Por Maria Gorjão Henriques
in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2021
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Essência no dicionário significa “o que constitui o ser e a natureza das coisas”.
A minha pergunta é: o que constitui o Ser? O que constitui a natureza das coisas?
A primeira resposta que nasce espontaneamente através do meu coração é: consciência e Amor. Mas sei, que para lá dessa Consciência e desse Amor (que é a proposta de experiência que temos para resgatar aqui na terra) o Universo é MENTAL. Por isso, tudo o que pensamos no plano consciente e, muito mais importante, tudo o que pensamos no plano inconsciente se materializa para aprendermos a lidar com o que é verdadeiramente essencial para a reconciliação e reintegração do nosso SER.
Assim, nasce dentro de mim, um novo conceito de Essência. O Sopro da Vida que anima os nossos corpos e nos faz ter o privilégio de estar vivos, de experienciar a beleza de toda a natureza que também vibra através do mesmo Sopro Divino.
O que aconteceu ao Ser Humano para se perder e viver no seu dia-a-dia totalmente dissociado da gratidão e da conexão que lhe oferece o MILAGRE da VIDA, que lhe ANIMA O CORPO, que lhe proporciona a possibilidade de estar aqui e agora na Terra?
Como é possível respirarmos segundo após segundo esquecendo que a Fonte de tudo o que respiramos tem origem no SOPRO DIVINO?
Somos todos responsáveis pela alienação em que vivemos e que resulta de um corte BRUTAL com a FONTE DA VIDA, com a ESSÊNCIA.
Para termos um corpo precisamos de nos submeter a uma grande queda energética, de forma a conseguir entrar em sintonia com a vibração da matéria. Por isso, escolher ter um corpo físico e ter uma experiência na Terra é um desafio que vai implicar uma grande viagem de descensão e fracionamento.
Assim acontece a perda da consciência ou amnésia cósmica. Dissociamo-nos no nível da aparência física com a FONTE, embora ela permaneça sempre PURA em nós. Ela é interpretada e vivida a partir da dualidade e da polaridade, de forma partida e fracionada em milhares de realidades que alimentam pontos de vistas diferentes uns dos outros. E, assim, o Ser humano cria a sua fonte de dor quando entra em contacto com a realidade e projeta para ela as suas expectativas. Essa dor é muitas vezes empolada por nós quando criamos apego e a transformamos em sofrimento. Nessa altura já não estamos sequer a viver na realidade objetiva, já estamos a viver o nosso “sonho” ou neste caso o nosso “pesadelo”.
Assim, nasce a CRUZ da MATÉRIA. Somos corpos que vivem horizontalmente porque dissociado do SOPRO DIVINO e identificados com a matéria, com o Ter em vez do Ser, com o Fazer em vez do Ser.
Temos em simultâneo a proposta de viver verticalmente, de nos ligarmos ao Céu, para recordar e reaprender a Viver em sintonia e coerência com a Essência, com a nossa natureza divina.
Nós somos a CRUZ.
Na Cruz do nosso corpo, temos no centro o nosso coração, o ponto de interceção onde mora a grande proposta divina desta encarnação. A emanação do Amor, em sabedoria.
A queda na matéria levou-nos a viver num mundo materialista onde perdemos a vivência do eterno.
Deixamos de acreditar nele porque não o vemos, mas vivemos como se fôssemos eternos, com um profundo desrespeito pela Natureza e as suas Leis Divinas. Então a Terra é por nós, usada sem quaisquer escrúpulos e apresentamo-nos como o único animal que não respeita as Leis que nos dão e mantêm a Vida.
O Ser Humano precisa de viver com propósito. O contacto com a essência é um dos grandes caminhos de aprendizagem que todos somos chamados a fazer durante a Vida ou no momento de passagem para o regresso a casa, o regresso à Essência de onde brota a nascente de toda a Vida.
Como viver na dualidade e manter a experiência vivida ao nível do corpo, da unidade e a força da essência?
Sabemos o quanto os momentos de quietude, de silêncio, de oração purificam a nossa mente e nos devolvem à nossa Essência, ao AMOR.
Precisamos de deixar de querer dominar o mundo exterior para aprendermos a dominar o nosso mundo interior, bem como todas as forças e desafios que cocriamos com o único fim de voltar a amar partes de nós que deixamos de Amar no passado. Estes deixaram em nós vazios existenciais que se manifestam sobre a forma de sombra e densidade e que ficam guardados e armazenados no nosso corpo físico — a nossa mente inconsciente.
Precisamos de aprender a nos desidentificar com o exterior e deixar de alimentar a cegueira, a avidez e a repulsa que o mundo material nos convida e nos seduz a querer usufruir a cada momento. São níveis de identificação superficiais que moram nos níveis da aparência física, criados pela nossa mente mais primária, ao qual estamos presos e que nos dissociam da nossa verdadeira natureza divina, da nossa Essência.
A pergunta que lhe faço agora, a si que esta a ler este texto é:
A forma como está a viver é adequada para a sua Alma? Quais são os seus objetivos de Vida? Materiais ou de desenvolvimento espiritual?
Deixo agora um pequeno exercício que poderá proporcionar a experiência de, por momentos, sentir a Essência da Vida.
Exercício prático para sentir a Essência e tomar consciência da sua Natureza Divina:
Experimente por momentos entrar em quietude, em meditação, num lugar de presença em si mesmo.
Procure estar sentado numa posição confortável e respire profundamente 3 vezes até sentir que larga as tenções musculares do seu corpo.
Peça à sua mente para libertar mais e mais todas as tensões dos seus músculos.
Sinta o seu corpo em contacto com a cadeira, sinta o peso de todo o corpo apoiado na cadeira e nos pés bem assentes no chão.
Observe a sua respiração e comece a notar a vibração e a fonte de vida que percorre todo o seu corpo e todo o espaço à sua volta.
Sinta essa fonte de Vida e observe…
Observe e peça à sua mente para observar a sua respiração natural.
Sinta a fonte de Vida percorrer o seu corpo e observe…
Ela anima o seu corpo e toda a natureza Viva que está à sua volta.
Deixe-se ficar nesse lugar sagrado onde a Vida acontece e sinta a alegria de estar Vivo…
Sinta a gratidão da Vida percorrer todo o seu corpo e emanar do seu coração.
Após alguns minutos… permita-se fazer algumas respirações mais profundas para voltar à realidade objetiva.
Faça este exercício durante 21 dias e torne-se um observador ativo e testemunho Vivo da sua própria Vida, voltando à sua verticalidade e aproximando-se da sua Essência.
Bem-haja à Vida!
PSICÓLOGA, TERAPEUTA, PROFESSORA, FORMADORA E FACILITADORA DE CONSTELAÇÕES FAMILIARES, CEO E FUNDADORA DO ESPAÇO AMAR, FUNDADORA DO MOVIMENTO DE CONSCIÊNCIA SISTÉMICA EM PORTUGAL, MENTORA E ORGANIZADORA DO I E II CONGRESSO INTERNACIONAL DE CONSCIÊNCIA SISTÉMICA
www.conscienciasistemica.pt
[email protected]
in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2021
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)