in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2015
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
O nosso equívoco começa logo ao qualificar as situações de “boas” ou “más”. Se a vida fosse linear, sempre a melhorar numa escala ascendente e só com momentos de felicidade, seria desequilibrada, logo, o que muitas vezes consideramos ser uma má situação é, apenas e por muito duro que soe, uma oportunidade de aprendizagem e uma alfinetada que nos é dada para fazermos mudanças.
Encarar os maus momentos como desafios e oportunidades de mudança não significa que nos resignemos ou que fiquemos acomodados, sobretudo a nível profissional. Mas significa que, enquanto decidimos que rumo dar às nossas vidas, podemos aproveitar para usufruir e agradecer o que temos de momento.
Viver no presente
Outra das grandes tendências do ser humano é remoer no passado ou projetar-se no futuro, esquecendo o presente. Temos saudades do que já fizemos ou de uma função que desempenhámos, pensamos nas alternativas futuras para o que agora fazemos, sonhamos com o dia em que nos vamos livrar desta “maldição” de emprego que já não suportamos. E vivemos na ilusão porque a única coisa que existe é o que temos agora.
Tomar consciência da minha realidade, que pode ser a que eu não queria, não significa resignar-me à minha sorte ou aceitá-la sem questionar. Se começarmos o dia já contrariados, as horas que temos de passar no trabalho vão parecer infinitas e vamo-nos ressentir a vários níveis (baixa auto-estima, insónias, vontade de comer mais ou de não comer, nervos e irritação generalizada, entre outros).
Ver o lado positivo
Se esta é a minha realidade, por muito que a deteste e me faça infeliz, é nela que tenho de começar por me focar. Tenho possibilidade de mudar alguma coisa? Consigo, neste momento, encontrar uma solução viável que me pague contas e me permita viver como gostaria? Se não, para que o meu dia-a-dia profissional me custe menos, é importante que me comece a focar nas vantagens e benefícios do que estou a fazer. Ao listá-los, talvez me aperceba que há muitos pontos positivos que ando a ignorar.
O poder da gratidão
É a velha máxima do copo meio cheio ou meio vazio. Enquanto procuro uma solução e me foco nos aspetos positivos desta minha atividade, devo também agradecer diariamente. Gratidão por todas as coisas boas que este trabalho me permite fazer (pagar contas, estar com pessoas, ser livre, colaborar em projetos, etc) e gratidão por isso significar que não estou desempregado, que tenho saúde para sair de casa e ir trabalhar ou que, talvez, haja algo mais que ainda não entendi. Quando conseguimos ser genuinamente gratos pela vida, há pequenos milagres que acontecem.
Humildade
E se a vida tem um plano melhor para mim que eu ainda desconheço? Poderá ser possível que aquilo que faço agora me esteja a ser útil para o futuro? Enquanto não entendo o porquê de não conseguir sair desta situação, posso tentar o exercício de me entregar à vida e ser humilde o suficiente para acreditar que a vida sabe o que faz.
Abrir-me à mudança
Muitas vezes reclamamos das condições que temos, mas nem sempre queremos fazer mudanças. Parece que esperamos que uma porta qualquer se abra de repente ou que um milagre aconteça. Se eu ando descontente com a minha vida profissional, ao mesmo tempo que ponho em prática todos os passos anteriores, devo abrir-me à mudança e ao inesperado que a vida me possa trazer.
Ao contrário do que pensamos, nada controlamos. Nós não mandamos na vida. A vida acontece, surpreende-nos, orienta-nos e faz-se.
TERAPEUTA
www.caminhosdaalma.com
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in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2015
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