Por Joana Móra Féria
in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2017
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Esse é o lado bonito e aceite, o lado que nos enche o coração e os pulmões.
Ainda assim existe uma linha muito ténue que separa o lado saudável do lado egocêntrico e doentio do orgulho.
Ao olharmos olhos nos olhos para este sentimento tão completo, tão oxigenado não são raras as vezes que nos esquecemos (ou preferimos não nos lembrar) do seu lado mais negro, mais corrosivo e decadente.
O seu lado negro é viciante e guloso pois é de Orgulho próprio que o nosso Ego se alimenta.
Quanto maior o orgulho maior o ego e maiores as muralhas criadas para que não haja choque frontal com a verdadeira essência.
Na maioria dos casos as muralhas tornam-se tao grandes que o individuo recusa qualquer alteração do seu padrão de comportamento.
Estas muralhas garantem-lhe uma segurança, ou melhor uma falsa segurança que lhe permite esconder toda a baixa autoestima que lhe assiste.
A falta de autoestima é o gatilho para exaltar o orgulho de um orgulhoso. É inversamente proporcional, quanto mais baixo é o seu amor próprio mais muralhas tendem a ser criadas para que a essência não transpareça e se crie um confronto interno.
O orgulho é um mecanismo de defesa e é tanto maior quanto menor e mais frágil for a inteligência emocional do orgulhoso, só e apenas.
Como todos os sentimentos o orgulho começa pequenino e com uma fome insaciável de autoafirmação e validação.
Cabe-nos a nós decidir se o alimentamos ou se simplesmente o deixamos dissipar.
Essa é a consciência que devemos ter para que o que outrora era pequeno e inofensivo não cresça e ocupe mais espaço do que inicialmente lhe fora atribuído.
Quando escolhemos alimentar o lado negro do orgulho escolhemos também alimentar a dependência de um sentimento corrosivo e decadente, um sentimento solitário e egoísta, pois, quando o orgulho toma um espaço maior do que o previsto não resta nem espaço nem tempo para a aproximação de pessoas ou situações. Apenas ficam as leves lembranças de como tudo podia ser diferente se não existisse o medo de nos mostrarmos fracos ou perdedores.
Na jornada de vida o orgulho tem de ser tomado em doses mínimas e apenas em S.O.S. Tomado em exagero assombra-nos o cérebro, cega-nos o coração e corrói o nosso corpo físico.
Assim como a mentira tem de ser alimentada de outra mentira o orgulho alimenta-se de mais e mais orgulho gerando um ciclo de vicio e medo cada vez mais difícil de ser quebrado.
Difícil apenas, não impossível...
Ao contrário das outras batalhas na batalha de orgulhos quem cede é quem vence. E quem vence acede a um mundo de novas oportunidades de novas vivencias, de partilhas únicas e principalmente acede a um crescimento exponencial ao nível mais interno da sua consciência.
Ganhar consciência de que o orgulho é apenas um saco de pedras que carregamos faz-nos redimensionar as questões pendentes na nossa vida. Questões familiares, questões pessoais, questões laborais, questões internas. Quando ganhamos a completa consciência do lado negro do orgulho avaliamos todas estas questões de forma clara e congruente.
Será que estas pendencias são significativas neste momento?
O que ganho eu com esta questão?
Qual é o real sentimento neste momento em relação a esta pendência ou questão?
Esta questão tem o mesmo sentido hoje que tinha no momento em que foi criada?
É nesse preciso momento, no momento que nos questionamos e refletimos internamente, que nos apercebemos que o orgulho nada mais é que algo que decidimos avaliar como precioso e que nos faz sentir ricos e soberbos quando no fundo não passa de pedras pesadas e feias que nos modificam a fisionomia, a alma e nos impedem de viver o melhor que a vida tem para nos dar.
Abandonar o orgulho nunca foi fracassar ou mostrar parte fraca em alguma situação. Abandonar o orgulho é provar a nós mesmos que somos maiores e mais fortes.
Não interessa o que pessoas externas digam ou pensem sobre a destruição das nossas muralhas e a decisão de sermos mais felizes e leves não são elas que carregam o saco de pedras pesadas e desnecessárias que não nos fazem evoluir.
Ganhando essa consciência ganhamos uma nova visão e consequentemente uma nova vida.
Vale a pena continuar orgulhoso?
MINDSET COACH
in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2017
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