Por Júlio Barroco
in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2012
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Diálogo interno. A forma como as nossas crenças e emoções nos influenciam é determinante para as decisões que tomamos. Sempre que pensamos “não consigo fazer x”, “não posso comprar y”, “nunca serei como z”, estamos a expressar crenças que nos limitam negativamente a esse nível. Uma frase típica bem representativa é a famosa “não há nada a fazer”. Soa-lhe familiar?
No Pólo oposto encontram-se as crenças possibilitadoras. Frases como “tenho muito valor”, “não existem limites para aquilo que posso ganhar e conservar”, “sei gerir as minhas finanças, e o que não souber, aprendo”, são exemplos de como as crenças possibilitadoras expressas em afirmações impulsionam fortemente um diálogo interno de sucesso. Não confundir diagnósticos de possibilidade no momento em que são feitos, com limitações definitivas, é uma das mais possibilitadoras perspetivas que nunca deveremos esquecer.
Em parceria com as crenças surgem as emoções, como fator de influência significativa nas nossas vidas, que não pode deixar de ser considerado. Como disse Warren Buffett, um dos homens mais rico do mundo, “até que consiga gerir as suas emoções não espere ser capaz de gerir dinheiro” . Evitarmos decidir na presença de emoções como o medo, a euforia, e a apatia, e promovermos aquelas a que chamo as emoções de suporte, que são o amor e a gratidão, é determinante nesta área. Reforçarmos o nosso amor-próprio observando conscientemente as nossas qualidades e percebendo aquilo que já temos e pelo qual nos sentimos gratos, são duas das mais fortes e significativas formas de criarmos condições para boas decisões. Quanto maior a perceção do que já somos e nos orgulhamos, conjugada com o que já temos e beneficiamos, menor é o apelo para decisões fora daquilo que são as nossas verdadeiras necessidades e interesses.
No Cockpit. Assumirmos a responsabilidade por conhecer as nossas finanças e manter um acompanhamento adequado à nossa situação é fundamental, da mesma forma que ao dirigirmos um veículo damos atenção ao painel de bordo e aos seus indicadores. Não conhecemos o essencial de todos os instrumentos do painel com impacto na nossa viagem, e muitas das vezes não sabemos como utilizá-los. E o que não sabemos e não aprendemos, arrumamos para o lado, ou varremos para debaixo do tapete, na esperança de que “não seja nada”. Nos dias que correm, com a palavra “crise” gritada aos quatro ventos e todo o rol de fantasmas e consequências associado, navegar “à vista” é aumentar o risco de “azares” e dissabores, já para não falar no estado de insegurança e perda de bem-estar que nos causa.
Conhecer a carteira. Conhecermos e acompanharmos a nossa realidade financeira é o ponto de partida para a podermos melhorar, mesmo que "doa". Rever periodicamente o que temos (contas bancárias, dívidas, imóveis, títulos financeiros, etc), por exemplo uma vez por semana, e mantermos um registo de rendimentos e gastos, guardando todos as faturas e recibos, são duas medidas práticas que podem fazer toda a diferença. Existem hoje em dia diversas alternativas para essa gestão, desde ferramentas informáticas até anotarmos em papel, à mão, o importante é que o façamos. Se necessário procure os conselhos de quem o/a possa elucidar melhor, em particular na presença de situações limite ou rutura financeira. Acima de tudo, aprenda a colocar atenção nas suas finanças de forma organizada, simples e consistente. Os desafios são inversamente proporcionais a esse esforço!
Olhar para o futuro e criá-lo.
Como disse Winston Churchill, “falhar planear é planear falhar”. Por outro lado, talvez já tenhamos ouvido “não gosto nada de planos rígidos, quero conservar a minha liberdade” . Uma planificação realista e que tem resultados práticos é flexível, concilia resultados e satisfação, e traz mais de cada um deles. Não nos deixemos iludir pela natural aversão que muitas vezes temos ao compromisso, influenciados pela procrastinação e perfecionismo! Sempre que fazemos um bom plano, como um orçamento, que pode ser tão simples como rever os nossos registos de rendimentos e gastos do mês anterior, decidir como os quer influenciar (manter, aumentar ou diminuir) e anotar esse compromisso, concentramo-nos melhor no que verdadeiramente importa. Somos mais produtivos, estamos mais serenos e seguros do caminho que estamos a seguir e com isso também mais aptos a passar pelos desafios que inevitavelmente surgem.
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