Por Núria Sciaccaluga Lourenço Fernandes
in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2023
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Então o sonho funciona também como esta bússola interna pois abre espaço ao auto-conhecimento: qual o meu sonho? De onde vem essa vontade, ou seja, porquê é que tenho esse sonho? Quais são as necessidades que estão por trás dessa vontade? De que forma as posso satisfazer? Quais os passos para conseguir ir materializando esse sonho? E muitas outras questões que podem surgir em cascata com base nas respostas que vão surgindo dentro de nós. E com isto não pretendo anular a magia que está inerente ao sonho. Ele pode e deve continuar a ser mágico.
Conhecermo-nos cada vez melhor serve apenas para conseguirmos viver a vida de forma mais prazerosa e alinhada com aquilo que realmente somos. Se enquanto indivíduos caminharmos rumo a um lugar de maior autenticidade, viveremos de uma forma mais plena e seremos mais felizes. E o conceito de felicidade aqui não aparece como uma coisa estática nem absoluta. Na minha perspetiva, a felicidade vai e vem e vai sendo, tal qual um eletrocardiograma. Terão de existir sempre movimentos e oscilações, caso contrário estaríamos perante um cenário de “não vida”, de morte, de estagnação.
Temos de certa forma esta responsabilidade (e oportunidade) de nos irmos conhecendo melhor, de entendermos as nossas necessidades, de percebermos como as poderemos satisfazer e de sentir as emoções que daí resultam para vivermos num lugar de maior alegria.
Nos relacionamentos ainda mais importante é esta questão, pois para além de seres individuais e mundos muito particulares e complexos que somos, em conjunto formamos um novo organismo vivo. Então podemos também sonhar e ser em conjunto, respeitando os sonhos de cada um, dando espaço a esse cumprimento individual e regando, igualmente, o solo em que juntos vamos colocar novas sementes. Para mim, aqui as questões basilares são a Comunicação e o Respeito pelo outro. Não julgar nem impor vontades, arar a terra com tempo e paciência, conversar de forma honesta sobre o que sentimos e o que sonhamos para a relação que estamos a viver e perceber onde essas vontades, esses sonhos se cruzam. E aí, nesse campo comum em que nos encontramos, trazer consciência ao que queremos nutrir. Com amor e com autenticidade. Olhando de frente os desafios (frustrações, zangas, medos, etc.) que podem surgir por nos afirmarmos como somos e por dizermos o que queremos. Reaprendermos a comunicar eficazmente, com tudo o que isso pode trazer.
Vamos sonhando, vamos sendo.
DOULA NA PRÉ-CONCEÇÃO CONSCIENTE, GRAVIDEZ E PARTO CONSTELADORA
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in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2023
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