não tenho tempo”, então, não vou ouvir com mais frequência e atenção as palavras da minha/meu companheira/o; não posso passar mais tempo com o meu filho; não posso arrumar a garagem ou organizar os meus documentos; não posso passear ou conversar com a minha avó; dedicar algum tempo ao meu cão; não vou planear um novo estilo de vida porque não tenho tempo para o exercício físico, para me alimentar com mais qualidade, para dormir mais cedo, para passar mais tempo na natureza; basicamente “não tenho tempo para VIVER.”
Talvez pense que vou sempre acordar no dia seguinte? Talvez porque dou tudo e todos como garantido? Talvez pense que VIVER é o mesmo que sobreviver? Talvez... Mas afinal o que é o “tempo”? Como se expressa? É palpável, real ou é como a conta bancária, quase virtual, em que só se visualizam os números? O tempo é o barómetro que existe para “cronometrar” o conjunto de experiências que designamos como “vida”.
A “esquizofrenia social” a que estamos expostos não contribui em nada para orientar, priorizar e estruturar o tempo disponível. Facilmente se começa a “patinar” em relação ao que fazer, como fazer, quando fazer, aonde fazer e com quem fazer. Surge a confusão, a ansiedade, o medo, a dúvida e a dispersão.
Obviamente, e felizmente, o padrão até agora descrito não se aplica de forma generalista, no entanto, até os mais atentos correm sério risco de “contágio”, visto a manutenção do equilíbrio e harmonia interior ser um enorme desafio. De facto, viver é uma arte. Todos conhecem o ditado: “o que custa não é viver; é saber viver”. O que define a vida, a existência, são as prioridades que seleciona. Definem a estrutura e a qualidade da sua vida. São as prioridades que coloca na base da pirâmide que vão alicerçar ou não o dia a dia e definir, através da ação, quem realmente é e os valores (diferente de moralismo) pelos quais se pauta, sempre na prática, visto falar ser um atributo que qualquer um pode soltar para o ar de forma mais ou menos eloquente. A única realidade que confere ao tempo sentido e verdadeira utilidade é o AQUI e o AGORA.
Tudo o que necessita para resolver, para se resolver, para alcançar a mestria que sempre habitou em si está aqui, neste momento. Não precisa de esperar por um messias, por um “nirvana”, por um buraco celeste no céu. O momento é claro. As opções também. A dificuldade existe. Existem espinhos, renascimentos e lágrimas. Cruzam-se cortes e golpes de alma, mas no final o que diremos a nós próprios? Com que olhar e bravura nos conseguiremos encarar? Tentaremos levar a farsa até ao fim ou decidiremos abrir as asas a tempo de levantar voo para o nosso destino, para a coragem de ser diferente, mais responsável, mais esclarecido? É importante que abordemos o “tempo” à luz de todas estas nuances porque todas elas condicionam a visão do “tempo” que pensamos ter ou não, do tempo que nos resta, do tempo que passa mais depressa ou mais devagar, do nosso tempo, do tempo em que vivemos, do início dos tempos, do final dos tempos, do SEU tempo.
Algumas dicas, para que a GRATIDÃO pelo tempo possa tomar forma: Numa folha de papel, efetue da forma que fizer mais sentido, uma retrospetiva da sua vida, hábitos/rotinas, pessoas que gostaria de rever, ideias, “sonhos”, projetos, processos e pessoas que não lhe fazem bem, atitudes e características que não aprecia em si (sempre sem culpa), etc. Em introspeção sincera, distinga o trigo do joio, análise em consciência e opte; -Comece por pequenas mudanças. Não dê um passo maior que a perna ou ficará desanimada/o. Pequenas mudanças, se colocadas em prática com disciplina e plena intenção, podem produzir grandes efeitos e resultados. O que faz a diferencia é a constância. A força certa no momento certo.
O coração será o guia, ele nunca se engana, tal apenas parece acontecer quando a mente impregnada de temores e traumas não sarados interfere; Conviva com pessoas mentalmente saudáveis e que a/o inspirem; vá a locais que sejam especiais. Se necessário recorra a ajuda especializada, ninguém é uma ilha e heróis com efeitos especiais só mesmo nos filmes. Seja herói da simplicidade e da auto estima. Cuide de si, mime-se; Execute as tarefas que lhe pareçam mais chatas e difíceis em primeiro lugar. Se não estiver com trabalho externo ou em alguma situação delicada, desligue o telemóvel quando chegar a casa. A família e a sua paz de espírito, agradecem. Terá assim mais disponibilidade interior e mais tempo para o que e quem realmente é importante; Escolha a hora de despertar antes de se deitar. Ao deitar, poderá sentir a tentação de achar que determinada hora é demasiado madrugadora; Levante-se meia hora mais cedo do que o habitual para ter algum tempo apenas para si. Vá acrescentando tempo a essa meia hora, de forma gradual e realista.
Não espere obter resultados a este nível se se deita tarde e/ou se tem um estilo de vida masoquista e esgotante. Aprenda a arte do “não fazer nada”. É nesse aparente vácuo que o Universo e a vida muitas vezes se move oferecendo grandes e inesperadas dádivas. Se fez sentido para si, coloque em prática o que leu ou terá sido “tempo perdido”.
MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
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in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2015
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