Por Maria Filomena Costa de Paula
in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Na realidade, esta sensação de reconhecimento aliada aos “cinco minutos de fama” nada mais é do que algo promovido ilusoriamente pelo ego, refletindo um mundo que exalta as aparências e o ter. Na maioria das vezes são momentos curtos, sem grande consistência ou sustentabilidade que em nada promovem o crescimento pessoal ou coletivo que simplesmente se encaixam nas necessidades básicas do Ser Humano. Podemos dizer, então, que, na maioria das vezes, a fama é efémera e que nem sempre deixa legado e que, ter fama não significa, necessariamente, tenha sido alcançada por feitos virtuosos.
Mas então o que é a fama?
Fama significa ser reconhecido, falado, mostrado e na maioria das vezes apenas significa notoriedade no presente. Ela influencia, nem sempre, pelas melhores razões quem a assiste e se envolve. Sustenta-se na riqueza, independentemente da maneira como foi conseguida, no glamour dos bens materiais e do que eles proporcionam, alimentando sonhos de uma sociedade moderna que se encaixa neste modo de vida, promovida, nos dias de hoje, pela velocidade que as redes sociais e a comunicação digital, em geral, imprimem. Esta é a face “vazia” da fama, aquela que se promove sem conteúdo de valor para ninguém.
Depois temos a outra face da moeda, o lado da fama resultante de um caminho de vida, que inspira pelo empenho, competência, dedicação, trabalho, exaltando dons, ações, recheada de bons exemplos, que se sustenta pelo crescimento, cuidado, desempenho de missões e propósitos. Este tipo de fama cultiva e reforça valores que se sustentam no ser, fazer e ter, real permuta da vida em expansão de consciência. Esta é a face “cheia” da fama, a que deixa memória futura e legado.
Em ambos os casos a exposição é uma das consequências mais avassaladoras e nem sempre esse registo traz bons resultados sobretudo, na segunda face da fama, a de memória e legado pois ela está sobre o olhar atento de uma sociedade que está sempre pronta a criticar, julgar, não permitindo “erros” aos seus ídolos, projetando as suas próprias fraquezas e dualidades naqueles que tem como “mentores”.
Esquecendo-se que a vida, independentemente da fama, rege-se por todo tipo de circunstâncias e que a pessoa famosa é, antes de qualquer outra coisa, um Ser humano em constante mudança, escolhendo e tropeçando, escolhendo e acertando, movimentos que fazem parte de todos os processos de crescimento. É aqui que entra (ou deveria entrar) a inteligência emocional, ferramenta que ajuda a gerir, com maior tranquilidade e harmonia os tsunamis que enfrentam e a responsabilidade não alimentar algo que pode ser, altamente, destruidor.
Num mundo onde se promove, continuamente, a fama de forma fugaz e célere tendo para isso acesso fácil a vários canais digitais de divulgação, a efemeridade é algo que não preocupa a maioria dos que anseiam pela fama e por tudo aquilo que pensam conseguir. Pouco importa se deixam “vazio” ou “legado”. Se continuarmos a incentivar o efémero, alimentando, tão somente, necessidades básicas e egos inflados, dificilmente poderemos chamar à fama uma filosofia de vida.
Quando todos conseguirmos desviar o olhar do nosso próprio umbigo e nos tornarmos inspirações na construção de um novo paradigma, ai sim, talvez valha a pena toda a fama do mundo.
TERAPEUTA/ ESCRITORA/ PALESTRANTE AUTORA DO LIVRO “PASSO A PASSO-UM OLHAR SOBRE O DESENVOLVIMENTO PESSOAL E ESPIRITUALIDADE” E DO E-BOOK “É POR AMOR- 7 ESTÁGIOS DE EXISTÊNCIA”
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Instagram: @filomenadepaula
in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2022
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